Visita da Austrália à Inglaterra em 2016. Foto: NRL

Tempo de leitura: 4 minutos

Já demos o calendário de grandes eventos internacionais do Rugby Union neste ano. Agora vamos passar a limpo o que vem por aí no Rugby League, o rugby e 13 jogadores.

O ano terá como grande destaque a série de 3 partidas de Austrália e Inglaterra, chamada de The Ashes, a ser jogada entre outubro e novembro na Inglaterra. A última vez que um The Ashes (a série) foi jogado foi em 2003. A volta do evento ocorre um ano antes da Copa do Mundo, preparando as duas seleções para o evento de 2021. A Nova Zelândia, por sua vez, encarará Tonga, Fiji e Papua Nova Guiné neste ano, mas as datas ainda não foram reveladas.

Os demais eventos são os tradicionais anuais. A Super League (o Campeonato Inglês), será mais internacional do que nunca, com 10 clubes ingleses, 1 francês e 1 canadense, o estreante Toronto Wolfpack. Além da Super League, há ainda a tradicional Challenge Cup, a copa mata-mata envolvendo os clubes ingleses, com participação francesa, canadense e galesa.

- Continua depois da publicidade -

Na Austrália, a NRL segue como a liga mais forte do mundo, com 15 times australianos e 1 neozelandês. O State of Origin (a série anual de 3 partidas entre as seleções dos estados australianos de Queensland e New South Wales) também já teve suas datas, agitando junho e julho.

Por sua vez, o Mundial de Clubes, o jogo anual entre o campeão da NRL e o campeão da Super League, será em fevereiro na Inglaterra, opondo St. Helens Saints e Sydney Roosters.

Vamos às datas cruciais do League internacional:

 

2020

30/01 – Super League – Início (Inglaterra, França, Canadá)

22/02 – World Club Challenge (Mundial de Clubes) – St. Helens Saints (Inglaterra) x Sydney Roosters (Austrália), em St. Helens (Inglaterra)

22/02 – NRL All Stars Match – Aborígenes Australianos x Maoris Neozelandeses, em Gold Coast (Austrália)

12/03 – NRL – Início (Austrália, Nova Zelândia)

03/06 – State of Origin (Austrália) – Jogo 1, em Adelaide (Austrália)

21/06 – State of Origin (Austrália) – Jogo 2, em Sydney (Austrália)

08/07 – State of Origin (Austrália) – Jogo 3, em Brisbane (Austrália)

18/07 – Challenge Cup – FINAL, em Londres (Inglaterra)

04/10 – NRL (Austrália) – FINAL, em Sydney (Austrália)

10/10 – Super League – FINAL, em Manchester (Inglaterra)

31/10 – Inglaterra x Austrália, em Bolton (Inglaterra)

07/11 – Inglaterra x Austrália, em Leeds (Inglaterra)

14/11 – Inglaterra x Austrália, em Londres (Inglaterra)

 

O que é o Rugby League?

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union quem reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França.

As entidades que organizam o Rugby League no mundo não têm ligações com as entidades do Rugby Union. A federação internacional do League é a International Rugby League (IRL) – Federação Internacional de Rugby League. No Brasil, a entidade que organiza o League é a CBRL – Confederação Brasileira de Rugby League.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo. A modalidade reduzida principal é o Nines, de 9 jogadores de cada lado;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;