Jonny May. Foto: @ruasmidia

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A Premiership ainda aguarda por um potencial retorno e assim ter um desfecho justo dentro de campo, mas as equipas que compõem este ramalhete da principal divisão do rugby inglês já estão a preparar a próxima temporada e entre as várias excelentes contratações confirmadas, o Fair Play escolheu cinco para explicar o porquê de serem consideradas as melhores!

 

Semi Radradra (Bristol Bears)

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Independentemente da posição em que jogue, Semi Radradra é um jogador sensacional e bem acima da média, detentor de uma série de habilidades extraordinárias que levam o público ao alvoroço e possibilitam à sua equipa subir um degrau na qualidade geral de jogo. Com esse pensamento em mente, os Bristol Bears – que têm crescido de ano para ano e são forçosamente candidatos ao título na próxima época – conseguiram convencer o polivalente fijiano a trocar o projecto dos Bordeaux-Bêgles (estavam em 1º do PRO14 quando a época sofreu uma paragem e posteriormente um cancelamento) a troco de algumas milhões de libras, fornecendo uma excelente solução para o XV dirigido por Pat Lam!

Com Radradra, os Bears poderão apresentar um três de três formidável compondo um trio sensacionalmente ameaçador com Luke Morahan e Charles Piutau, contudo podendo também fazer parelha no par de centros com Siale Piutau ou Piers O’Conor. Ou seja, o internacional por 6 vezes pelas Ilhas Fiji (tem 3 ensaios marcados) e ex-lenda do Rugby League, pode elevar a capacidade de offload rápido dos Bears, sem esquecer aquela passada elétrica, a genialidade destrutiva na condução de bola e um poderio espectacular na placagem.

Jonny Gray (Exeter Chiefs)

Os Chiefs são das equipas que melhor se organizam no Planeta da Oval, equilibrando a equipa ano após ano de forma inteligente e eloquente. Exemplo: perderam Nic White (regressou à Austrália), Enrique Pieretto (Warriors), Sam Hill e Matt Kvesic (foi para os rivais dos Worcester Warriors) mas conseguiram “capturar” Corey Baldwin, Aaron Hinkley, Sam Hidalgo-Clyne (o formação está a ressurgir no panorama internacional depois de dois anos pouco positivos) e Jonny Gray.

O irmão mais novo dos Gray, foi anunciado em Fevereiro passado e acabou por ser uma daquelas surpresas que ninguém esperava, já que parecia estar destinado a fazer uma carreira dedicada aos Glasgow Warriors, juntando-se assim a Stuart Hogg, outro antigo jogador da “franquia” escocesa de Glasgow. Gray vai trazer não só dimensão nos alinhamentos ou capacidade de encaixe nas formações ordenadas, mas também intensidade na estratégia defensiva, exigência de ter o colectivo afinado e virtuosismo nas entradas no contacto, não sendo aquele típico segunda-linha de funções mínimas. Os Chiefs podem assim combinar o internacional escocês com Sam Skinner ou Dave Dennis, vislumbrando-se um aditivo fundamental para o clube da região de Devon que quer ser o novo juggernaut do rugby inglês.

Jonny May (Gloucester)

Bom filho a casa retorna, não é Jonny May? O espectacular ponta confirmou em Janeiro passado que iria ser novamente jogador do Gloucester, depois de quatro épocas de serviço aos Leicester Tigers e promete ser uma flecha apontada à área de ensaio contrária. May foi atleta dos Cherries entre 2009 e 2017, completando mais de 150 jogos e 50 ensaios configurando-se como uma das referências de um clube que continua a procurar o caminho para se tornar um candidato crónico ao título inglês. Com a chegada do internacional inglês, o Gloucester enriquece a sua panóplia de opções para o trio-de-trás que conta com Charlie Sharples, Matt Banahan, Ollie Thorley e, a nova sensação galesa, Louis Rees-Zammit.

Jonny May é dos pontas mais prolíferos do rugby inglês, com 80 ensaios concretizados em 12 temporadas em Inglaterra, somando-se ainda os 29 toques de meta ao serviço da selecção de Sua Majestade e não há dúvidas que será uma peça fulcral no desenho do novo treinador do Gloucester, David Humphreys. May tem uma leitura de jogo ao nível do ataque só à altura dos maiores, incrivelmente genial nos pormenores técnicos de corrida seja pela troca de pés irresistível ou pela finta de passe que já paralisou vários placadores, para além das excelentes aptidões na recepção ou captura de pontapés, existindo uma série de outros particularismos que o elevam como uma das contratações mais interessantes para a próxima temporada.

Tyrone Green (Harlequins)

Os Harlequins podem ter perdido Nick Auterac, Travis Ismael e Kyle Sinckler, mas foram capazes de “pescar” três reforços na África do Sul que serão adições de enorme valor para o futuro-próximo do clube londrino: Andre Esterhuizen (centro), Wilco Louw (pilar) e Tyrone Green (ponta), sendo este último o nome que vale a pena analisar. Green estreou-se pelos Lions no Super Rugby em 2018 com apenas 18 anos de idade e demonstrou desde o primeiro dia que era um caso muito sério quando tinha espaço no corredor para acelerar e inventar alguma solução para o ataque da franquia de Joanesburgo. Em 2020 foi titular em todos os jogos dos Lions e sedimentou a sua posição como um ponta inteligente, fisicamente duro e caprichoso nos offloads, estranhando-se portanto a sua saída para Inglaterra quando estava no caminho de começar a ser uma referência dentro do emblema sul-africano.

Num elenco que tem Chris Ashton, Vereniki Goneva, Gabriel Ibitoye e Nathan Earle para jogar nas camisolas 11/14, Green terá que mostrar o porquê de ser considerado um dos baby boks mais interessantes da geração de 1998, lembrando ainda que pode jogar como defesa caso seja necessário (Mike Brown é o detentor do nº15 nos Quins), sendo um jogador versátil e de fácil adaptação. É mais uma pérola do rugby sul-africano que será trabalhada com cuidado pelo rugby inglês e nada melhor que os Harlequins para o ensinarem o caminho de se tornar um ponta eficiente, poderoso e equilibrado.

Kyle Sinckler (Bristol Bears)

bad boy da primeira-linha da Inglaterra decidiu causar choque ao anunciar que ia deixar os Harlequins, o seu clube desde os 18 anos de idade, para ingressar nas opções dos Bristol Bears a partir de Agosto de 2020. Foi uma das bombas do mercado de transferências em Inglaterra, já que Sinckler estaria perto de renovar contrato com a formação londrina e apanhou o clube e adeptos desprevenidos. Mas Sinckler pode ser um game changer para o emblema de Bristol? Sem discussão. O pilar vai rapidamente se tornar a referência nos Bears, seja pela sua categoria no trabalho nas fases-estáticas, onde tem sido rei e senhor na selecção inglesa desde 2019, ou na forma como facilmente sai disparado de uma placagem para criar uma situação de ataque perigosa, como aconteceu contra a Austrália no Mundial de Rugby em 2019.

Era uma das pechas dos Bristol Bears e fica assim resolvida com a chegada do pilar de 27 anos que promete semear o terror agora ao serviço de um clube que tem como objectivo conquistar a liga inglesa nos próximos 5 anos. Boa decisão de Kyle Sinckler ou precipitada?