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Com a pandemia, o rugby dentro de campo está parado, mas o trabalho continua. Treinos físicos, planejamento, acompanhamento, reuniões online, cuidado com a dieta e preparação para voltar ao campo. A arbitragem brasileira segue o que os clubes e as seleções nacionais estão fazendo e mantém uma rotina de trabalho, com já falamos aqui.

Neste cenário, algumas importantes conquistas internacionais vêm acontecendo. Quatro árbitras brasileiras foram selecionadas para fazer parte do 1º painel Sul-americano Feminino de Arbitragem, composto por 12 mulheres que se dedicam a dirigir partidas de rugby no continente.

Coordenado por Alhambra Nievas, Gerente de Desenvolvimento de Arbitragem da World Rugby, e por Joaquím Montes, Gerente de Arbitragem da Sulamerica Rugby, o grupo conta com Amanda Macedônio, Cristiana Futuro, Maria Gabriela Graf e Natasha Olsen pelo Brasil. Além das brasileiras, fazem parte do painel três argentinas, duas chilenas, uma uruguaia, uma paraguaia e uma colombiana.

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Amanda, Cris, Magá e Natasha no Painel Sulamericano

“Me sinto lisonjeada e grata em participar do primeiro painel SAR exclusivamente feminino, ainda que no início da minha carreira como árbitra. O objetivo com certeza é absorver o máximo de aprendizado e experiências, acredito que vamos receber muito mais que esperamos”, conta Magá, que além de apitar ainda joga pelo Desterro, de Santa Catarina.

A cada 15 dias o grupo se reúne com Alhambra e Joaco, para análises de vídeo e conversas sobre critérios e decisões. “É muito bom poder ter este contato com a Alhambra, uma excelente arbitra e uma pessoa maravilhosa! Temos muito o q aprender com ela nessas reuniões”, conta Cris Futuro. “Muito bom poder juntar mulheres de outros países da América do Sul para discutir e aprender mais umas com as outras’.

Ainda sem previsão de retorno aos gramados, as árbitras do Brasil e da América do Sul seguem se preparando como podem, com a expectativa de que tenhamos mais jogos para apitar em competições nacionais e internacionais, que devem incluir o XV Feminino.

“Estou muito feliz e motivada de saber que estamos crescendo, que temos caminhos para seguir em frente  e crescer cada vez mais! Acredito que a arbitragem sendo um time, cada uma que evolui consegue  trocar com as outras e elevar o nível de todo grupo em conjunto”, conta Amanda.

“A ideia é aprender tudo o que podemos, aproveitar esta chance de estar com a Alhambra e com este grupo de árbitras para padronizar critérios e também dividir com o nosso time de arbitragem do Brasil esta aprendizagem. Precisamos crescer todos juntos”, finaliza Natasha.

 

Cauã no TOP

Além da presença das árbitras brasileiras no painel sul-americano da World Rugby, a arbitragem tupiniquim segue sendo representada por Cauã Ricardo. Além de ser parte da equipe de arbitragem que estava escalada para os jogos da America Rugby Championship e para o Trophy em 2020, Cauã foi recentemente selecionado para o TOP, programa de aperfeiçoamento de arbitragem da World Rugby.

Cauã já está participando do TOP, que está sendo realizado online em 2020. O curso normalmente acontece em Stellenbosch, na África do Sul, e é oferecido anualmente com a presença de treinadores, árbitros e diferentes membro da comunidade do rugby. “É uma alegria enorme conseguir fazer parte desse seleto grupo da World Rugby“, conta o árbitro.

Por meio de videoconferências e atividades onlines, os árbitros em desenvolvimento de todos os continentes estão sendo avaliados e instruídos de acordo com as diretrizes atualizadas da World Rugby.

Como parte do grupo da América do Sul, Cauã participa de reuniões quinzenais com mais 10 árbitros para abordar detalhadamente cada aspecto do jogo. As reuniões iniciaram no último dia 14 e vão até o fim de outubro.

“Este material não vai apenas me ajudar pessoalmente, mas também pode ser usado para que a arbitragem da região esteja cada vez mais alinhada com as metas e padrões estabelecidos pela World Rugby. É uma oportunidade pessoal que quero compartilhar com todo o grupo de arbitragem do Brasil”, finaliza Cauã. “Acredito que esse material será muito útil para ajudar a região a se desenvolver”.

“Estou feliz em ver a arbitragem na região crescendo, com o primeiro painel feminino sul-americano formado, com uma maioria de árbitras brasileiras e com o Cauã Ricardo no TOP que é o programa de aperfeiçoamento de alta performance da World Rugby. Seguiremos trabalhando para que outras e outros possam trilhar seu caminho e almejar uma carreira internacional, isso sempre com o apoio dos demais”, finaliza Xavier Vouga, Gerente de Alto Rendimento da Arbitragem da CBRU.