Foto: Rugby Australia

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ARTIGO COM VÍDEOSApós o adiamento do Women’s Six Nations, as atenções do rugby feminino se voltam para a viabilidade de ser realizada em 2021 a Copa do Mundo de Rugby XV, marcada para ocorrer na Nova Zelândia entre os dias 18 de setembro e 16 de outubro.

Com 7 meses faltando para o pontapé inicial, apenas 9 dos 12 times participantes são conhecidos. Ainda 3 vagas estão em disputa (1 da Europa, 1 da Ásia e 1 da Repescagem Mundial) e a pandemia vem colocando em dúvida a realização de tais partidas.

A Copa do Mundo de 2021 por si só já se apresentou como um desafio para o rugby feminino. A competição foi expandida para ocupar 4 semanas. O maior problema de sua expansão é o fato da maioria das atletas envolvidas serem amadoras, o que significa que muitas jogadoras precisarão serem liberadas de seus empregos por, pelo menos, 5 semanas. Algo complicado, ainda mais em tempos de crise econômica.

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Tal situação é agravada para países que ainda não se classificaram, pois o tempo para as jogadoras negociarem essas semanas longe de seus empregos poderá ser curto demais no caso de seleções que só saberão se jogarão ou não o torneio com poucos meses de antecedência.

A isso soma-se, claro, o problema da possível quarentena que possa eventualmente ser imposta pelo governo neozelandês para viajantes recém chegados ao país. Isso significaria que uma seleção que precisasse convocar uma atleta no meio do torneio (para cobrir a vaga de alguma jogadora lesionada ou doente) provavelmente não conseguiria contar a tempo com tal atleta.

Obviamente, há ainda todos os problemas relacionados à criação de uma bolha sanitária e, claro, a possível ausência de público nos estádios. Diante dessas questões, o World Rugby está correndo contra o tempo para ter confirmações sobre o Mundial. Claramente, o adiamento da Copa do Mundo para 2022 não está descartado.

Talvez decisões drásticas como qualificar seleções por meio do Ranking, para poder cancelar jogos das Eliminatórias, serão necessárias (e traumáticas para os países que tiverem negado o sonho de jogar a competição), mas poderão ser uma solução racional para um momento de exceção. Evidentemente, compensações precisarão ocorrer. De todo modo, a pandemia expõe como o rugby XV feminino precisa de muito investimento nos próximos anos para oferecer um cenário adequado para seu desenvolvimento. A evolução dentro de campo depende disso.

O profissionalismo é mais do que urgente para os países com nível de Mundial. Em 2021, isso ficará mais do que óbvio quando aparecerem os casos de atletas que não poderão jogar o Mundial por conta de falta de acordo com seus empregadores. Para que o profissionalismo no XV feminino seja possível, as competições da categoria precisam ser prestigiadas pelo público, os patrocinadores e mídia têm que investir com olhos no futuro e as federações precisam ser pressionadas para trabalharem em prol da igualdade de gênero, oferecendo condições iguais para suas atletas. Vontade política e viabilidade econômica andarão juntas nas discussões sobre o futuro do XV feminino mundial.