Castres campeão pela segunda vez na era profissional do rugby francês. Foto: Castres

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O Campeonato Francês é a liga mais rica do mundo, recheada de clubes milionários com muitos craques internacional. Porém, o formato de disputas do Top 14 permite clubes mais modestos chegarem longe, se bem montados e com conjunto forte. E nesta temporada o Castres provou isso. Dono do apenas 11º maior orçamento entre os 14 times da liga e sem estrelas de peso internacional, o poderoso e tradicional clube da pequena cidade de Castres, de apenas 43 mil habitantes, subiu no lugar mais alto da França pela segunda vez na década, derrotando na finalíssima o galático Montpellier em Paris por 29 x 13. Uma aula.

O Castres se beneficiou do regulamento do Top 14. O clube acabou apenas na 6ª posição na temporada regular, 13 pontos abaixo do melhor time, justamente o Montpellier. Mas, o mata-mata permitiu ao Castres alcançar a taça com uma desempenho inspirador, liderado pelo capitão uruguaio Rodrigo Capó Ortega, pelo scrum-half sul-africano (naturalizado francês) Rory Kockott e pelo abertura argentino Benjamin Urdapilleta.

O jogo começou bastante parelho, com os dois times trocando penais. Os olhos estavam sobre as estrelas do Montpellier, que fora a campo com os irmãis Bismarck e Jannie Du Plessis na primeira linha, o centro sul-africano François Steyn, o scrum-half também sul-africano Ruan Pienaar (todos com história nos Springboks), o abertura neozelandês (All Black) Aaron Cruden, o ponta demolidor fijiano Nemani Nadolo e franceses como o oitavo Louis Picamoles e o ponta Benjamin Fall. Mas, a forte defesa do Castres falou alto, com um desempenho impressionante de 98% de acertos nos tackles no primeiro tempo. O Castres retirou a posse de bola do Montpellier, abriu 12 x 06 com Urdapilleta chutando 4 penais e, no minuto final antes do intervalo, as fases foram bem trabalhadas e o fullback Dumora achou o espaço para mergulhar para o primeiro try do jogo, abrindo 19 x 06.

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A pressão da responsabilidade e a considerável desvantagem para retirar no segundo tempo pesaram sobre o Montpellier, que jamais foi campeão francês. O azuis pressionaram mas demoraram a pontuar e somente chegar ao try após Jacquet receber amarelo aos 54′, deixando o Castres com 14 homens. No scrum seguinte, a formação do Montpellier atropelou e conquistou o penal try que reduziu o placar para 19 x 13. Porém, mesmo com um homem a menos, o Castres foi hábil e arrancou um penal para Urdapilleta mexer no placar outra vez, abrindo mais de um try de frente. Isso pesou contra o Montpellier.

Nos minutos finais, o Castres soube ainda fazer seu segundo try para erguer a taça, com Sitiveni Mafi rompendo no pick and go. Festa do Castres Olympique, dono do Bouclier de Brennus (o troféu de campeão francês) pela quinta vez em sua história.

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Montpellier 13 x 29 Castres, em Paris

 

Lista de campeões da era profissional (desde 1996)

7 títulos – Toulouse

6 títulos – Stade Français

3 títulos – Biarritz

2 títulos – Castres e Clermont

1 título – Perpignan, Racing e Toulon

 

Lista de campeões (amadores e profissionais)

19 títulos – Toulouse

14 títulos – Stade Français

11 títulos – Béziers

9 títulos – Bordeaux

8 títulos – Agen e Lourdes

7 títulos – Perpignan

6 títulos – Racing

5 títulos – Biarritz e Castres

4 títulos – Toulon

3 títulos – Bayonne e Pau

2 títulos – Clermont, Lyon, Narbonne e Tarbes

1 título – Grenoble, Montauban, Mont de Marsan, La Voulte, Vienne, Carmaux, Quillan, FC Lyon* e Olympique Pantin* (* extintos)