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ARTIGO COM VÍDEO – Um jogo de tirar o fôlego em Twickenham. Inglaterra e Gales se encararam na partida que todos consideravam a decisão antecipada do Six Nations. Para os ingleses, a vontade de dar o troco sobre os rivais da eliminação da Copa do Mundo e a possibilidade de conquistar a Tríplice Coroa alimentavam as expectativas, enquanto para Gales era a liderança e as chances de título que estavam em jogo. A Inglaterra dominou quase a partida inteira, mas sofreu a reação galesa no fim, com muito drama, resistindo para garantir a vitória por 25 x 21! A Inglaterra está viva, é dona da Tríplice Coroa e está a um empate com a França do título do Six Nations.
O primeiro tempo foi de domínio absoluto dos donos da casa, que foram superiores no jogo de contato, levaram vantagem nos rucks e Youngs, Ford e Farrell conseguiram dar boa fluidez às ações no ataque. E logo no primeiro ataque a Inglaterra mostrou sua gana, com Mike Brown arrancando e Ben Youngs mergulhando no desequilíbrio para o que seria o primeiro try. Porém, o camisa 9 não conseguiu o apoio, em lance confuso.
O placar foi aberto aos 9′, com Farrell arrematando penal para a Rosa. Nesse momento, o pack inglês já exercia grande pressão sobre os vermelhos, que tinham dificuldade em deter os avanços ingleses. Aos 14′, foi a vez de Dan Cole quebrar a defesa visitante e cair para mais um try inconclusivo e invalidado pelo TMO. Vunipola e Itoje seguiram levando à terceira linha galesa um belo pesadelo, Farrell chutou dois penais certeiros, aos 18′ e aos 20′ e, finalmente, o domínio da Rosa fez efeito, com Itoje rompendo a defesa, arrastando três atletas consigo e servindo Brown, que deixou para Watson arrancar e fazer o primeiro try da peleja, aos 31′.
Apenas no fim da primeira etapa Gales teve uma boa chance, nascido a partir de um bom scrum emplacado pelos vermelhos. Mas, Itoje destruiu a aão e o placar foi para o intervalo em 16 x 0 para os brancos. Pela primeira vez na história do Six Nations moderno Gales terminou o primeiro tempo contra a Inglaterra sem somar pontos. Nas formações, Gales tinha mais força no scrum, enquanto o lateral era melhor do lado da casa.
Gales voltou melhor para o segundo tempo, com Jamie Roberts em bom momento, criando para o time, que viveram um primeiro tempo sem vida no jogo aberto. Mas, foi Farrell que mexeu primeiro no marcador, com mais um penal. A indisciplina já começava a punir seriamente os Dragões. A reação, no entanto, veio, aos 54′, Ford tendo seu chute bloqueado após lateral por Dan Biggar, que marcou o primeiro try vermelho no jogo.
A Inglaterra não sentiu de imediato o try galês, fez algumas alterações no time – como a entrada de Tuilagi – e novamente seu contra-ruck funcionou, com dois penais sendo arrancados em sequência para Farrell aumentar a vantagem. Contudo, a maré virou de vez aos 71′, com Cole recebendo amarelo. Gales crescendo e dominou por completo o fim do jogo – encerrando a partida inclusive com mais posse e território. Aos 73′, Liam Williams quebrou a defesa inglesa, serviu Jonathan Davies com belo offload, que entregou para George North anotar o segundo try galês no jogo, deixando tudo em aberto. Quando Gales deixou de lado sem “Warrenball” físico (em alusão ao técnico Warren Gatland) e abriu o jogo encontrou espaço para a reação. E tinha mais dos galeses. Aos 76′, com a Inglaterra já perdida defensivamente, Rhys Webb (de volta aos gramados) abriu para Faletau, que inventou o espaço para o terceiro try dos visitantes. No fim, pressão total galesa, mas o try da vitória não saiu e os 6 penais batidos por Farrell fizeram a diferença. No lance final, Tuilagi deu o tackle decisivo em North.
Inglaterra 25, Gales, atrasado na reação, 21, e 25ª Tríplice Coroa (Triple Crown) para os ingleses na história. O triunfo veio, graças a 40 minutos péssimos de Gales e seu muitos penais cometidos, mas no fim do jogo os ingleses deixaram dúvidas quanto à estabilidade do time, por cair de rendimento físico no segundo tempo e deixar de criar jogadas.
Com a vitória, o time do técnico Eddie Jones vai à partida final contra a França, em Paris, no dia 19, precisando de apenas um empate para ser campeão, mas buscando a vitória para conquistar seu primeiro Grand Slam desde 2003 – melhor forma impossível para superar o trauma da eliminação em casa na primeira fase da última Copa do Mundo. Gales já está fora da briga pelo título e encerra sua campanha recebendo a Itália no mesmo dia.
Amanhã, a França visita a Escócia e um empate ou uma derrota francesa dão o título antecipadamente à Inglaterra.
Inglaterra 25 x 21 Gales, em Londres
Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)
Inglaterra
Try: Watson
Conversão: Farrell (1)
Penais: Farrell (6)
15 Mike Brown, 14 Jack Nowell, 13 Jonathan Joseph, 12 Owen Farrell, 11 Anthony Watson, 10 George Ford, 9 Ben Youngs, 8 Billy Vunipola, 7 James Haskell, 6 Chris Robshaw, 5 George Kruis, 4 Maro Itoje, 3 Dan Cole, 2 Dylan Hartley (c), 1 Joe Marler.
Suplentes: 16 Luke Cowan-Dickie, 17 Mako Vunipola, 18 Kieran Brookes, 19 Joe Launchbury, 20 Jack Clifford, 21 Danny Care, 22 Manu Tuilagi, 23 Elliot Daly.
Gales
Tries: Biggar, North e Faletau
Conversões: Priestland (2) e Biggar (1)
15 Liam Williams, 14 Alex Cuthbert, 13 Jonathan Davies, 12 Jamie Roberts, 11 George North, 10 Dan Biggar, 9 Gareth Davies, 8 Taulupe Faletau, 7 Sam Warburton (c), 6 Dan Lydiate, 5 Alun Wyn Jones, 4 Bradley Davies, 3 Samson Lee, 2 Scott Baldwin, 1 Rob Evans
Suplentes: 16 Ken Owens, 17 Paul James, 18 Tomas Francis, 19 Luke Charteris, 20 Justin Tipuric, 21 Rhys Webb, 22 Rhys Priestland, 23 Gareth Anscombe.
Seleção | Jogos | Pontos |
---|---|---|
Inglaterra | 5 | 10 |
Gales | 5 | 7 |
Irlanda | 5 | 5 |
Escócia | 5 | 4 |
França | 5 | 4 |
Itália | 5 | 0 |
Empate = 1 ponto;
Derrota = 0 pontos
Foto: ©INPHO/James Crombie