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ARTIGO OPINATIVO – A Liga Mundial de Rugby vem sendo discutida dentro do World Rugby e nesta semana Agustín Pichot, vice presidente do World Rugby, concedeu entrevista ao jornal de esportes francês L’Équipe sobre o assunto. O cartola e ídolo do rugby argentino deixou claro que o atual sistema de amistosos é injusto com seleções do segundo escalão mundial e a Liga Mundial viria a dar mais oportunidades a novas nações.

O projeto de Pichot é de lançar a Liga Mundial em 2020, para substituir os amistosos internacional de julho (movidos de junho para julho) e novembro. A proposta é de envolver 36 seleções no sistema da Liga, com 3 divisões de 12 times cada:

  • Em cada divisão, os países seriam divididos em 4 grupos com 3 times cada, que jogariam jogos de ida em julho e volta em novembro, havendo ainda semifinais e final em sedes pré estabelecidas ao final;
  • Com número ímpar de times por grupo, haveria rodadas livres para algumas seleções buscarem algum amistoso à sua escolha. Equipes que estiverem no mesmo grupo e já tiverem duelado no Six Nations ou no Rugby Championship, por exemplo, poderiam fazer valer o jogo pela competição regional também pela liga e teriam uma data a mais de amistosos em julho ou novembro;
  • Os British and Irish Lions não seriam afetados, de acordo com as promessas sobre a Liga, que ainda não seu formato delineado por completo.

Portanto, como tal proposta poderia se materializar? Vamos especular.

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  • Primeiramente, eu considero acertada a ideia de uma Liga Mundial, seguindo os passos da nova Liga das Nações da UEFA (futebol), pois de fato um modelo com rebaixamento e promoção poderia beneficiar concretamente a ascensão de novas forças, bem como adicionaria valor comercial maior aos jogos de junho/julho e novembro;
  • Mas a equação proposta não é fácil de ser arranjada corretamente, sem que se entre em conflito com os calendários das grandes ligas de clubes/franquias;
  • A se ponderar é o efeito de tal sistema no valor da Copa do Mundo, pois é arriscado a Liga fazer diminuir o valor da Copa. Por isso, na minha visão, semifinais em sede neutra deveria ser plano B;

Na minha opinião, o único modo de se harmonizar jogos entre seleções, Lions e clubes é:

  • Manter até 3 jogos entre seleções para cada período (3 em julho e 3 em novembro) e fazer a liga ocorrer em períodos de 2 anos, isto é, 2020-21 e 2022-23:
    • Julho 2020 – jogos de ida dentro dos grupos;
    • Novembro 2020 – jogos de volta dentro dos grupos;
    • Julho 2021 – British and Irish Lions e amistosos livres;
    • Novembro 2021 – Semifinais em ida e volta e final em sede pré definida + Repescagens contra rebaixamento e amistosos livres;
    • Julho 2022 – jogos de ida dentro dos grupos;
    • Novembro 2022 – jogos de volta dentro dos grupos;
    • Agosto 2023 – Semifinais em jogos únicos (casa do melhor ranqueado ou se pré determinada) e final em sede pré definida + Repescagens contra rebaixamento em ida e volta;
    • Setembro-Outubro 2023 – Copa do Mundo;

Sobre o formato de disputas, poderia ser interessante termos ao final da fase de grupos:

  • Os 1ºs colocados de cada grupo jogando semifinais;
  • Os 2ºs colocados também jogando semifinais, mas por uma taça menor, com um prêmio interessante ao campeão (talvez se tornar cabeça de chave na edição seguinte);
  • Os 3ºs colocados enfrentando Repescagem contra os 1ºs colocados de cada grupos da divisão inferior, valendo promoção/rebaixamento.

Quer visualizar? Usando o Ranking atual, mas buscando distribuir melhor as equipes geograficamente e não deixando equipes de divisões inferiores de seus continentes acima de equipes de divisões superiores, poderíamos ter os seguintes grupos:

 

1ª divisão

Grupo A: Nova Zelândia, Fiji e França

Grupo B: Irlanda, Escócia e Argentina

Grupo C: Gales, Austrália e Japão

Grupo D: Inglaterra, África do Sul e Estados Unidos

 

2ª divisão

Grupo A: Geórgia, Canadá e Espanha

Grupo B: Tonga, Rússia e Namíbia

Grupo C: Itália, Romênia e Hong Kong

Grupo D: Samoa, Uruguai e Bélgica

 

3ª divisão

Grupo A: Alemanha, Quênia e Polônia

Grupo B: Holanda, Suíça e Colômbia

Grupo C: Portugal, Chile e Lituânia

Grupo D: Brasil, Coreia do Sul e Tchéquia

 

Interessante? Você apoia a proposta? Tem ideias alternativas? Comente. A decisão sobre a criação do torneio poderá ocorrer em janeiro de 2019.