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Os All Blacks são os primeiros campeõesdo novo The Rugby Championship! A conquista veio com uma grande e irrepreensível vitória sobre os Pumas no Estadio Único de La Plata, naquele que era tido como o jogo mais aguardado do ano na Argentina. Uma vitória por 54 x 15, que não deixou dúvidas sobre quem é de fato o melhor time do mundo.

Após fazer grande partida em Wellington, que terminou em derrotapor 21 x 5, depois de grande primeiro tempo alviceleste, os argentinos estavam confiantes de que esta poderia ser a primeira vitória sobre a Nova Zelândia. O sonho de igualar o feito dos Pumas de 1985 que, liderados por Hugo Porta, empataram com os All Blacks em Buenos Aires por 21 x 21 estava mais do que vivo em La Plata. A torcida, que lotou o estádio, empurrava a todo momento, e explodiu com um início sensacional dos Pumas. Logo aos 7′, Landajo conseguiu uma brilhante corrida costurando a defesa neozelandesa para cravar o primeiro try do jogo, não convertido. 

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Os All Blacks se reuniram rapidamente no in-goal, e aquela conversa certamente mudou tudo. Necessitando da vitória para não ter que decidir o título no Soweto contra os arquirrivais Springboks, os Homens de Preto ressurgiram com muita força, demorando apenas 8 minutos para virar o placar. Após Marcelo Bosch desperdiçar um penal de longa distância para os Pumas, os All Blacks embalaram um poderoso ataque e, em grande jogada de Ma’a Nonu, Aaron Smith recebeu a bola e correu livre para o primeiro try neozelandês. A conversão de Carter virou o placar para 7 x 5.

A Nova Zelândia ganhou o controle do jogo, e passou a ter o domínio territorial. Após bela ação de Liam Messam, os All Blacks ganharam um penal, que Carter não desperdiçou, abrindo 10 x 5. Os erros sucessivos abalaram os Pumas, e sua defesa se desorganizou. Aos 19′, a jogada neozelandesa pela ponta encontrou Cory Jane, que correu para o segundo try dos visistantes, deixando atônito o estádio. 17 x 5.

Mesmo diante das adversidades e do domínio completo dos campeões mundiais, os argentinos não se acanharam e foram para cima, arrancando um penal que Hernández não desperdiçou, reduzindo para 17 x 8. O troco, contudo, foi instantâneo, e os Pumas cederam um penal logo no reinício, quebrando a reação. De longo distância, Carter converteu. 20 x 8. E 2 minutos depois, Julian Savea praticamente liquidou a fatura, cravando o terceiro try neozelandesa, com corrida fulminante pela ponta, roubando a bola e quebrando os tackles. O ritmo dos All Blacks seguiu inabalável, e os Pumas claramente não suportaram a velocidade imprimida ao jogo. Savea, em nova grande jogada, cravou o quarto try na velocidade, fazendo 32 x 8, encerrando o primeiro tempo com estilo. E um primeiro tempo emblemático, já que os Pumas começaram com tudo, mas os neozelandeses assumiram verdadeiramente a condição de campeões mundiais, passou por cima dos adversários.

Logo no início do segundo tempo, os Pumas ganharam um penal, e optaram pelo chute pela lateral, para buscar o try, sendo muito aplaudidos na ocasião. Os Pumas formaram um belo volante, mas cometeram um penal a poucos metros do try. Os argentinos seguiram pressionando, e Gonzalo Camacho achou o caminho do try, rompendo com muita raça adefesa neozelandesa, para o delírio da torcida, que de forma alguma havia deixado de apoiar. 32 x 15 com a conversão de Hernández.

Durou pouco a reação do time da casa. Os All Blacks rapidamente se recompuseram e passaram a pressionar, arrancando um penal no ataque. Em busca de mais pontos, os All Blacks optaram pelo lateral, e a boa sequência da jogada foi preamida. Em rápida troca de passes, a linha dos Homens de Preto inverteu o jogo e encontrou Cory Jane na ponta, que correu para mais um try, acabando com a nova tentativa de reação da Argentina. 37 x 15.

Mesmo com o try de Jane, a torcida argentina seguiu apoiando, vaiando sonoramente um tackle alto neozelandês, por um lado, e aplaudindo com vontade a saída de Carizza, lesionado, reconhecendo os esforços de sua equipe, por outro lado. Os dois técnico efetuaram algumas substituições, com Steve Hansen já pensando no duelo com a África do Sul. E suas substituição não alteraram o ritmo dos All Blacks. Aos 59′, Aaron Cruden abriu espaço e encontrou Ma’a Nonu, que avançou para o try, fazendo 44 x 15.

E ainda cabia mais. Pouco depois do try de Nonu, Cruden arrematou um penal para os postes, fazendo 47 x 15. No último lance da partida, os All Blacks deram números finais à partida com mais um try, o terceiro (hat-trick) de Cory Jane! Espetáculo dos pontos neozelandeses na partida, e 54 x 15 no placar. Aplausos ao título neozelandês, e canto de incentivo aos Pumas: “ole ole ole ole, Pumas, Pumas”. Vitória incostestável dos All Blacks contra uma equipe dos Pumas que não aguentou o ritmo imposto pelo oponente, caindo por conta de sua ansiedade em fazer história. Foi a mais fraca partida da Argentina no Championship, e a melhor dos All Blacks.

Em breve, o artigo da experiência do Portal do Rugby no Estadio Único de La Plata. Estivemos lá, mas pedimos desculpas pelos problemas que tivemos de conectividade, que nos impediram de fazer a grande cobertura que esperávamos.

 

The Rugby Championship copiar

The Rugby Championship

UAR1554all blacks

Argentina 15 x 54 Nova Zelândia, em La Plata

 

Pumas

Tries: Landajo e Camacho

Conversões: Hernández (1)

Penal: Hernández (1)

 

All Blacks

Tries: Jane (3), Savea (2), Aaron Smith e Nonu

Conversões: Carter (3) e Cruden (2)

Penais: Carter (2) e Cruden (1)

 

Árbitro: Jaco Peyper (África do Sul)