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As notícias animadoras sobre o futuro profissional do rugby nas Américas seguem. Além da possibilidade da criação de um Seis Nações Pan-Americano, neste mês veio a notícia da criação da CySAR Ltd. uma entidade independente voltada para a criação de uma estrutura profissional no rugby do continente, no modelo da SANZAR do Hemisfério Sul. A iniciativa é do argentino Patricio Sandionigi, ex-atleta do Club Atletico del Rosario e atualmente coach do All Sport & Performance Academy. Como jogador suas conquistas foram inúmeras, desde campeão argentino M-20 até uma série de giras pelo mundo do rugby, já como treinador suas contribuições a novos atletas começaram em 1986 e permanecem ate hoje.

 

Confira a entrevista com Patricio.

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A Copa do Mundo de Rugby 2015, na Inglaterra, e os jogos olímpicos do Rio 2016(Brasil) estão cada vez mais próximos, qual é sua visão sobre o Rugby no cenário do esporte mundial?

Desde que se iniciaram as disputas de melhor do mundo com as copas, e a profissionalização dos atletas em 1996, o Rugby tem alcançado seu auge ao ponto de retornar como uma das modalidades olímpicas.

Ao mesmo tempo, a RWC 2015 será o Mundial de Rugby com a maior audiência histórica, impactando diretamente a região e trazendo novos participantes. Devemos nos preparar e contar com estruturas propicias para os futuros atletas.

 

 A Argentina vem impulsionando a profissionalização do Rugby continental, profissionalização essa que atingiu as outras Federações e Uniões da Região. Qual é a sua opinião sobre esse processo?

O Rugby argentino conseguiu a sua inserção nas competições de alto nível por causa da profissionalização dos seus atletas na Europa, Africa do Sul e Oceania. De fato, a partir de 2016 contará com sua própria franquia dentro do Super Rugby. Com certeza, muitas outras Federações e Uniões da Região cogitam o mesmo rumo, mas não sem antes profissionalizar suas estruturas internas.

 

 O que é o projeto CySAR e quem participa dele?

Recentemente, o presidente da World Rugby afirmou “Continuaremos garantindo o desenvolvimento do Rugby e suas estruturas, a fim de atingir a profissionalização dos jogadores”. Em sintonia com essa ideia, a CySAR Ltd é uma iniciativa privada impulsionada por treinadores, atletas e referências do Rugby continental, com o intuito de estabelecer uma Liga Regional de Rugby profissional.

Isto já acontece no resto do mundo, onde empresas Limitadas (LTDA) fazem a gestão dos torneios, tais como, Aviva Premiership da Inglaterra, o Top 14 francês, o Six Nations, o Rugby Championship e o Super Rugby.

 

Como a CySAR contribuirá para o desenvolvimento do Rugby continental?

A CySAR criará uma estrutura de Rugby profissional capaz de desenvolver o nível das competições, garantindo a difusão do jogo e trazendo benefícios econômicos para seus participantes. Os torneios envolvem o Rugby feminino e masculino, tanto de quinze, quanto de seven.

A diretoria será formada por todos os atores da cena do esporte: os jogadores, os treinadores, os dirigentes, os árbitros e auditores. Garantindo a transparência e o alcance dos objetivos.

 

Qual será o vínculo com a Confederação Sul-americana de Rugby e demais organizações?

Estamos linkados com todas as organizações, de fato a World Rugby apoia a nossa iniciativa. Porém nesta instância aguardamos pertinentemente o aval da CONSUR. Existem mais de vinte países da região prontos para participar e durante a Exco CONSUR 2015 os dirigentes pretendem debater o projeto. A discussão está na “Távola” do Rugby continental, portanto, aguardamos apenas pela sua definição.

 

O aval seria o que? Um aceite de suas atividades? Mas como as entidades estariam vinculadas?

Conforme os estatutos e funções da CONSUR e NACRA, as mesmas não podem implantar o rugby profissional no continente. Para isso, ​é preciso o suporte e auxilio de outra organização com essa função. No rugby mundial, sobram exemplos disto.

​N​o presente estamos discutindo o início das nossas atividades e o como cooperaremos entre as partes. Lembrando que o objetivo em comum é o progresso do Rugby continental em todos seus níveis.

 

Que tipo de participação e interferência teriam a CONSUR, CBRu, UAR, USA Rugby, Rugby Canada, etc?

​Há​ cooperação em t​o​do momento. Cada organização possui uma função determinada e direcionada no seu território. A maioria dos presidentes das Federações do continente, incluindo os dirigentes das associações regionais, consideram o projeto CySAR necessário e ​de ​acordo com​ a realidade do rugby mundial.

 

Qual o benefício que a CySAR geraria para elas? No Hemisfério Sul, a SANZAR não nasceu desvinculada de NZRU, ARU e SARU, e sim foi criada por elas sendo gerida por elas.

Os benefícios são em muitas áreas e para todos seus envolvidos. Lembrando que haverá cooperação e não terceirização. Por exemplo​, quantas​ seleções ​do continente ​não alcançam a quantidade suficiente de partidas internacionais no ano para garantirem seu desenvolvimento? Quantas ​Federações ​que ​se v​e​em limitadas ​as ​suas capacitações e cursos por falta de recursos humanos e/ou financeiros? E quantos atletas precisam de um torneio de alto nível para evoluir, mas não tem chances de ir para Europa, Oceania ou Ásia? Esses são alguns dos progresso​s​ que a CySAR trará à região.

Sabemos que no mundo existem diferentes modelos de gestão do rugby profissional. Nós estamos propondo este​​.

 

Existe alguma competição planejada para ser organizada pela CySAR? Como ela seria financiada? Isto é, já há estrutura para captar recursos? Já a empresas interessadas? Quem já está vinculado?

A estrutura da CySAR e seus vínculos comerciais com outras organizações permitirão a gestão das competições planejadas e o resto das suas atividades. Atualmente contamos com empresas e organizações envolvidas tanto do continente quanto do exterior. Ao mesmo tempo sabemos que chegarão novos interessados após sua implementação.

Hoje em dia, estão vinculadas muitas pessoas. Citar alguns​, ​ só não seria justo​, ​ nem oportuno. Mas nas fileiras da CySAR convivem destacados ex-jogadores das melhores seleções do mundo, atletas de alto rendimento, importantes treinadores de diferentes continentes, dirigentes de primeira linha conhecidos pela gestão e transparência, árbitros experientes e muitas outras pessoas compromissadas com os valores do rugby e o progresso regional.