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O World Rugby anunciou hoje reformas substanciais em sua organização, abrindo a participação política dentro da entidade. De acordo com a entidade máxima do rugby mundial, as mudanças anunciadas fazem parte de uma nova política de governança que busca inserir dentro da organização as nações emergentes de forma sustentável e criar um ambiente dinâmico nas esferas de decisão, adaptável às necessidade de crescimento global do esporte e servindo de modelo de governança para os esportes olímpicos.

 

As transformações dizem respeito a:

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  • – Expandir representação no Conselho da entidade;
  • – Abertura do Comitê Executivo para membros independentes;
  • – Criação de um Comitê Consultivo para o Rugby Feminino;
  • – Novo Modelo de Governança.

 

Para levar a cabo as transformações um Comitê de Transição foi nomeado, com o irlandês Peter Sutherland a frente.

 

Abertura do Conselho do World Rugby

O World Rugby modificou a distribuição de assentos em seu Conselho. Até o presente, a distribuição de vagas no Conselho era estanque e mantinha o poder da entidade nos chamados oito membros fundadores, com Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda, França, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia tendo dois votos cada. Argentina, Itália, Canadá e Japão tinham direito a um voto, igual às seis confederações continentais, o que significava que os demais países eram representados apenas indiretamente pelo mísero um voto de suas representantes continentais.

 

A reforma permitirá que as nações mais poderosas subam de dois para ate três votos, mas garantirá dois votos para as organizações continentais e criará a possibilidade para os demais países de conseguirem votos por meio de resultados dentro de campo. O sistema de designação dos assentos e votos no conselho será feito da seguinte maneira:

 

  • – Terá direito a 2 votos cada uma das seis organizações continentais (Rugby Europe, Sudamérica Rugby, NACRA, Rugby Afrique, Asia Rugby e Oceania Rugby), contanto que atendam aos requisitos de boa governança do World Rugby;
  • – Terá direito a 1 assento no conselho e 1 voto todos os países que se classificarem para duas edições consecutivas da Copa do Mundo de Rugby;
  • – Terá direito a mais 1 assento e mais 1 voto todos os países que disputam o Six Nations e o Rugby Championship;
  • – Terá também direito a mais 1 voto os países que:
    • – Realizarem investimentos na ordem de 20 milhões de libras ao longo de quatro anos em desenvolvimento;
    • – Forem candidatos a sede dos principais torneios da World Rugby para os quatro anos seguintes;
    • – Tiverem participado da Copa do Mundo de Rugby Feminino ou de suas eliminatórias nos últimos oito anos;
    • – Tiverem participação em torneios regionais de sevens ou na Série Mundial de Sevens, tanto no masculino como no feminino.

 

Em outras palavras, os países que hoje disputam o Six Nations e o Rugby Championship poderão alcançar até 3 votos, tornando os interesses sobre a participação nesses torneios ainda maior. Por outro lado, as demais nações terão a chance de conquistar até dois votos caso tenham resultados esportivos e consigam ter verba para realizar investimentos.

 

O Comitê Executivo do World Rugby, por sua vez, passará por transformações também e irá contar com doze membros, sendo um presidente, um vice-presidente, um diretor executivo (CEO) e nove membros eleitos (dois dos quais independentes). Um novo Comitê de Nomeações será formado para eleger os membros do Comitê Executivo. O Comitê de Nomeações será formado pelos membros eleitos do Comitê Executivo, não deixando por enquanto claro como será feita a abertura para a renovação do painel.

 

Nas entrelinhas

É importante notar que será necessário para qualquer país pleitear os assentos e votos no Conselho ter se classificado para as duas últimas Copas do Mundo masculinas de rugby XV, o que confere à modalidade mais importância política que o sevens ou que o feminino. Adicionalmente, o uso da libra como moeda de referência no critério dos investimentos em desenvolvimento favorece os britânicos.

 

Para mais, acesse: http://www.worldrugby.org/news/122987

 

 

 

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