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O Rugby Championship 2018 se encerrará nesse sábado, dia 6, com dois jogos imperdíveis. Primeiro, África do Sul e Nova Zelândia se enfrentam na África do Sul, naquele que é tido como o maior clássico do mundo. Os Boks venceram o jogo anterior na Nova Zelândia e buscam um feito que não ocorre desde 2009: 2 vitórias seguidas sobre os All Blacks. Os neozelandeses já são campeões do Championship, mas querem evitar o que não ocorre desde 2011: 2 derrotas seguidas em jogos oficiais.

Depois, de noite, a Argentina receberá a Austrália e tentará feito inédito: 3 vitórias numa mesma edição do Championship. O perdedor dessa partida será condenado ao último lugar da competição, algo que ambos precisam evitar antes da Copa do Mundo. No encontro anterior, na Austrália, os Pumas venceram, quebrando um incômodo tabu de 34 anos sem vitórias em solo australiano.

 

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O maior clássico do mundo: Springboks e All Blacks

Apenas um país no mundo tem histórico de derrotas para os All Blacks inferior a 60% dos encontros. E essa é a África do Sul, que assombrou a Nova Zelândia vencendo fora de casa na quarta rodada e agora quer provar que pode sonhar alto no ano que vem.

Para o jogo em Pretória, o técnico Rassie Erasmus fez poucas trocas em seu time titular que venceu a Austrália na rodada passada. Kitshoff entrará na primeira linha seguindo a política de rotação entre os pilares, ao passo que Louw retorna ao time na terceira linha. Já atrás, a mudança é a volta de De Allende ao centro, recuperado de lesão.

Já Steve Hansen, técnico dos All Blacks, trocou 4 homens depois de vencer o título em Buenos Aires no sábado passado. Owen Franks voltou à primeira linha e Kieran Read retornará à terceira linha como capitão, entre os avançados, ao passo que na linha as novidades são Aaron Smith retomando a camisa 9 e Jack Goodhue voltando a ser o segundo centro.

Beauden Barrett segue como o abertura do time kiwi e produzirá um embate interessante com o 10 sul-africano Handré Pollard, na altitude da cidade de Pretória (1,300m, longe do padrão sul-americano de altitude, mas famosa por facilitar penais de longa distância, o que sempre aumenta a necessidade de disciplina). Pretória, no entanto, não vem sendo um terreno feliz para os Boks contra os All Blacks, com 4 derrotas recentes no estádio, incluindo algumas elásticas.

No jogo passado, os Boks triunfaram aproveitando os erros neozelandeses, mas errar tanto novamente é algo pouco usual quando o assunto é a Nova Zelândia. Agora, os All Blacks terão um time próximo do ideal de Hansen pensando em Copa do Mundo e a volta de Read garante o controle de qualidade. Do lado da África do Sul, é o embalo de um time que vai se acertando que traz a confiança, com um pack bastante forte, capitaneada por Kolisi, e uma linha que mescla juventude de Dyantyi decisivo com a experiência de Le Roux, que completará 50 jogos cm a camisa verde. No papel, os All Blacks são superiores, mas a prova de fogo será justamente esta.

 

A terceira para os Pumas?

A Argentina saiu do inferno de derrotas embaraçosas de junho para uma forma vistosa sob o comando do técnico Mario Ledesma, que está pronto para fazer história no comando dos Pumas, tentando a 3ª vitória na mesma competição. Somente 2 trocas teve o time sul-americano para o jogo em Salta contra os Wallabies. Ramiro Moyano voltará como ponta e Matias Orlando será o segundo centro.

Já a Austrália vive o inferno, podendo acabar em último lugar na competição pela primeira vez desde 2009  e pela primeira vez desde que o Tri Nations virou Rugby Championship. Michael Cheika, o técnico aussie, está pressionado e pôs fim ao experimento de Kurtley Beale como abertura, devolvendo Bernard Foley à camisa 10. Beale jogará de 12, jogando Toomua para o banco. A única outra troca entre os titulares após derrota na África do Sul é a entrada do hooker Folau Fainga’a.

A forma dos Pumas é impressionante, apesar de Ledesma ter se dito decepcionado após o jogo contra os All Blacks com a performance de seu grupo. Porém, o jogo foi com os campeões e a história é totalmente diferente diante de uma Austrália que precisa provar não ter sido nocauteada ao longo da competição. O elenco aussie é forte, com Hooper e Pocock compondo uma terceira linha poderosa, enquanto seu scrum se mostrou muito mais confiável que o argentino ao longo da competição (89% de sucesso para os Wallabies contra apenas 76% para os Pumas). Mas a Argentina foi superior aos Wallabies na maior parte dos números e tem um abertura que vai brilhando, Nicolás Sánchez. A batalha de scrum-halves poderá ser interessante e até determinante, com a experiência de Will Genia versus a juventude de Bertranou (que aos 24 vai amadurecendo com a camisa 9 argentina, mas ainda tem muito a provar).

A ansiedade estará à flor da pele nos dois lados e quem errar menos e se provar mentalmente superior vai levar.

 

*Horários de Brasília

Sábado, da 06 de outubro

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12h00 – África do Sul x Nova Zelândia, em Pretória – ESPN2 AO VIVO

Árbitro: Angus Gardner (Austrália)

Histórico: 96 jogos, 57 vitórias da Nova Zelândia, 36 vitórias da África do Sul e 3 empates. Último jogo: Nova Zelândia 34 x 36 África do Sul, em 2018 (The Rugby Championship);

África do Sul: 15 Willie le Roux, 14 Cheslin Kolbe, 13 Jesse Kriel, 12 Damian de Allende, 11 Aphiwe Dyantyi, 10 Handré Pollard, 9 Faf de Klerk, 8 Francois Louw, 7 Pieter-Steph du Toit, 6 Siya Kolisi (c), 5 Franco Mostert, 4 Eben Etzebeth, 3 Frans Malherbe, 2 Malcolm Marx, 1 Steven Kitshoff;

Suplentes: 16 Bongi Mbonambi, 17 Tendai Mtawarira, 18 Vincent Koch, 19 RG Snyman, 20 Sikhumbuzo Notshe, 21 Embrose Papier, 22 Elton Jantjies, 23 Damian Willemse;

Nova Zelândia: 15 Ben Smith, 14 Waisake Naholo, 13 Jack Goodhue, 12 Sonny Bill Williams, 11 Rieko Ioane, 10 Beauden Barrett, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Shannon Frizell, 5 Scott Barrett, 4 Samuel Whitelock, 3 Owen Franks, 2 Codie Taylor, 1 Karl Tu’inukuafe;

Suplentes: 16 Nathan Harris, 17 Tim Perry, 18 Ofa Tuungafasi, 19 Patrick Tuipulotu, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Richie Mo’unga, 23 Ryan Crotty;

 

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19h30 – Argentina x Austrália, em Salta – ESPN2 AO VIVO

Árbitro: Jaco Peyper (África do Sul)

Histórico: 30 jogos, 23 vitórias da Austrália, 6 vitórias da Argentina e 1 empate. Último jogo: Austrália 19 x 23 Argentina, em 2018 (The Rugby Championship);

Argentina: 15 Emiliano Boffelli, 14 Matias Moroni, 13 Matias Orlando, 12 Jeronimo de la Fuente, 11 Ramiro Moyano, 10 Nicolas Sanchez, 9 Gonzalo Bertranou, 8 Javier Ortega Desio, 7 Marcos Kremer, 6 Pablo Matera, 5 Tomas Lavanini, 4 Guido Petti, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustin Creevy (c), 1 Nahuel Tetaz Chaparro;

Suplentes: 16 Julian Montoya, 17 Santiago Garcia Botta 18 Santiago Medrano, 19 Matias Alemanno, 20 Juan Manuel Leguizamón, 21 Tomas Cubelli, 22 Santiago González Iglesias, 23 Sebastian Cancelliere;

Austrália: 15 Dane Haylett-Petty, 14 Israel Folau, 13 Reece Hodge, 12 Kurtley Beale, 11 Marika Koroibete, 10 Bernard Foley, 9 Will Genia, 8 David Pocock, 7 Michael Hooper (c), 6 Ned Hanigan, 5 Adam Coleman, 4 Izack Rodda, 3 Taniela Tupou, 2 Folau Fainga’a, 1 Scott Sio;

Suplentes: 16 Tolu Latu, 17 Sekope Kepu, 18 Allan Alaalatoa, 19 Rob Simmons, 20 Rory Arnold, 21 Caleb Timu, 22 Nick Phipps, 23 Matt Toomua, 24 Tom Banks;

 

PaísApelidoJogosPontos
Nova ZelândiaAll Blacks525
África do SulSpringboks515
AustráliaWallabies59
ArgentinaLos Pumas58