Jordie Barrett. Foto: Hurricanes

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ARTIGO OPINATIVO – Nosso comentarista Francisco Isaac traz os destaques da 7ª rodada do Super Rugby!

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Os Blues continuam a surpreender nesta temporada com quatro vitórias consecutivas, os Hurricanes têm conseguido sobreviver à saída de Beauden Barrett e os Brumbies são mesmo um dos alvos a abater nesta temporada… ou seja, para esta 7ª jornada escolhemos um jogador de cada uma destas franquias… mas será que escolhemos os jogadores certos?

 

RIEKO IOANE (BLUES)

4 jogos, 4 ensaios e 400 metros conquistados (ou perto disso), números mínimamente interessantes para Rieko Ioane, um dos elementos essenciais do plantel dos Blues de Leon McDonald e foi vísivel isso tanto nos jogos com os Stormers, Hurricanes e, agora, na recepção aos Lions. O centro bisou no encontro com dois ensaios de “simples” que demonstram a fisicalidade, a força, capacidade de engenho de se soltar da placagem (6 tackle busts em todo o encontro) e uma facilidade para mudar de velocidade só ao alcance dos maiores do Planeta da Oval pautando uma exibição de soberba qualidade também no aspecto defensivo onde conseguiu silenciar constantemente Elton Jantjies, para além daquela placagem que tira capacidade de respirar aos seus alvos.

McDonald conseguiu desenvolver um sistema de jogo que beneficia as capacidades de Rieko Ioane tanto na obtenção de oportunidades para entrar no contacto como de conseguir fazer a bola “girar”, sendo este factor bem visível nas excelentes combinações que o centro constrói com Mark Telea ou Joe Marchant nas pontas, e quando o All Black consegue estar num bom nível em ambos os parâmetros todo o jogos dos Blues transforma-se.

As duas quebras-de-linha, os seis defesas batidos, as oito placagens são outros números minimamente cativantes para perceber o quão importante tem sido Rieko Ioane, ficando na expectativa como irá melhorar quando Beauden Barrett entrar em campo como o criador de jogo dos Blues.

 

JORDIE BARRETT (HURRICANES)

É um atleta tecnicamente bem apetrechado e que tem a seu serviço uma panóplia de “truques” que o tornam um bem essencial para os Hurricanes, apesar de viver numa “montanha-russa” em termos de qualidade nas suas prestações, conseguindo fantasiar jogadas inimagináveis num momento como é capaz de deitar tudo a perder e oferecer uma intercepção fácil aos seus adversários. Em 2020, tem se visto um crescimento exponencial do polivalente 3/4’s da franquia de Wellington e a forma como conseguiu ser decisivo na visita ao “baluarte” dos Chiefs mostra que dentro de si existe um jogador pronto para ser uma das referências na camisola nº15 quer seja a nível das franquias neozelandesas como dos próprios All Blacks.

Se o pontapé de penalidade aos 83 minutos não basta para convencer os adeptos do crescimento em termos de maturidade mental, então basta olhar para a forma como mostrou ser sempre uma ameaça quando aparecia na linha de ataque da franquia de Wellington, com uma excelente assistência para o ensaio madrugador de Ben Lam – genial  como consegue recolher a bola no chão para depois acelerar e ter a clarividência de meter a oval nas mãos do ponta – somando ainda 120 metros de conquista territorial e uma série de defesas batidos.

Os pontapés foram quase todos eles de qualidade, tendo só falhado duas tentativas de penalidade de um total de cinco cobradas. Ou seja, dos 18 pontos possíveis o defesa foi capaz de somar 12 todos eles essenciais para garantir uma vitória inesperada dos Hurricanes no campo de um dos candidatos ao título, com Jordie a mostrar que ele pode ser o mestre de uma nova era para a equipa sediada em Wellington.

 

CADEYRN NEVILLE (BRUMBIES)

Pode ter 31 anos, nunca ter conquistado qualquer título ou meta no Super Rugby, nem ter chegado aos Wallabies, mas a verdade é que Cadeyrn Neville tem conquistado o seu lugar nos Brumbies de forma merecida, impondo-se como um daqueles 2ªs linhas de outros tempos que tanto faz falta a um rugby cada vez mais futurístico. O lock somou uma exibição fisicamente demolidora, placando os seus rivais dos Waratahs por 17 ocasiões (100% de eficácia) registando 5 encaixes dominadores com o ombro, tendo sido um dos jogadores que estimulou constantemente a equipa de Canberra a querer se impor dentro das quatro-linhas.

100% nas altitudes, foi capaz de ainda pilhar duas bolas dos Waratahs neste sector dos alinhamentos, elevando-se nos ares com elegância e bravura, dando ainda aquele reforço essencial na construção da formação-ordenada outro parâmetro de jogo onde os Brumbies arrasaram por completo os ‘tahs. Conseguiu ser responsável pelo 3º ensaio da sua equipa, com um pique comum mas que não houve forma de pôr fim, garantindo um trabalho contínuo que se espera dos homens do 5 da frente.

Pode não ter “glórias” em seu nome, mas a verdade é que tem sido um dos reforços da temporada para o Fair Play seja pela habilidade nas fases estáticas, na lealdade e compromisso no carregar da bola ou pela forma como se aplica (e domina) na placagem.

 

Escrito por: Francisco Isaac