Tempo de leitura: 5 minutos

NZ Wallabies 2012 1

Cerca de 77 mil torcedores compareceram ao ANZ Stadium, em Sydney, Austrália, para acompanhar a partida de abertura do tão aguardado Rugby Championship, o renovado campeonato de seleções da SANZAR. O duelo era mais do que especial: Wallabies, atuais campeões do Tri Nations (versão antiga do Rugby Championship), contra All Blacks, atuais campeões mundiais. De quebra, o super duelo ainda valia como o primeiro da série de 3 jogos entre australianos e neozelandeses válidos pela Bledisloe Cup, tradicional troféu dado ao vencedor dos confrontos anuais entre Austrália e Nova Zelândia. 

E a partida não decepcionou. Após um ótimo inicio de jogo dos All Blacks, a Austrália reagiu e quase conseguiu a virada. No entanto, no último lance, a Nova Zelândia conseguiu os pontos necessários para garantir a vitória fora de casa e impedir que os Wallabies saíssem de campo com ao menos um ponto-bônus defensivo. 27 x 19 para os neozelandeses, e 4 pontos garantidos na tabela de classificação.

- Continua depois da publicidade -

O jogo começou melhor para os australianos, que abriram o placar logo aos 2′ com um penal chutado por Berrick Barnes, que ocupou a vaga de abertura no lugar de Quade Cooper. Em questão de pouco tempo, os All Blacks impuseram seu ritmo de jogo, e conquistaram a superiordade na partida. Aos 8′, veio o primeiro grande momento dos visitantes, com Liam Messam conseguindo boa infiltração após belo offload de Ma’a Nonu. Os neozelandeses foram premiados com um penal, que Carter não desperdiçou, 3 x 3.

A Nova Zelândia seguiu melhor na peleja, e o primeiro try do jogo não tardou. Aos 12′, os All Blacks encaixaram ótima jogada em velocidade com a sua linha, explorando as falhas de posicionamento dos Wallabies. Após passe do sempre endiabrado Sonny Bill Williams, Israel Dagg correu para assegurar o primeiro try neozelandês, convertido por Carter. 10 x 3.

O dominio neozelandês na partida passou a ser completo, impondo grande pressão sobre os australianos no campo ofensivo. Aos 16′, Barnes errou um passe dentro da área de 22 metros, que obrigou Beale a encontrar uma solução já dentro do in-goal. Os rápidos passes encontraram Ashley-Cooper, que foi capaz de tirar a bola de sua meta na corrida.
Na sequência, os Homens de Preto impuseram pressão no lateral Wallaby, arrancando um precioso penal em boa hora. Carter novamente foi implacável, 13 x 3.

Aos 23′, os Wallabies enfim conseguiram um bom momento ofensivo, com Will Geania fazendo grande jogada e levando os aussies a pressionarem dentros dos 22 metros da Nova Zelândia. Os kiwis resistiram com louvor à pressão e se safaram. Aos 30′, Higginbothan teve uma grande chance de disparar em contra-ataque, após boa jogada de Barnes e Beale, mas perdeu o controle da bola.

Quem não faz, leva. A resposta dos neozelandeses veio com estilo aos 32′. Após colocaram os Wallabies dentro da linha de 22, os All Blacks encaixaram uma rápida troca de passes, com Nonu brilhantemente desarrumando o posicionamento australiano. Os passes encontraram Cory Jane na ponta, que correu para o segundo try do jogo, desta vez não convertido por Carter. 18 x 3.

A Austrália foi para cima em busca de reduzir o prejuízo antes do intervalo, e foi bem-sucedida. Digby Ioane conseguiu grande infiltração na defesa All Black, e Will Genia conduziu muito bem a jogada nas 22, para servir Nathan Sharpe, que cravou encontrando o espaço entre a defesa rival. Try em grande hora, e convertido por Barnes. 18 x 10 ao final do primeiro tempo. Com o domínio nos minutos derradeiros, Austrália conseguiu inverteu a situação do jogo, indo para o intervalo com 57% de posse de bola e de território. A diferença esteve os turnovers, com os neozelandees levando vantagem de 9 x 6.

Os anfitriões começaram muito bem o segundo tempo, arrancando um penal logo no início, para Barnes reduzir a diferença para 13 x 18. Contudo, pouco depois, aos 46′, David Pocock cometeu penal no ruck, e Carter não perdoou, fazendo 21 x 13. A Austrália não perdeu seu ritmo e, aos 49′, Barnes arrematou novo penal, deixando o marcador em 21 x 16. O segundo tempo seguiu muito bom e, pouco depois, a Nova Zelândia quase fez novo estrago, puxando rápido contra-ataque, que não teve prosseguimento com Dagg.

Os Wallabies seguiram dominando as estatisticas, tendo os Homens de Preto superioridade apenas na quantidade de tackles aplicados e nas corridas. Diante do quadro, os neozelandeses não hesitaram em arrematar um penal de 51 metros aos postes, mas Carter não foi feliz. A tentativa valeu para recolocar os kiwis nos trilhos, e não tardou muito para conseguirem voltar a pressionar a defesa dourada. Aos 61′, a pressão resultou em penal, que Carter não desperdiçou, 24 x 16.

Aos 68′, os visitantes conseguiram outra grande jogada, com Liam Messam, que fez boa corrida e servu Hosea Gear na ponta. Porém, Ashley-Cooper conseguiu brilhante recuperação, e aplicou o tackle em cima da hora. Pouco depois, foi a vez de Sonny Bill Williams servir Jane, que perdeu o controle da bola na ponta a poucos metros do in-goal.

Já perto do fim, os australianos pressionaram em busca da virada. O grande trabalho de fases dos Wallabies, usando bem a linha, lhes rendeu um precioso penal, que Barnes chutou com perfeição. 21 x 19, dando a certeza de um fim de jogo emocionante. No entanto, o time dourado se abriu para o contra-ataque, e não deu outra: aos 79′ ,aos All Blacks recuperarama bola e saíram em velocidade. Foi Ashley-Cooper quem, mais uma vez, salvou a Austrália. Mas, os neozelandeses arrancaram um penal no último scrum do jogo. Carter foi implacável, converteu o chute e tirou o ponto-bônus defensivo dos Wallabies. Placar final, 27 x 19. Vitória da eficiência neozelandesa.

 

The Rugby Championship copiarBledisloe Cup

The Rugby Championship

Austrália 19 x 27 Nova Zelândia, em Sydney

 

Wallabies 19versus copiar27all blacks

Austrália: 15 Kurtley Beale, 14 Adam Ashley-Cooper, 13 Rob Horne, 12 Anthony Fainga’a, 11 Digby Ioane, 10 Berrick Barnes, 9 Will Genia, 8 Scott Higginbotham, 7 David Pocock (captain), 6 Dave Dennis, 5 Nathan Sharpe, 4 Sitaleki Timani, 3 Sekope Kepu, 2 Tatafu Polota Nau, 1 Benn Robinson.

Suplentes: 16 Stephen Moore, 17 James Slipper, 18 Rob Simmons, 19 Radike Samo, 20 Michael Hooper, 21 Nick Phipps, 22 Drew Mitchell.

Técnico: Robbie Deans

 

Nova Zelândia: 15 Israel Dagg, 14 Cory Jane, 13 Ma’a Nonu, 12 Sonny Bill Williams, 11 Hosea Gear, 10 Daniel Carter, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read, 7 Richie McCaw (c), 6 Liam Messam, 5 Samuel Whitelock, 4 Luke Romano, 3 Owen Franks, 2 Keven Mealamu, 1 Tony Woodcock.

Suplentes: 16 Andrew Hore, 17 Ben Franks, 18 Brodie Retallick, 19 Victor Vito, 20 Piri Weepu, 21 Aaron Cruden, 22 Ben Smith.

Técnico: Steve Hansen

Árbitro: Alain Rolland (Irlanda)