Foto: Sul-Americano de 1991

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ARTIGO COM VÍDEOS – A história dos confrontos entre Brasil e Paraguai é recheada de drama e reviravoltas. Por muito tempo, as duas seleções fizeram um verdadeiro clássico no continente. Não é difícil entender por quê. Com a Argentina em outro universo de rugby, Uruguai e Chile sempre fizeram o principal clássico na América do Sul, deixando para Brasil e Paraguai tradicionalmente decidirem quem seria a quarta força do continente. Foi apenas nos últimos anos que a situação mudou, com o Brasil se igualando aos chilenos, encostando no Uruguai e deixando muito para trás o Paraguai. Ao menos, antes da SLAR nascer.

O primeiro jogo entre Brasil e Paraguai foi em 1970, com o Brasil triunfando por 12 x 03 em Asunción. A Seleção Brasileira se manteve invicta contra os paraguaios por 4 jogos, vencendo também em 1971, 1973 e 1975.

O Paraguai conseguiu sua primeira vitória em 1977, num 25 x 13, em solo argentino, mas o Brasil voltou a vencer em 1979, no Chile. Os paraguaios deram o troco vencendo em 1981 e o Brasil optou por um hiato, deixando de jogar o Sul-Americano em 83, 85 e 87 (na época, o torneio ocorrida de 2 em 2 anos). Foi apenas em 1989 que o Brasil retornou à cena e atropelando os paraguaios por 40 x 11, naquele que seria a último vitória brasileira sobre o Paraguai em 19 anos. Os paraguaios venceram os duelos de 1991 e 1993 e o Brasil abandonou o Sul-Americano, retornando apenas em 2000, mas dessa vez jogando a 2ª divisão.

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O reencontro entre Brasil e Paraguai ocorreu em 2002, com o Paraguai vencendo por 14 x 13. Foram mais 3 vitórias seguidas do Paraguai, incluindo 22 x 17 no Estádio do Ibirapuera, em São Paulo, em 2004, e um avassalador 45 x 08 em Asunción, em 2005. No entanto, tudo mudou em 2008, quando os brasileiros foram à capital paraguaia e triunfaram por 15 x 06, em jogo conhecido como “A Batalha de Assunção”, que devolveu o Brasil à primeira divisão continental, marcando uma geração.

De volta à primeira divisão e iniciando a profissionalização de suas estruturas, o Brasil se provou superior ao Paraguai nos anos seguintes, derrotando os Yacarés em 2010 (23 x 18), 2011 (51 x 14, recorde na época) e 2012 (35 x 22, em partida que bateu recorde de público no estádio do Nacional, em São Paulo).


Entretanto, a superioridade brasileira foi posta à prova em 2014 e em 2015, com duas vitórias paraguaias: em Asunción, em 2014, por 31 x 24, em em 2015, em Bento Gonçalves, por 20 x 11.

As derrotas de 2014 e 2015 se provaram um “soluço” momentâneo, com o Brasil vencendo em 2016 (32 x 21), 2017 (57 x 06) e 2019 (66 x 10, no maior placar da história). Agora, em 2021, os dois países se reencontrarão, com a rivalidade renovada pelas vitórias do Olimpia (recheado de argentinos) na SLAR (a liga profissional sul-americana) sobre os Cobras brasileiros.

O histórico de momento é de 26 jogos, com 15 vitórias do Brasil e 11 vitórias do Paraguai. Porém, com a profissionalização do rugby paraguaio, podemos assistir a uma rivalidade entre Tupis e Yacarés realmente renascendo, após ter brevemente esfriado nos últimos anos.

Será que não valeria a criação de uma taça para os jogos entre os dois países? História há, e muita.