Papalii. Foto: Blues

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Finalmente, rugby e logo com uma série de dérbis entre as franquias neozelandesas que vão nos possibilitar ver alguns dos melhores jogos de 2020! Depois de termos explicado as novas leis, os retornos, os factor-X e as novidades, é altura de recomendamos 5 jogadores que para o Fair Play são tidos como especiais e de grande futuro para o rugby “kiwi”.

Um por franquia… qual deles o mais especial?

 

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Tyral Lomax (Highlanders)

Surpreendeu nos Highlanders em 2019 e merecia ter sido cogitado para estar presente no elenco dos All Blacks que esteve presente no Mundial de Rugby, tendo assinado pelos Hurricanes. Esta temporada começou como titular na franquia de Wellington e começou a colecionar elogios e boas exibições, oferecendo aquilo que os ‘canes desesperaram por nas últimas duas épocas, impondo-se com qualidade nas formações-ordenadas, ostentando uma fisicalidade de categoria e um par de qualidades técnicas de valor.

Contudo, na recepção aos Blues em Março passado, caiu no erro de cometer uma placagem sem braços e alta, recebendo não só o cartão vermelho como três semanas extra de suspensão. Os Hurricanes agora esperam pelo retorno do pilar para esta competição interna, especialmente para segurar a formação-ordenada, garantir uma durabilidade total no cinco da frente e manter aquele nível exibicional que pode voltar a merecer uma chamada para os All Blacks, como aconteceu em 2018. Lomax vai ser uma das referências do bloco de avançados desta franquia não para o futuro, mas já para o presente e merece toda a atenção daqueles que apreciam observar primeiras-linhas em ascensão!

 

Will Jordan (Crusaders)

Espectacularmente rápido, estupidamente brilhante e puramente genial, são alguns dos epítetos que se podem colar ao wonderkid dos Crusaders, de seu nome Will Jordan! Poderíamos destacar aqui o especial asa Tom Christie ou Cullen Grace, mas optámos pelo ponta/defesa dos saders muito devido à sua capacidade para alterar um jogo por completo, seja através de uma extraordinária arrancada ou uma quebra-de-linha improvável que eleva o dinamismo de jogo para outro patamar.

Estreou-se em 2019 no Super Rugby, com 8 ensaios em 9 jogos, o que lhe valeu uma atenção especial do público neozelandês, já que apresentou/apresenta todas aquelas qualidades especiais de um puro atleta fadado para chegar aos All Blacks: criatividade alucinante, visão de jogo ponderada e que facilmente é explorada, inteligência redobrada, skills de fina qualidade e uma percepção especial para perceber onde a bola vai cair após um pontapé. Na temporada actual mantém a mesma bitola, com 3 jogos, 2 ensaios e 3 assistências, assumindo-se como um novo Damian McKenzie mas formatado ao estilo de jogo dos Crusaders. Se David Havili, George Bridge, Sevu Reece ou Manasa Mataele não conseguirem brilhar lá “atrás”, não há dúvidas que o multifacetado ponta/defesa de 21 anos vai agarrar na oval e transformar um comum lance de ataque numa jogada de ataque de ensaio iminente.

Quinn Tupaea (Chiefs)

É um baby black de categoria e que rapidamente caiu nas boas graças de Warren Gatland, “capturando” a titularidade na maior parte dos jogos dos Chiefs nesta temporada, apresentando-se como um jogador destinado a outros voos. O centro tem um talento puro para abrir espaços na muralha defensiva contrária, analisando rapidamente os erros possíveis do adversário para depois os explorar de forma simples, limpa e lúcida, abrindo caminhos para boas oportunidades ofensivas. A velocidade aliada ao incrível poder de handling tornam-no uma constante ameaça especialmente quando tem espaço para explorar junto dos corredores, encaixando-se na perfeição com Anton Lienert-Brown, Solomon Alaimalo e Damian McKenzie como já se viu na presente época.

Os 20 anos são apenas um número, já que quando entra dentro de campo mostra todo um entendimento apurado de como pode mudar um jogo de forma constante, sendo essencialmente um daqueles produtos da nova escola do rugby kiwi… se mantiver a forma neste Aotearoa, não há dúvidas de que vai ser um dos melhores jovens a despontar nestes 8 jogos que se seguem para os Chiefs.

Josh Ioane (Highlanders)

É, neste momento, o jogador que mais tem sofrido com as alterações tácticas professadas por Aaron Mauger, uma vez que foi deslocado para a posição de 2º centro quando devia estar como médio-de-abertura da formação dos Highlanders. Neste retorno das franquias “kiwis” à competição, será essencial para a franquia mais a sul da Nova Zelândia conseguir jogar no seu lugar habitual de forma a não só mostrar o seu melhor rugby, mas também de conferir a vitamina estratégica que os landers precisam para voltar a um rugby mais entusiástico e minimamente atractivo, depois de terem sido uma das piores franquias até à 7ª ronda do Super Rugby 2020.

Ioane é um especialista no jogo ao pé, vocacionado para aplicar uma constante pressão ao adversário em termos de recuar no terreno para ir buscar a oval, sem esquecer dos detalhes técnicos no jogo à mão que fazem-no de um 3/4’s de excelente qualidade que esteve muito perto de marcar presença no Rugby World Cup 2019 e merecem que o coloquem como nº10 nesta competição regional do Super Rugby.

Dalton Papalii (Blues)

Os Blues retornaram em grande nesta temporada e tem quase tudo a ver com o plantel de qualidade que apresentam, com várias soluções para todas as posições, seja no cinco da frente (têm quatro segundas-linhas de qualidade), aberturas (Beauden Barrett, Dan Carter e Otere Black), centros (TJ Faiane, Rieko Ioane ou Tanielu Tele’a), primeiras-linha, pontas (Joe Marchant e Mark Telea deverão manter a titularidade) e na terceira-linha, onde despontam vários nomes desde Akira Ioane, Blake Gibson, Tom Robinson, Hoskins Sotutu e Danlton Papalii.

É precisamente o asa de 22 anos – e já All Black por três ocasiões – tem sido um dos enforcers dos Blues na defesa, tanto a “pescar” a oval no breakdown ou a derrubar os maiores fura-linhas adversários, e no ataque é um dos chargers mais dotados da franquia de Auckland, revelando um poder de choque intimidador. É um 3ª linha refinado e cada vez mais fundamental na lógica de jogo de Leon MacDonald, imprimindo uma agressividade na resposta defensiva e no contra-ataque, com uma mentalidade vencedora que nesta equipa dos Blues faz falta nos momentos críticos da época.