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O futebol brasileiro é fonte inesgotável de exemplos de má gestão, e desde muito tempo, o dinheiro que gera é inversamente proporcional aos talentos que gerou e à paixão que move, tendo médias de público inferiores até do que o multicampeão e tradicional futebol norte-americano e receitas aquém do que poderia gerar, com clubes valendo menos que outros de países como Estados Unidos e até China.

Devido o cenário de falência permanente, é prática comum os clubes recorrerem a artifícios como adiantamento de receitas (com um bom desconto para o patrocinador) ou contar com um mecenas que vira e mexe não hesita em colocar toda uma história de joelhos como forma de pressão para que sua vontade seja atendida.

A solução, é a profissionalização do esporte, diz o mantra. E os resultados virão.

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Governança. Transparência. Diretoria qualificada.

Recentemente mais uma entidade soltou seu balanço e mostrou que seu déficit quase dobrou em relação ao último ano e como plano para mitigar o rombo, solicitou adiantamento de patrocínios e benevolentes empréstimos sem juros e sem previsão de vencimento com membros de seu conselho. Mesmo assim, a soma dos valores não cobre a dívida atual.

Você conhece algum banco que faria o mesmo por você? Ou algum empresário que faria o mesmo sem esperar uma contrapartida?

O futebol brasileiro não merece isso. Os esportistas brasileiros e seus torcedores não merecem isso.

O relato acima poderia ser sobre qualquer um desses clubes amadores que teimam em destruir valor no futebol brasileiro.

Mas é sobre a CBRu

Aquela que é modelo de governança.

Aquela que é modelo de transparência na gestão.

Aquela que é gerida como uma empresa com profissionais qualificados e um Conselho com executivos de empresas multimilionárias.

Aquela que fechou 2016 devendo R$1,65 milhões e 2017 devendo R$3,018 milhões.

Aquela que pegou adiantamento de R$1,4 milhões e recebeu empréstimos camaradas de R$1,16milhões.

Aquela que vende números irreais lá fora mas que não resistem à frieza da realidade de um esporte que definha a olhos vistos.

Aquela que vai se mostrando cada vez mais do mesmo no cenário da gestão esportiva nacional.

Tem alguém fazendo nome vendendo mortadela como se fosse caviar. E tem gente comprando. E a fatura vai vir, e não vai ter amigo rico para estender a mão.

“Mas pelo menos a seleção está mostrando evolução em campo.”

1 COMENTÁRIO

  1. Interessante texto, Daniel! Acho que federações estaduais fortalecidas e realmente interessadas em fazer o esporte crescer deveriam também ter a iniciativa de incluir outras federações na conversa (digo, alguém precisa defender o esporte dentro do país, além da CBRu). Com a densidade relativa do rugby em SP, daria para fortalecer essa rede com ccampeonatos com convidados (p.ex: MS + Oeste Paulista, Noroeste SP + Triângulo MG + GO +DF) não? As federações estaduais precisam se conversar também.

    PS: só para não ficarmos no pé da CBRu apenas, fico imaginando se não daria para as federações fazerem umas academias interestaduais de “estímulo” (sei lá que nome dar para algo que seja semi-alto-rendimento hahahahaha) em lugares fora do eixo SP-RS (por exemplo no Distrito Federal; Triângulo MG; Salvador; Fortaleza); rolar uns intercâmbios de jogadores (por que só enviar dois brasileiros à Nova Zelândia e África do Sul, se para um jogador do MA, MS, BA ficar um tempo no PR, SP, SC já seria um super-apoio?)