Foto: Bruno Ruas

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ARTIGO OPINATIVO – Os dias já se passaram, mas a lembrança do grande Brasil e Maori All Blacks fica. Testemunhar um momento como o do último sábado é um privilégio que quem esteve lá no Morumbi precisa ter consciência. É o mesmo tipo de momento que os Jogos Olímpicos, o Pacaembu lotado para Brasil e Alemanha, a vitória sobre os Estados Unidos em Barueri ou a vinda da Série Mundial de Sevens Feminina. São momentos que dentro de alguns anos serão tidos como os marcos e quem esteve presente terá muito a contar sobre o dia.

Baixada a euforia, vou 5 coisas que aprendemos com essa partida, na minha visão:

  • Os Tupis podem encarar uma Copa do Mundo;
    • Sem dúvida alguma, a Seleção Brasileira provou que fisicamente é competitiva. O Brasil encarou de igual para igual e sustentou um jogo por 80 minutos contra um time formado por 22 atletas de Super Rugby, vivendo o momento mágico de empurrar o scrum adversário. As provas da capacidade dos Tupis de competirem em um Mundial já estavam sendo dadas nos últimos meses, mas agora não resta qualquer dúvida. Se o Brasil for ao Mundial 2023, o fará como uma equipe que agregará ao espetáculo;
  • Os Tupis são mentalmente fortes;
    • Isto é um ponto importantíssimo: mais do que crescer no aspecto físico e na qualidade do rugby, o Brasil cresceu mentalmente. Os Tupis deixaram definitivamente para trás os momentos de insegurança que foram vistos no passado. Tal evolução mental já estava sendo provada constantemente, mas encarar a haka e jogar em igualdade com um time que veste a camisa preta com a silver fern é para não deixar dúvidas;
  • O público vai sempre comparecer a grandes eventos;
    • Fazer grandes eventos de rugby em solo brasileiro já parece ter como garantia que haverá bom público. É claro que o apelo dos Maori All Blacks era evidente e que existe o desafio agora de fazer com que o público leigo quer esteve presente permaneça no rugby. A questão maior é justamente essa: como aumentar o público em jogos menos badalados? Um passo de cada vez. O potencial de público foi comprovado no sábado;
  • Ainda é preciso evoluir na organização da entrada do público;
    • Novamente houve problemas para a entrada de torcedores no estádio, com muita gente entrando após o início da partida, algo que já havia ocorrido contra o Uruguai no Palmeiras. É claro que 35 mil pessoas é um público que o rugby não estava acostumado, mas é preciso rever o processo de venda de ingressos e entrada de torcedores. Do mesmo modo, é preciso o fã de rugby lembrar também que um evento com grande público esperado não é evento para se chegar em cima da hora. Aprendizado dos dois lados;
  • O rugby voltou a ser assunto: bom pros patrocinadores;
    • O nível de engajamento dos patrocinadores ao evento é de orgulhar e deixar a CBRu esperançosa. O engajamento e as ativações foram excelentes e o entusiasmo gerado pela partida na mídia em geral permite sonhar com mais apoio às seleções daqui pra frente;

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