Foto: Warren Little - World Rugby via Getty Images

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ARTIGO COM VÍDEO – Uma das maiores surpresas da história da Copa do Mundo de Rugby e certamente o maior feito da história do rugby do Uruguai. Em Kamaishi, a pequena cidade que tem uma linda história de recuperação (após ser destruída por um tsunami), o Uruguai produziu sua própria história de superação, derrotando Fiji por 30 x 27 em jogo épico.

Fiji havia impressionado na estreia oferecendo dura resistência contra a Austrália e foi ao jogo com o Uruguai com um elenco basicamente reserva, rodando seu plantel por conta do pouco tempo de descanso entre um jogo e outro. Porém, os fijianos não se prepararam bem para as mudanças e foram surpreendidos por uma defesa perfeita dos Teros, que ainda contaram com a imperícia dos chutes de Fiji, que poderia ter vencido se não fossem 4 conversões desperdiçadas.

O jogo começou com Fiji encontrando cedo o caminho para o try, em bela ação de lateral, com Dolokoto correndo pelo lado cego. Porém, os uruguaios mostraram uma combatividade implacável no contato físico e foram levando os fijianos aos erros. Aos 13′, Fiji errou, a bola sobrou no chão para o hooker Kessler voar e desferir um brilhante offload para Santiago Arata disparar, driblar dois fijianos e cravar um lindo try, com a conversão virando o placar para os Teros.

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Fiji respondeu com paciência, com Mawi marcando try em pick and go. No entanto, o Uruguai mostrou competência na mesma moeda e, após lateral, Leindekar ganhou metros no contato e Diana cravou o segundo try sul-americano, vindo bem no apoio. Logo na sequência, o Uruguai ainda puniu outro erro fijiano, agora em recepção de chute. Arata deu um tapa esperto na bola, Mieres colidiu com a defesa fijiana, ganhou a marca e Rodrigo Silva arrancou para servir Juan Manuel Cat com offload para um lindo try uruguaio. Fiji provou do seu próprio veneno, parecendo nocauteado.

O saldo do primeiro tempo poderia ter sido ainda pior para os fijianos, com Vilaseca quase conseguindo o quarto try, ao voar para apanhar a bola no in-goal, mas sem conseguir o apoio. Berchesi ainda arrematou um último penal, levando o jogo ao intervalo em surpreendentes 24 x 10 para os sul-americanos.

O segundo tempo começou com Matavesi perdendo penal para Fiji, que atônito tentou capitalizar com 3 pontos (mostrando que sentia a dificuldade do jogo). Não foi um dia nada bom para Matavesi, mas a reação fijiana viria. Aos 47′, Ratuva atropelou a defesa celeste e Ratuniyarawa veio no apoio para cravar o terceiro try alvinegro.

Fiji começou a mexer em seu time, sentindo a dificuldade de passar pela defesa uruguaia, apesar de ter mais posse de bola e território. Os erros e os penais, contudo, seguiram afetando Fiji. Berchesi não teve sorte com penal aos 55′, mas não errou nova chance aos 60′. Já sob intensa pressão pelo fantasma do insucesso que dava as caras, Fiji só conseguiu seu try aos 66′ com o scrum-half Matawalu, que parecia melhorar o time desde sua entrada. No entanto, os celestes seguiram induzindo os fijianos aos erros e, aos 75′, Berchesi chutou o penal crucial que colocou mais de um try de frente para o Uruguai. O jogo estava ganho.

No fim, Fiji pressionou querendo o try para sair de campo com 2 bônus (ofensivo e defensivo), minimizando o prejuízo para ainda ter chances na competição. O try custou, mas saiu. Primeiro, Matawalu deu passe para Matavesi marcar o try, mas Etcheverry foi perfeito no tackle. A pressão acabou seguindo e com o tempo esgotado Matawalu cravou o último try de Fiji. Uruguai 30 x 27. Festa memorável em Kamaishi!

O Uruguai volta a campo no dia 29 contra a Geórgia. Caso vença, deverá ficar com um histórico terceiro lugar no Grupo D e conseguir vaga antecipada ao Mundial de 2023. Fiji terá tempo para por a cabeça no lugar e enfrentará a própria Geórgia no dia 3 de outubro apenas.

27versus copiar30

Fiji 27 x 30 Uruguai, em Kamaishi

Árbitro: Pascal Gaüzère (França)

Assistentes: Angus Gardner (Austrália) e Andrew Brace (Irlanda) / TMO: Marius Jonker (África do Sul)

Fiji

Tries: Matawalu (2), Dolokoto, Mawi e Ratuniyarawa

Conversões: Matavesi (1)

15 Alivereti Veitokani, 14 Filipo Nakosi, 13 Semi Radradra, 12 Jale Vatubua, 11 Vereniki Goneva, 10 Josh Matavesi, 9 Henry Seniloli, 8 Leone Nakarawa, 7 Mosese Voka, 6 Dominiko Waqaniburotu (c), 5 Api Ratuniyarawa, 4 Tevita Ratuva, 3 Manasa Saulo, 2 Mesulame Dolokoto, 1 Eroni Mawi;

Suplentes: 16 Tuvere Vugakoto, 17 Campese Ma’afu, 18 Lee-Roy Atalifo, 19 Tevita Cavubati, 20 Samuel Matavesi, 21 Nikola Matawalu, 22 Ben Volavola, 23 Levani Botia;

Uruguai

Tries: Arata, Diana e Cat

Conversões: Berchesi (3)

Penais: Berchesi (3)

15 Gaston Mieres, 14 Nicolas Freitas, 13 Juan Manuel Cat, 12 Andres Vilaseca, 11 Rodrigo Silva, 10 Felipe Berchesi, 9 Santiago Arata, 8 Manuel Diana, 7 Santiago Civetta, 6 Juan Manuel Gaminara (c), 5 Manuel Leindekar, 4 Ignacio Dotti, 3 Diego Arbelo, 2 German Kessler, 1 Mateo Sanguinetti;

Suplentes: 16 Guillermo Pujadas, 17 Facundo Gattas, 18 Juan Pedro Rombys, 19 Franco Lamanna, 20 Juan Diego Ormaechea, 21 Agustin Ormaechea, 22 Felipe Etcheverry, 23 Tomas Inciarte;

 

 PaísApelido/SímboloJogosPontos
Grupo A
JapãoBrave Blossoms419
IrlandaShamrock (Trevo)416
EscóciaThistle (Cardo)411
SamoaManu Samoa45
RússiaMedvedi (Ursos)40
Grupo B
Nova ZelândiaAll Blacks416
África do SulSpringboks415
ItáliaGli Azzurri412
NamíbiaWelwitschias42
CanadáCanucks42
Grupo C
InglaterraRed Rose (Rosa)417
FrançaLes Bleus415
ArgentinaLos Pumas411
Tonga'Ikale Tahi46
Estados UnidosEagles40
Grupo D
GalesDragons (Dragões)419
AustráliaWallabies416
FijiFlying Fijians47
GeórgiaLelos45
UruguaiLos Teros44

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