Tempo de leitura: 2 minutos

Em ano de Copa, o blog Rugby e o Mundo nos enviou uma bela matéria de #culturaderugby, evidenciando a importância da campanha dos Pumas na Copa do Mundo de 2007. Confira já!

______
por César Augusto

Em 2007, a Argentina avançou nas semifinais da final da copa do mundo de Rugby na França. Isso mobilizou o país de maneira interessante. A programação do campeonato argentino de futebol foi alterada para atender o interesse do povo portenho em ver a partida de Los Pumas. Mas porque um país tão acostumado ao futebol resolveu assistir uma decisão de um esporte dito bretão.

- Continua depois da publicidade -

A explicação está no fato dos argentinos veem o rugby como uma forma de resistência a ditadura militar entre 1976 a 1983. Os pumas eram formados em sua maioria por universitários diante de fato de não ter uma profissionalização do esporte naquele tempo. Nas universidades, existia uma resistência contra as ordens vindas dos militares argentinos

Com o surgimento de figuras autoritárias como os generais Jorge Rafael Videla e Leopoldo Galtieri. A perseguição a oposição era intensa. Todos os argentinos desconfiavam de um grupo de quatro homens usando um Ford Falcon. Eram os agentes do regime militar prontos para desaparecer com aqueles que se opunham ao pensamento militar.

O rugby foi afetado com isso por ter jogadores que eram estudantes cujo o trágico fim que lhes foi reservado era as valas comuns, as salas de tortura e os voos da morte onde corpos dos universitários eram jogados de aviões que sobreavam o rio da plata. Cidades como Córdoba e Mar Del Plata lidavam com a estranha sensação de que os desaparecimentos estavam presentes no cotidiano local.

Com a queda da ditadura devido a derrota militar na Guerra das Malvinas. O Rugby foi reconstruído as duras penas mesmo com crises ora políticas ora econômicas. O simbolismo do Pumas era uma forma de lembrar daqueles estudantes que foram mortos por pensar diferente. Para a Argentina de 2007, era essencial assistir a semifinal da copa do mundo na TV. Era uma reconciliação com o passado pelo rugby.