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ARTIGO COM VÍDEOS – Que baita fim de semana viveu o Rugby League – o rugby de 13 jogadores – mundial! O fim de semana foi de pausa para as disputas das ligas nacionais e quem foi a campo foram as seleções, nacionais e estaduais!

A jornada teve o jogo decisivo do monumental State of Origin – a melhor de 3 partidas anuais entre as seleções dos estados australianos de Nova Gales do Sul e Queensland – rolando na Austrália, assim como os clássicos do Pacífico entre Fiji e Papua Nova Guiné, Samoa e Tonga. Enquanto isso, Inglaterra e Nova Zelândia inovaram em amistoso internacional sendo realizado em Denver, nos Estados Unidos, para promover a modalidade.

Os desfechos foram: título muito festejado de Nova Gales do Sul, show da Inglaterra e triunfos de Tonga e Papua.

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Nova Gales do Sul em rara festa

Raridade mesmo. Nos 12 anos anteriores, Nova Gales do Sul havia erguido o caneco do maior evento do esporte australiano, o State of Origin, apenas uma vez, em 2014. Desde então foram 3 títulos do State of Origin para Queensland, mas o jejum acabou com festa em casa, em Sydney, onde Nova Gales do Sul venceu por 18 x 14, conquistando a segunda vitória em dois jogos na série.

A torcida azul começou muito preocupado, pois Queensland largou com tudo fazendo os 2 primeiros tries, com Valentine Holmes e Dane Gagai, aos 13′ e aos 20′, dando a impressão de que os Maroons levariam a decisão do título para sua casa na última partida. Porém, Nova Gales do Sul reagiu ainda no primeiro tempo brilhantemente, com tries de Addo-Carr e Boyd Cordner, virando o marcador pelas conversões certeiras de James Maloney.

No segundo tempo, Latrell Mitchell fez try decisivo para os azuis aos 50′, mas Will Chambers deu o troco para Queensland aos 63′ e garantiu emoção até o fim. Os Blues seguraram o resultado e comemoraram muito um título que realmente não é corriqueiro para os lados de Sydney.

São agora 14 títulos na história para Nova Gales do Sul, contra 21 títulos de Queensland.

 

State of Origin Logo

State of Origin 2018 – Jogo 2

Nova Gales do Sul 18 x 14 Queensland, em Sydney

 

Nova Gales do Sul

Tries: Addo-Carr, Cordner e Mitchell

Conversões: Maloney (3)

1 James Tedesco, 2 Tom Trbojevic, 3 Latrell Mitchell, 4 James Roberts, 5 Josh Addo-Carr, 6 James Maloney, 7 Nathan Cleary, 8 David Klemmer, 9 Damien Cook, 10 Matt Prior, 11 Boyd Cordner (c), 12 Tyson Frizell, 13 Jack De Belin.

Interchange: 14 Paul Vaughan, 15 Jake Trbojevic, 16 Angus Crichton, 17 Tyrone Peachey;

Queensland 

Tries: Holmes, Gagai e Chambers

Conversões: Holmes (1)

1 Billy Slater, 2 Valentine Holmes, 3 Greg Inglis (c), 4 Will Chambers, 5 Dane Gagai, 6 Cameron Munster, 7 Ben Hunt, 8 Dylan Napa, 9 Andrew McCullough, 10 Jarrod Wallace, 11 Gavin Cooper, 12 Felise Kaufusi, 13 Josh McGuire.

Interchange: 14 Kalyn Ponga, 15 Josh Papalii, 16 Coen Hess, 17 Jai Arrow;

State of Origin Feminino agita Sydney

Além dos homens, o State of Origin também teve um muito comentado jogo feminino – jogo único, rolando em Sydney. As atenções estiveram maiores sobre o evento por ser o primeiro na nova era semi-profissional do Rugby League feminino e o título ficou com Nova Gales do Sul também, vencendo por 16 x 10.

State of Origin Feminino 2018

Nova Gales do Sul 16 x 10 Queensland, em Sydney

Os Estados Unidos viram o Rugby League – e o show da Inglaterra

Em Denver, o Rugby League se promoveu nos Estados Unidos com um clássico mundial entre Nova Zelândia e Inglaterra, que arrastou mais de 19 mil torcedores ao estádio. Em campo, a Inglaterra causou impacto e mandou uma mensagem global de que pode sonhar alto nos próximos anos. Os ingleses deram show e venceram os Kiwis por 36 x 18.

A Nova Zelândia começou superior e fez os 2 primeiros tries, com o debutante Masters e com Watene-Zelezniak. Mas os ingleses reagiram antes do intervalo, com tries do veterano Ryan Hall e de Whitehead e viraram o jogo em um desempenho dominante na segunda etapa. Whitehead cravou o terceiro try e abriu caminho para a vitória, com os novatos Connor e Makinson fazendo os tries decisivos. Watene-Zelezniak ainda chegou a reduzir para os Kiwis, mas Bateman deu números finais a favor da Inglaterra.

 

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Nova Zelândia 18 x 36 Inglaterra, em Denver (EUA)

 

Nova Zelândia

Tries: Watene-Zelezniak (2) e Masters

Conversões: Isaako (3)

1 Dallin Watene-Zelezniak, 2 Jamayne Isaako, 3 Esan Marsters, 4 Peta Hiku, 5 Ken Maumalo, 6 Te Maire Martin, 7 Kodi Nikorima, 8 Jared Waerea-Hargeaves, 9 Issac Luke, 10 Nelson Asofa-Solomona, 15 Raymond Faitala-Mariner, 12 Joseph Tapine, 13 Martin Taupau.

Interchange: 11 James Fisher-Harris, 14 Slade Griffin, 16 Herman Ese’ese, 17 Leeson Ah Mau;

Inglaterra

Tries: Whitehead (2), Hall, Connor, Makinson e Bateman

Conversões: Widdop (4)

Penais: Widdop (2)

Pacific Tests em ação: vitórias de Tonga e Papua Nova Guiné

Em rodada dupla em Campbeltown, subúrbio de Sydney, foram realizados no sábado os dois duelos dos Pacific Tests, os clássicos entre as nações insulares da Oceania.

Tonga – sensação da última Copa do Mundo – superou Samoa no clássico polinésio por 38 x 22, ao passo que a Papua Nova Guiné – nação onde o League é o rugby mais popular – derrotou Fiji por 26 x 14.

 

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Tonga 38 x 22 Samoa, em Sydney (Austrália)

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Fiji 14 x 26 Papua Nova Guiné, em Sydney (Austrália)

 

O que é o Rugby League?

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes e organizada por entidades distintas do Union. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union que reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França, onde segue bem abaixo do Union.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não é usado sistema de pontos bônus nas tabelas de classificação. A vitória vale 2 pontos, o empate 1 e a derrota 0;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derruba, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;