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habana try 2007

A França abraçou o mundo do rugby em 2007 produzindo o Mundial com maior público da história. Nos estádios, mais torcedores do que a Copa do Mundo de Futebol de 1998, realizando nos mesmos locais. Audiências recorde de TV e apenas uma mudança no formato de disputa: a partir de 2007, os terceiros colocados de cada grupo se garantiam na Copa do Mundo seguinte. Entre os 20 participantes, apenas uma novidade: a ausência do Uruguai e o debut de Portugal, que emocionou o mundo com sua equipe – toda de amadores – cantando o hino com paixão e indo às lágrimas a cada jogo. Os Lobos lusitanos arrancaram um try sobre os All Blacks e deixaram uma marca louvável na história do esporte.

Nas disputas mais quentes, a primeira zebra aconteceu logo no jogo de abertura. Os Pumas mostraram ao mundo sua força e venceram a França em Paris, 17 x 12, para o assombro geral. A Argentina ainda venceu por 30 x 15 a Irlanda, dando o troco nos verdes, e avançou em primeiro lugar de seu grupo pela primeira vez em sua história. Os Bleus se redimiram e ficaram com a segunda vaga do Grupo D, vencendo a Irlanda por 25 x 3.

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A África do Sul, por sua vez, renasceu de 2003. Os Springboks mostraram ao mundo um time completo, com John Smit, Victor Matfield, Bakkies Botha & cia dando a força a seu pack e revelando na linha a máquina de fazer tries Bryan Habana. O resultado foi uma revanche avassaladora sobre a Inglaterra, 36 x 0 no Grupo A. Tonga acabou o grupo em terceiro, deixando sua rival Samoa para trás.

No Grupo B, a Austrália passeou e Fiji aprontou para cima de Gales, que perdeu mais uma vez para uma ilha do Pacífico. Vitória por 38 x 34 e classificação fijiana às quartas-de-final. Já no Grupo C, os All Blacks passearam e a Itália decepcionou, deixando escapar a classificação com derrota por 18 x 16 para a Escócia.

As quartas-de-final foram memoráveis. Com quatro penais de Wilkinson, a Inglaterra passou no sufoco, 12 x 10, pela Austrália, enquanto a África do Sul fez 37 x 20 no bom time de Fiji. A Argentina alcançou fez história ao chegar pela primeira vez às semifinais, superando a Escócia por duros 19 x 13, enquanto a França produziu uma das maiores surpresas da história. Foi um jogo épico para os Bleus, que voltaram a eliminar os All Blacks, impondo à Nova Zelândia a pior campanha de sua história. Após encarar de frente o haka e sair atrás no placar, a França reagiu no segundo tempo e, em jogada polêmica de Michalak, Jauzion fez o try da virada sobre os neozelandeses, aos 69′. 20 x 18.

Nas semifinais, contudo, a magia dos Bleus acabou, e com um jogo fraco diante da Inglaterra, a França se despediu. Try de Josh Lewsey aos 2′ e vitória inglesa por 14 x 9, novamente com Wilkinson sendo decisivo, chutando o drop goal fatal aos 78′. Enquanto isso, o conto de fadas argentino chegava ao fim, com derrota para a poderosa África do Sul, 37 x 13, com dois tries de Habana. Mas os Pumas não estavam liquidados, e voltaram a vencer a França na decisão de terceiro lugar. 34 x 10, coroando a geração de Contepomi, Hernández, Corletto, Ledesma, Roncero & cia.

Na final, anticlímax. Um jogo sem espaços, poucas emoções, e que coroou o pragmatismo do jogo físico sul-africano. Desta vez, a batalha de penais não favoreceu Wilkinson e quem falou mais alto foi Percy Montgomery e François Steyn, que juntos chutaram cinco penais para os Boks. 15 x 9, bicampeonato para os Springboks!

 

 

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