Tempo de leitura: 4 minutos

ARTIGO COM VÍDEO – Os All Blacks caíram e a decisão do Lions Tour 2017 irá para o terceiro e último jogo da série. Neste sábado, em Wellington, os British and Irish Lions se ergueram e provaram porque suas turnês quadrienais são tão esperadas pelos fãs do rugby pelo mundo. A super seleção britânica fez o que poucos times fazem e derrotou a Nova Zelândia por 24 x 21, alcançando sua primeira vitória sobre os All Blacks desde 1993. Mais que isso, essa foi a primeira derrota dos All Blacks em casa desde 2009. Agora, a decisão da série ficará para o jogo final, em Auckland, no próximo dia 8.

O jogo começou com domínio completo de posse de bola para os Lions, que chegaram a acumular mais de 70% de controle de bola e domínio territorial, em duelo que começou muito físico. Porém, quem tirou primeiro o zero do placar foi a Nova Zelândia, aos 20′, com penal chutado por Beauden Barrett. Logo depois, o destino estendeu uma mão aos Lions e Sonny Bill Williams recebeu cartão vermelho por entrar de ombro em um tackle perigoso em Anthony Watson aos 25′ (o primeiro vermelho neozelandês desde 1967!). Owen Farrell empatou a partida e a cara do jogo mudou com os kiwis tendo um homem a menos.

A Nova Zelândia passou a querer o jogo mais fechado, a fim de jogar com a pressão sobre os Lions, que precisavam da vitória. Isso teve seus efeitos e os britânicos sofreram com a indisciplina e a ansiedade no breakdown durante toda a disputa, cedendo penais e turnovers em excesso. Antes do intervalo, Farrell e Barrett trocaram dois penais e a disputa foi ao intervalo em 9 x 9.

- Continua depois da publicidade -

O segundo tempo começou com instabilidade do lado vermelho. Os Lions seguiram pagando pelos seus erros na base e em questão de menos de 20 minutos Barrett já havia aberto 18 x 09 a favor dos All Blacks com mais 3 penais certeiros. A estratégia neozelandesa, entretanto, se provou equivocada, com o time renunciando a um jogo mais aberto e ofensivo.

Aos 56′, Mako Vunipola parecia fazer um favor à Nova Zelândia ao receber amarelo, deixando os Lions também com 14 homens, sem terem até então aproveitado os espaços a mais para capitalizarem sobre os kiwis. Porém, o amarelo marcou um momento de superação para os britânicos. Com o ponteiro do relógio exercendo pressão extra, os Lions conseguiram achar o caminho do in-goal. Aos 60′, a linha de passes funcionou e Faletau apareceu na ponta para atropelar Israel Dagg e cravar o try no limite do in-goal para os Leões, que rugiam finalmente em Wellington.

Os All Blacks responderam rápido com penal de Barrett na sequência, mas o golpe foi acusado pelos All Blacks como raramente se vê e a entrada de TJ Perenara no time foi trágica. Após uma série de fases, Conor Murray visualizou o posicionamento errado do scrum-half neozelandês e mergulho na base do ruck para o try, fazendo explodir a torcida vermelha no Westpac Stadium. Mais uma conversão difícil da ponta e novamente Owen Farrell se provou o homem confiável dos chutes, empatando a peleja com cerca de 10 minutos para o fim – e com os Lions novamente com 15 jogadores.

O empate ainda significaria que os Lions não poderiam vencer a série, mas os Leões estavam em dia de caça e seguiram colocando pressão sobre um time neozelandês que já acusava cansaço, pouco acostumado a jogar com um cartão vermelho desde o primeiro tempo. O resultado foi um penal crucial arrancado pelos Lions aos 78′, em tackle no ar de Faumuina, para Farrell dar a vitória aos visitantes. 21 x 18 épicos, em jogo que os Lions sobreviveram sem sofrer tries – algo raro contra os All Blacks, que não passavam um jogo sem cruzar o in-goal desde um empate em 2014 com os Wallabies.

No próximo sábado, os Lions terão a missão de fazerem o que nenhum time faz desde 1994: derrotar os All Blacks no Eden Park. Aliás, a última e única vez que os Lions bateram a Nova Zelândia em Auckland foi em 1959. Será que os Lions conseguirão agora? Os britânicos não vencem uma série contra a Nova Zelândia desde 1971 e os homens de Warren Gatland mantiveram vivas as esperanças para 2017.

 

21versus copiar24

Nova Zelândia 21 x 24 British and Irish Lions, em Wellington

Árbitro: Jérôme Garcès (França)

Nova Zelândia

Penais: B Barrett (7)

15 Israel Dagg, 14 Waisake Naholo, 13 Anton Lienert-Brown, 12 Sonny Bill Williams, 11 Rieko Ioane, 10 Beauden Barrett, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Jerome Kaino, 5 Samuel Whitelock, 4 Brodie Retallick, 3 Owen Franks, 2 Codie Taylor, 1 Joe Moody;

Suplentes: 16 Nathan Harris, 17 Wyatt Crockett, 18 Charlie Faumuina, 19 Scott Barrett, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Aaron Cruden, 23 Ngani Laumape;

Lions

Tries: Faletau e Murray

Conversões: Farrell (1)

Penais: Farrell (4)

15 Liam Williams, 14 Anthony Watson, 13 Jonathan Davies, 12 Owen Farrell, 11 Elliot Daly, 10 Johnny Sexton, 9 Conor Murray, 8 Taulupe Faletau, 7 Sean O’Brien, 6 Sam Warburton (c), 5 Alun Wyn Jones, 4 Maro Itoje, 3 Tadhg Furlong, 2 Jamie George, 1 Mako Vunipola;

Suplentes: 16 Ken Owens, 17 Jack McGrath, 18 Kyle Sinckler, 19 Courtney Lawes, 20 CJ Stander, 21 Rhys Webb, 22 Ben Te’o, 23 Jack Nowell;

Foto: Lions Rugby