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ARTIGO COM VÍDEOS – ATUALIZADO – Brasil e Chile estão mais que prontos para estrearem no Americas Rugby Championship, nessa sexta, 20h15, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, em partida que abre a competição. Os ingressos estão à venda online e poderão também ser adquiridos no estádio no dia do jogo.

 

Competição que reúne as seis maiores forças do rugby pan-americano, o Americas Rugby Championship vale pontos preciosos no Ranking para o Brasil, atualmente a equipe de menor Ranking entre os participantes, 36º colocado. Uma vitória contra o Chile, 29º, valerá a subida dos Tupis. Clique aqui para conferir a prévia do campeonato. 

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Hoje rivais em igualdade de forças, brasileiros e chilenos têm uma longa história de confrontos, mas que favorece em absoluto os chilenos. Os times se enfrentam regularmente desde os anos 50 e o Brasil demorou até 2014 para obter sua primeira vitória na história sobre os Cóndores em jogos oficiais, memoráveis 24 x 16 na Arena Barueri. Porém, desde então, foram duas vitórias do Chile, no Sul-Americano de 2015, 32 x 03, e no Americas Rugby Championship de 2016, 25 x 22, ambos em solo chileno, e um empate, em 20 x 20 no próprio Pacaembu, no último duelo entre os dois países, pelo Sul-Americano de 2016. Por outro lado, o Brasil não é derrotado jogando em casa contra o Chile desde 2002, quando os Cóndores venceram no SPAC, em São Paulo, por 46 x 06. Do lado chileno, há um jejum longo a ser quebrado, enquanto do lado brasileiro há a necessidade de fazer com que vitórias sobre os andinos se tornem regulares.

 

Rodolfo Ambrosio, técnico argentino dos Tupis, apostou em um time forte, com poucas novidades. Dos 15 titulares anunciados para a estreia, 10 foram titulares no último test dos Tupis contra Portugal em dezembro, sendo que apenas 6 dos convocados – o experiente Diegão, os naturalizados Josh (neozelandês) e De Wet (sul-africano), os campeões brasileiros Tissot e Vitão, do Curitiba, e Matheus Cruz (que defendeu os Tupis no Circuito Sul-Americano de Sevens agora em janeiro e jogou o Sul-Americano) não viajaram com a seleção no fim de 2016 para os amistosos na Europa. E do time escalado para o desafio dessa sexta nada menos que 7 jogadores – Ige, Nativo, Chabal, Matias, Nick, Bruxinho e Coghetto – estiveram no time que derrotou o Chile em 2014.

 

Com relação à formação que empatou com o Chile em 2016, Ambrosio manteve Yan como hooker, mas trocou os pilares. Nelson, que foi considerado um dos destaques do Americas Rugby Championship 2016, e Texugo, titular contra Portugal, entraram no time titular. Chabal, titular contra o Chile no Sul-Americano, estará no banco. Na segunda linha, nenhuma surpresa, com Bruxinho começando como titular pela 17ª vez nos últimos 20 jogos do Brasil, jogando ao lado de Diegão, a mesma dupla do jogo passado do Pacaembu. Na terceira linha, os Tupis terão mudanças nas duas asas, sem Gelado, mas com Ige, jogador com mais caps do Brasil, ao lado de Buda e do oitavo Nick, capitão novamente.

 

Beukes segue como o scrum-half do time, com Tanque lesionado, ao passo que a camisa 10 será de Josh, com Ambrosio testando uma nova dupla criativa. Moisés, abertura contra o Chile no último jogo, será agora o 12, com Felipe Sancery novamente de segundo centro. Os pontas são novidade, com De Wet e Stefano nos lugares que foram de Robert e Coghetto. Stefano, no entanto, já havia sido ponta titular contra o Chile no último Americas Rugby Championship. E “imexível” com a camisa 15 estará Daniel Sancery, talvez o homem mais perigoso com a camisa verde e amarela.

 

No Sul-Americano passado, os Tupis haviam começado muito bem o jogo, mas permitiram que os Cóndores dominassem os minutos finais da partida, resultando no empate. Os Tupis, naquela oportunidade, haviam sofrido muito nos scrums, ao contrário do ocorrido no Americas Rugby Championship, quando o scrum brasileiro fora dominante. Os chilenos também foram superiores no breakdown em 2016, com o Brasil sofrendo com turnovers. Por outro lado, o lateral brasileiro teve ótimo desempenho, com um dos tries nascendo de um alinhamento, ao passo que a linha levou muito trabalho à defesa chilena, apesar de alguns penais e decisões erradas terem custado o que poderia ter sido um placar mais elástico para os Tupis.

 

Depois, na gira à Europa, o Brasil teve problemas tanto no seu jogo de chutes como na criação de jogadas. Fisicamente, o Brasil mostrou evolução constante ao longo de 2016, mas a leitura de jogo com a bola em mãos ainda se mostrou um problema. As entradas de Josh como abertura e de Nelson na primeira linha poderão ser resposta com potencial de bons frutos aos problemas no scrum e na criação (com as mãos e com os pés).

 

“Estamos atentos e treinando forte para aperfeiçoar nossa técnica. Queremos fazer uma partida perfeita, sem erros, para superarmos o Chile”, afirma Nick Smith, capitão da seleção para o jogo. “Tivemos partidas muito disputadas contra eles nos últimos anos, então qualquer detalhe pode ser decisivo”, complementa. “Sabemos que podemos e queremos fazer melhor”, afirmou Daniel Gregg, Manager dos Tupis, com uma história de mais de 45 partidas com a seleção como atleta.

 

Do lado chileno, o técnico francês Bernard Charreyre só manteve entre os titulares 4 atletas que começaram jogando em maio passado no Pacaembu contra o Brasil pelo Sul-Americano, sendo que outros 2 titulares dessa sexta estavam naquela partida de 2016. O time chileno para 2017 é mais forte que o do empate passado, mesmo não tendo atletas que atuem profissionalmente fora do país. Os Cóndores terão a volta do segunda linha Nikola Bursic, que jogou ano passado profissionalmente no PRO Rugby, a liga dos EUA, e contarão com uma dura terceira linha de Cristóbal Niedmann, autor de try contra os Tupis no último duelo, Anton Petrowitsch, nome forte do sevens chileno, e o oitavo Manuel Dagnino. O capitão será o pilarzão Claudio Zamorano, de 28 anos.

 

Na linha, Charreyre terá o abertura Francisco González Moller, que estreia no torneio, jogando ao lado do scrum-half Vergara, que foi titular na vitória chilena sobre o Brasil no Americas Rugby Championship passado. O homem mais perigoso é certamente o primeiro centro Matías Nordenflycht, um dos grandes destaques dos Cóndores no ano passado e exímio chutador. Penais que o Brasil cometer poderão ser duramente punidos. Na reserva, atenção para o homem da Ilha de Páscoa, Nicanor Machuca, o primeiro Rapa Nui a defender a seleção chilena.

 

Chances iguais para os dois lados e oportunidade preciosa para os dois times somarem a vitória que poderá ser a única de cada lado no torneio, pela força dos demais oponentes. Com somente dois jogos como mandante, sendo o outro apenas na rodada final contra o Canadá, o Brasil iniciará a competição com um quase “dever” de vitória.

 

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20h15 – Brasil x Chile, em São Paulo – ESPN AO VIVO

Árbitro: Claudio Cativelli (Uruguai)

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Brasil: 1 Alexandre Alves “Texugo” (Desterro), 2 Yan  Rosetti (CUBA, Argentina), 3 Wilton Rebolo “Nelson” (São José), 4 Diego Lopez “Diegão” (Pasteur), 5 Lucas Piero de Moraes “Bruxinho” (Desterro), 6 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 7 André Arruda “Buda” (Desterro), 8 Nicholas Smith “Nick” (SPAC), 9 Johannes Beukes Cremer (Poli), 10 Joshua Reeves “Josh” (Jacareí), 11 Stefano Giantorno (Niterói), 12 Moisés Duque (São José), 13 Felipe Sancery (São José), 14 Jacobus De Wet Van Niekerk (Band Saracens), 15 Daniel Sancery (São José);

 

Suplentes: 16 Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro), 17 Jonatas Paulo “Chabal” (Band Saracens), 18 Vitor Ancina “Vitão” (Curitiba), 19 Felipe Tissot (Curitiba), 20 Matheus Daniel “Matias” (Jacareí), 21 Matheus Cruz (Jacareí), 22-Luan Soares Smanio (Desterro), 23 Guilherme Coghetto (Desterro);

 

Chile: 1 Claudio Zamorano (Stade Français) (c), 2 Tomás Dussaillant (Old Boys), 3 José Tomás Munita (Universidad Católica), 4 Mario Mayol (Old Boys),  5 Nikola Bursic (COBS), 6 Cristóbal Niedmann (Prince of Wales), 7 Anton Petrowitsch (COBS), 8 Manuel Dagnino (Old Mackayans), 9 Beltrán Vergara (Old Boys), 10 Francisco González Moller (Sporting), 11 Pedro Verschae (Viña), 12 Matías Nordenflycht (COBS), 13 Franco Velarde (Viña), 14 Martín Verschae (Viña), 15 Rodrigo Fernández (COBS);

 

Suplentes: 16 Rodrigo Moya (Prince of Wales), 17 Vittorio Lastra (Old Mackayans), 18 Gonzalo Martínez (Curupayti, Argentina), 19 Nicanor Machuca (Old Reds), 20 Benjamín Soto (Stade Français), 21 Jan Hasenlechner (COBS), 22 Francisco Cruz (COBS), 23 Tomás Ianiszewski (Old Locks);

 

Histórico: 23 jogos, 20 vitórias do Chile, 2 empates e 1 vitória do Brasil. Último jogo: Brasil 20 x 20 Chile, em 2016 (Sul-Americano);

 

Sul-Americano 2016

Americas Rugby Championship 2016

Sul-Americano 2014

Foto: João Neto/Fotojump