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No dia 31, sábado, todos os jogadores e jogadoras de rugby do país – que tenham cadastro no CNRU – elegerão seus 5 representantes na Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Rugby, órgão responsável por receber demandas da comunidade e por eleger os representantes de atletas que estarão no Conselho de Administração da CBRu.

A eleição será feita justamente através da plataforma do CNRU e, para ajudar os jogadores a escolherem seus representantes, o Portal do Rugby entrevistou os 7 candidatos, com perguntas idênticas. Leia, analise, busque mais informações e não deixe de votar. A Comissão de Atletas é o espaço para você reivindicar um rugby melhor.

 

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ALCINO AMATO

– Como você enxerga a importância da Comissão de Atletas?

R: Acredito que uma Comissão de Atletas atuante é capaz de desenvolver uma interface entre os atletas, clubes e a CBRU, pois poderemos transmitir a visão, anseios e as diferentes opiniões dos mesmos em prol do crescimento e desenvolvimento do esporte, principalmente das categorias de base. Levando em consideração que quanto mais clubes sólidos e com categorias de base fortes e bem estruturadas tivermos no Brasil, melhor serão os resultados a médio e longo prazo para o rugby nacional. Uma Confederação forte só é formada pelo trabalho em conjunto dos atletas, clubes e federações. E uma Comissão de Atletas deve ser a responsável por fazer chegar a voz da comunidade do rugby até a CBRU.

– Quais as principais demandas da comunidade que você entende serem as mais importantes hoje para serem levadas ao Conselho?

R: Não se pode olhar as demandas do rugby nacional como algo generalizado, pois cada região possui suas próprias singularidades, entender as demandas, necessidades, deveres, direitos e oportunidades de todas categorias é algo bem complexo e que necessita muita dedicação. Entretanto acredito que hoje temos alguns temas que devem ser tratados com prioridade, como por exemplo:

– oportunizar o desenvolvimento pleno, seguro e contínuo dos atletas desde a categoria de base, permitindo que eles permaneçam se desenvolvendo intelectualmente e na prática do esporte. Dessa maneira em um futuro próximo teremos mais pessoas capacitadas se mantendo no rugby e consequentemente diminuindo a evasão que temos em algumas categorias.

– Defender a igualdade de gênero e social no esporte, buscando proporcionar a todos as mesmas oportunidades é algo que também temos que priorizar.

– Saber aproveitar as oportunidades criadas pelos entornos do rugby. Exemplo disso é a entrada do Rugby para o BNCC ( Base nacional comum curricular), que poderia ser usado para aumentar os números de adeptos. Assim como aumentar o número de treinadores, atletas, educadores, multiplicadores e etc. Fazendo também com que o rugby seja mais conhecido e difundido na comunidade.

– Buscar alternativas para proporcionar mais oportunidades de jogos aos times existentes em estados mais afastados (exemplo: GRUA de Manaus-AM, entre outros)

Enfim, acredito que temos muitos temas a serem abordados nessa comissão e estou disposto a contribuir da melhor forma possível.

– Por que você decidiu se candidatar? Em quais aspectos você crê que agregará muito à Comissão?

R: Sou atleta de rugby desde 2007, tive a oportunidade de atuar por diversas equipes em campeonatos entre clubes e universitário, regional, estadual e nacional.

Decidi me candidatar com o intuito de ser uma voz ativa na comissão vinda do interior paulista, onde temos muitos times que se encontram nas mais diversas categorias de campeonatos estaduais e nacionais.
Além disso possuo bom relacionamento com diversos clubes do Brasil e por este motivo posso ser uma conexão entre os mesmos e a CBRU. Acredito que alguém que tenha contato com clubes do interior e de diferentes regiões do Brasil, fará com que a Comissão tenha uma visão maior da realidade do rugby nacional e das necessidades regionais.


 

ANTÔNIO GÓRIOS – TONHÃO

– Como você enxerga a importância da Comissão de Atletas?
R: Na verdade não é como eu enxergo que é importante, e sim como vão ser ouvidas e encaminhadas as nossas propostas que realmente importam. E tenho grande confiança que poderemos melhorar o que já está sendo praticado

– Por que você decidiu se candidatar? Em quais aspectos você crê que agregará muito à Comissão?
R: Foi um convite do Fábio Mariz, nunca estive e nem pretendi nenhum cargo político na CBRu, mas acho que posso agregar pela experiência de tanto tempo praticando e por ter acesso em diversos clubes já que fiquei muito tempo na seleção brasileira.

– Quais as principais demandas da comunidade que você entende serem as mais importantes hoje para serem levadas ao Conselho?
R: Ainda não sei, como vamos ter mais representantes vou começar a absorver as exigências. Brasil é muito grande pra saber o que está acontecendo!! A única coisa que eu pretendo ajudar se esse “posto” for capaz, é melhorar o nível das divisões mais inferiores, que são as que mantém vivo o rugby raiz, amador!


 

BEATRIZ FUTURO MÜHLBAUER

– Como você enxerga a importância da Comissão de Atletas?

R: Acredito que a Comissão de Atletas tem uma grande importância no papel da representatividade do atleta no esporte. Os atletas sempre foram pouco ouvidos e pouco falavam. Mas dentro do esporte são um dos grandes protagonistas. O que seria do esporte sem o atleta? Obviamente ele precisa de uma rede de apoio enorme, mas nada faria sentido sem eles. Por isso, entender as necessidades, demandas, deveres e direitos dos atletas é muito importante. E é muito importante também que ele esteja e queria estar envolvido nas decisões que dizem respeito o seu futuro. Por isso, acredito que a Comissão de Atletas deve, não somente representar, como incentivar a participação dos atletas nas decisões de suas federações e confederações, participando e colaborando dos processos, e exigindo que as decisões tomadas sejam cumpridas, etc.

– Por que você decidiu se candidatar? Em quais aspectos você crê que agregará muito à Comissão?

R: A minha experiência com a Comissão de Atletas do COB com certeza me ensinou muito. Entendi que muitas decisões são tomadas (as leis, os estatutos, e etc) e escritas sem visar o melhor para os atletas. Estou muito envolvida com o alto rendimento e ainda estou em atividade, mas sempre fui uma rugbier muito engajada com a comunidade. Sempre que o calendário deixa, estou presente nos eventos e cresci junto com o rugby brasileiro (principalmente feminino) entendendo de onde viemos e onde queremos chegar.
E o canal de comunicação é essencial para que a informação chegue corretamente a quem tem que chegar, e possamos ajudar e ser a voz dos atletas.

– Quais as principais demandas da comunidade que você entende serem as mais importantes hoje para serem levadas ao Conselho?

R: Obviamente com pandemia teremos que reorganizar nosso calendário e os recursos para realizar os campeonatos, o que será um grande desafio. Acho que a pandemia teve alguns aspectos “positivos” em relação ao desenvolvimento e rede de comunicação, com cursos e bate papos e um grande engajamento dos “atores do jogo” (treinadores, pfs, nutris, árbitros, atletas e etc)com o “núcleo do jogo”. Acredito que esse diálogo aproximou mto todos os interessados.
Acho importante o incentivo ao rugby XV feminino e uma maior valorização do 7s masculino. Vejo também uma necessidade em colaborar com a federações menos organizadas e/ou isoladas do eixo Sul-Sudeste para orientar o desenvolvimento de acordo com a necessidade local.


 

BENEDITO RODRIGUES FILHO

– Como você enxerga a importância da Comissão de Atletas?

R: Ao meu ver é de extrema importância, haja vista os atletas são “a ponta da lança” quando olhamos para todo o contexto, todas as ações/decisões que são tomadas no que diz respeito à gestão, afetam direta e indiretamente os atletas.

– Por que você decidiu se candidatar? Em quais aspectos você crê que agregará muito à Comissão?
R: Há pouco completei 11 anos de rugby, o esporte ja proporcionou muitas coisas à mim. Sei como é ser atleta de rugby no Brasil, tenho ciência de quê comparado às gerações anteriores contamos com muito mais apoio etc. Mas creio que podemos melhorar ainda mais.
Quando vi a oportunidade de me aproximar, levar a voz dos atletas e entender melhor como funciona a gestão da Cbru, não pensei duas vezes.
A questão é realmente estreitar esse laço entre atletas e Conselho, entendendo às necessidades dos atletas em geral e levando isso da melhor maneira para que possam ser trabalhadas de forma que seja benéfica para todos.

– Quais as principais demandas da comunidade que você entende serem as mais importantes hoje para serem levadas ao Conselho?

R: Embora seja uma questão bem ampla, visto que este foi um ano totalmente singular, onde experimentaríamos um novo formato na tabela dos campeonatos, tanto Paulista quanto Brasileiro. Creio que as principais demandas sejam por conta do número de jogos da base, campeonatos juvenis etc e com relação aos campos, muitas vezes os jogos são em campos onde há pouquíssimas condições de jogo, o que acaba sendo prejudicial aos clubes devido à lesões etc. Seria válido olhar pra essa questão de uma forma minuciosa.


 

ISADORA CERULLO

– Como você enxerga a importância da Comissão de Atletas?

R: A Comissão de Atletas é uma ponte entre a gestão e governança da CBRu e a comunidade do rugby, então essa entidade tem a responsabilidade de representar os interesses e prioridades dos atletas de todos os níveis lá onde são tomadas decisões que impactam todos. Essa ponte também é mão dupla, então a comissão deve facilitar o diálogo entre a CBRu e comunidade de rugby, levando mais transparência e entendimento sobre as propostas da CBRu.

 

– Por que você decidiu se candidatar? Em quais aspectos você crê que agregará muito à Comissão?

R: Eu decidi me candidatar porque eu quero participar deste processo de fazer o rugby brasileiro mais sustentável. Minhas experiências no alto rendimento, no Niterói Rugby, no Rugby USP e também como embaixadora da diversidade e inclusão no esporte agregariam às conversas sobre o futuro que queremos pro nosso rugby brasileiro.

 

– Quais as principais demandas da comunidade que você entende serem as mais importantes hoje para serem levadas ao Conselho?

R: No momento, a CBRu está tentando reconstruir uma relação boa com os clubes, a qual vem sentindo muito atrito nos últimos anos, pois o rugby brasileiro ainda está descobrindo como nutrir o ecossistema de rugby que inclua o alto rendimento e desenvolvimento sem prejudicar nem um nem outro. Outra prioridade é entender melhor as insatisfações que o rugby feminino vive e buscar soluções. E minha terceira prioridade é iniciar os primeiros passos para discutir o assunto da inclusão no rugby e o caminho para crescer o esporte sem perder os seus valores.


 

MARJORIE YURI ENYA

– Como você enxerga a importância da Comissão de Atletas?

R: Nos últimos anos tem aumentado muito a participação de atletas em diversas esferas de tomada de decisão no esporte como um todo, e no rugby brasileiro isso não poderia ser diferente. Ter uma comissão de atletas engajada e atuante é fundamental para que as diretrizes estratégicas da CBRu contemplem a perspectiva, as experiências, e as necessidades das atletas. A comissão de atletas é a interface de diálogo entre a comunidade das e dos atletas (não somente da seleção, mas também de clubes e outras agremiações) e a CBRu, e este espaço precisa ser aproveitado tanto para ajudar a CBRu a identificar seus “pontos cegos” quanto para ajudar a esclarecer para a comunidade o porquê de alguns caminhos e escolhas tomados pela CBRu.

 

– Por que você decidiu se candidatar? Em quais aspectos você crê que agregará muito à Comissão?

R: Ainda que dentro de campo minha trajetória como atleta tenha sido bastante curta, desde que conheci o rugby eu pude conhecer de perto e trabalhar em diversas camadas do esporte: universitário, clubes, federação, alto rendimento, e sempre o que me fascinou foi a riqueza e as complexidades das pessoas que se entregam ao esporte – atletas, sobretudo. Apesar das diferenças substanciais entre essas camadas do rugby, há muitos pontos de convergência – e é essa pluralidade de realidades que eu acredito que eu possa ajudar a levar para os fóruns de discussão da CBRu. Eu faço parte do Conselho de Administração da CBRu desde abril de 2018, e de lá pra cá eu aprendi muito, conquistei espaço, e cresci em um espaço que à primeira vista é bem pouco acessível. Minha principal motivação pra esta candidatura é usar a bagagem que eu acumulei nesses dois anos e meio pra 1) ajudar a construir uma base sólida para uma comissão de atletas verdadeiramente atuante, 2) me manter próxima ao rugby brasileiro pra desempenhar melhor meu papel como representante da Sudamérica Rugby no conselho da World Rugby, e 3) ajudar a desenvolver outras lideranças a partir do trabalho da comissão de atletas. Eu tenho muito orgulho por ter ido longe no meu caminho em gestão e governança no rugby, mas eu não terei sido bem sucedida se não tiver outras muitas mulheres (e homens atletas) prontas e dispostas a ocupar este e outros espaços. A comunidade de atletas do rugby brasileiro tem muita gente boa, e eu quero trazê-las mais pra perto.

 

– Quais as principais demandas da comunidade que você entende serem as mais importantes hoje para serem levadas ao Conselho?

R: Eu acredito que o Conselho hoje esteja muito mais maduro e próximo da comunidade do que já esteve no passado, mas há algumas questões e incômodos que persistem – e são questões que o Conselho precisa de ajuda pra “resolver” (coloco entre aspas porque a maioria dos processos de melhoria são contínuos, não há linha de chegada). Uma delas é como conciliar a existência simultânea de clubes 100% amadores com outros que têm, aos poucos, se estruturado como profissionais ou semi-profissionais; a realidade do rugby sempre teve disparidades, mas o crescimento trouxe novos desafios que precisam ser melhor discutidos. Outra grande demanda é por um projeto consistente de competições para os clubes, que contemple essas diferentes realidades – e essa é uma demanda que não é exclusiva da categoria feminina. Por último, pra me ater a algumas das demandas mais fundamentais, acho que atletas têm um papel fundamental para ajudar a dissolver essa suposta dicotomia entre desenvolvimento e alto rendimento. Algo que não sei se é uma demanda da comunidade, mas acredito que precise ser melhor trabalhado também é haver alguma consistência no reconhecimento dado aos atletas que passam pelas seleções nacionais. Sem dúvida a CBRu faz muito por seus atletas, como o programa de bolsa de estudos em parceria com a Estácio, mas apoiar a transição de carreira dos atletas (e reconhecer suas trajetórias) não se resume a isso. Mesmo fora dessas questões de impacto tangível, acho triste que muitas e muitos atletas tenham nos dado tantas alegrias vestindo a camisa da seleção, pra depois sair de cena pela porta dos fundos. Sem dúvida que as poucas homenagens que fizemos a alguns dos nossos atletas (Portugal, Ige, Nativo, Tanque, enfim) foram muito merecidas, mas eu me pergunto: e os demais? Acho fundamental que os caminhos do rugby no futuro sejam também pautados pelo cuidado e reconhecimento às pessoas que fazem o rugby acontecer, sobretudo atletas.


 

OCTÁVIO SODRÉ FERREIRA FILHO

– Como você enxerga a importância da Comissão de Atletas?

R: A comissão é essencial por ser o canal direto dos atletas com a confederação. É o local onde o atleta será ouvido para assim entender melhor as necessidades reais dos atletas.

 

– Por que você decidiu se candidatar? Em quais aspectos você crê que agregará muito à Comissão?

R: Me candidatei por acreditar que a comissão ajudará aos atletas a terem voz e compartilhar suas expectativas quanto ao esporte, levando as reais necessidades para o Conselho. Agregarei com meu conhecimento como gestor de clube ajudando a comunidade a melhorar cada vez mais suas condições no Rugby.

 

– Quais as principais demandas da comunidade que você entende serem as mais importantes hoje para serem levadas ao Conselho?

R:

– lugar para treinar/jogar

– plataforma para ensinar jogadores, treinadores, interessados

– plataforma para compartilhar e ajudar a montar treinos

– plataforma para ajudar a conseguir patrocinadores

– plataforma para gestão de pequenos times

– um portal para integração entre atletas, jogadores, torcedores, etc