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No dia 8 e 9 de Outubro ocorreu o curso de Rugby infantil ministrado por Juan Casajus. Este foi um marco importante para o futuro do Rugby nacional, não apenas pelo conhecimento compartilhado, mas também pela integração dos professores nacionais com uma grande potência mundial que é a Argentina.

 

Logo antes do curso, pôde se verificar que seria de alta qualidade pelo material distribuído para introduzir os alunos no curso.

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No dia estavam presentes os educadores Luis Mourão, Flavio Santos, Xavier Vouga e o organizador Mauricio Migliano, potencializando a qualidade do evento. O curso foi inteiro em espanhol, com momentos de tradução em algumas situações, quando necessário.

Os participantes eram na maioria profissionais da educação física, algo muito importante, e de diversas regiões do estado de são Paulo, com alguns integrantes do Rio de Janeiro e um participante do Rio Grande do Sul.

Logo no começo do sábado pela manhã houve uma discussão sobre um tema que logo iria se concretizar: ”o uso do protetor bucal infantil ser obrigatório”. Juan trabalhou principalmente dentro do aspecto de criar jogadores inteligentes, que busquem o espaço e para se desenvolver, e a partir desse ponto demonstrou que o foco para categorias menores  é  formar, divertir e assegurar a prática das crianças.

Juan, com sua vasta experiência, mesmo tendo uma barreira na linguagem, conseguiu transmitir e demonstrar aquilo que queria com grande qualidade.

Sua teoria, cuja também compartilho, se baseia no desenvolvimento da cognição através de atividades como os jogos reduzidos, adaptados ou pré-desportivos, não limitando os alunos com exercícios repetitivos e mecânicos da visão tecnicista do ensino. Utilizando-se de atividades que integram e diminuem a frustração com muita diversão e dinamismo. Mais do que a metodologia de ensino construtiva, e pensando na formação de caráter das crianças, realmente utilizar a filosofia que o esporte deve transmitir, colocando os valores como objetivos principais das aulas, não apenas o rendimento.

Houve no primeiro dia uma prática entre os próprios participantes, orientada por Juan, em que o foco foi construir atividades simples e conhecidas para as complexas e desconhecidas com o objetivo de criar a invasão do espaço que o Rugby necessita.

No domingo tivemos a participação das crianças de um projeto social da cidade de Louveira, o que realmente alavancou a qualidade do curso, obrigado por parte dos jovens, dos pais e ao treinador.

Houve momentos de teoria e de prática entre as crianças e o professor Juan, que trabalhou com atividades lúdicas que visavam tirar o medo que os contatos oferecem.

Mauricio Migliano promoveu uma parte do curso com o Tag Rugby de forma extraordinária e prática para se trabalhar em escolas ou ambientes que não permitem os contatos que o Rugby pode gerar.

Ao final do curso os alunos passaram atividades às crianças, melhorando a interação entre prática e teoria.

Quanto ao meu conhecimento adquirido ficou por parte dos níveis de aprendizagem do Rugby, na visão argentina que realmente me surpreendeu – em breve explanarei mais sobre este tema. Foi magnífico ver que estamos no caminho certo, ainda longe dos nossos ‘’hermanos’’, mas ainda poderemos alcançá-los desde que seja feito um trabalho com qualidade.

Um grande agradecimento ao Juan Casajus, à CBRU e seus ótimos educadores (que auxiliam tanto o crescimento desse esporte) e aos colegas que participaram do evento.

Aqueles que querem conhecer um pouco do trabalho dele procurem por ‘’Aprendizaje y Desarrollo Motor en el Rugby Infantil’’.

Parabéns ao Rio Branco Rugby Clube por toda estrutura oferecida, (composta por campo, quadra e sala de vídeo) e aos dois dias com um ótimo momento de confraternização, além do almoço de qualidade e tratamento de carinho aos visitantes.  O pilar da amizade realmente existiu por parte do clube e dos participantes.

Agora devemos espalhar estes princípios para que ocorra uma disseminação deste tipo de evento por todo o Brasil, incentivendo aqueles que estavam presentes a trabalhar e se aprimorar cada vez mais, como diria Casajus: “Adoptar, Adaptar y Mejorar’’.

Flavio Mazzeu