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O Sul-Americano de Rugby teve início neste sábado com o Brasil recebendo o Uruguai no Allianz Parque, marcando a estreia dos Tupis na arena palmeirense, em São Paulo, com o segundo maior público da história do rugby nacional, 7692 pessoas. Apesar da expectativa de finalmente o Brasil conquistar sua vitória sobre o Uruguai, os Teros não deixaram dúvidas de sua superioridade e venceram 36 x 14.

 

O Brasil começou levando perigo, com lateral ganho e uma tentativa de chute para o in-goal de Tanque, mas sem o apoio necessário para a conclusão do try. A primeira boa chance foi brasileira, com penal a favor dos Tupis, não convertido por Tanque. O Uruguai deu o troco logo na sequência, com Seco arrematando penal aos 6′, 3 x 0.

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Os Teros mostravam grande qualidade no handling, explorando bem os buracos na defesa brasileira, na base das formações, praticando um rugby veloz e vertical, diferente do duelo no Americas Rugby Championship, quando os uruguaios cometeram muitos erros de knock-on. As duas equipes tiveram chances claras nos minutos seguintes à abertura do placar, com o Brasil contra-atacando em velocidade e sofrendo o contra-golpe. Chances perdidas para os dois lados.

 

Os uruguaios cresceram no jogo e passaram a controlar a posse de bola. O time visitante garantiu penal nas 22 e optou pelo lateral ao invés de ir aos postes, mostrando gana e confiança pelo try. Foram recompensados com maul perfeito, completado no in-g0al por Campomar. 10 x 0. Os Tupis ainda tiveram sua chance, com Daniel Sancery caindo no in-goal no limite da lateral, sem conseguir o apoio. O Brasil jogava em vantagem e apostou em investir com seu maul, mas os celestes se defenderam e afastaram o perigo.

 

Aos 18′, Phil recebeu cartão amarelo e o Brasil passou a ver de longe o campo ofensivo. Jogando um rugby solto e aberto, explorando os espaços, o Uruguai levou o jogo ao campo de defesa do Brasil, obrigando a seleção brasileira a provar evolução na defesa com um homem a menos. E os Tupis se saíram bem com 14, ao contrário do ocorrido ao longo do Americas Rugby Championship. As chances se somaram para os orientais, com Tanque salvando o Brasil na primeira chance clara e o knock-on negando ao Uruguai chance clara de try.

 

O segundo try uruguaio logo sairia e veio a partir de um scrum perdido pelos Tupis. Após a formação, os Teros saíram em velocidade e Prada finalizou o 17 x 0. O Brasil sentiu o golpe e o terceiro try saiu depois de bela escapada do oitavo Nieto. A bola foi reciclada com agilidade e Diego Magno concluiu. Antes do intervalo, Tanque ainda tentou um último lance de efeito antes, com chapéu, mas o primeiro tempo acabou por se encerrar em 22 x 0 para os uruguaios.

 

O segundo tempo largou com mais domínio uruguaio. O primeiro penal na segunda etapa foi colocada para a lateral e os Teros investiram, mas o Brasil se segurou em cima da linha colocando o oponente para fora. Os Tupis não mantiveram a bola após o lateral e o Uruguai recuperou a posse, ganhando scrum e perdendo o try por pouco, com o scrum-half Lijtenstein perdendo o try por knock-on na hora do apoio. A pressão uruguaia seguiu e Ormaechea achou o espaço para fazer o 29 x 0.

 

Os Tupis mudaram sua composição em campo, com Beukes entrando como scrum-half e Tanque passando para abertura, com Moisés ocupando o primeiro centro. O efeito parecia estar sendo sentido, com boa oportunidade em lateral para o Brasil. Os Tupis cresceram e conquistaram o merecido try com Wacko, finalmente achando o espaço entre a defesa visitante.

 

Com o apoio da torcida, a situação brasileira melhorou quando os espaços aumentaram. O Uruguai foi reduzido a 14 homens, por amarelo para Kessler, assim como o Brasil, com Felipe Sancery recebendo outro amarelo. Com mais espaços no campo, o Brasil achou seu segundo try, aos 73′, em linda escapada de Laurent, que foi detido a 5 metros do try. A bola foi reciclada e chegou a Felipe Sancery, que cravou o try brasileiro.

 

No fim, a reação acabou não saindo. Kessler, que já havia marcado try em Barueri, deixou sua marca, fazendo o quinto try azul. 36 x 14, números finais. No total, o Brasil perdeu 2 scrums na partida, sem roubar nenhum dos uruguaios, que levaram a melhor nas formações no saldo final da partida. Nos laterais, o Brasil teve 2 laterais perdidos e roubou 1 dos Teros, em um jogo que teve ainda 10 penais cometidos por cada time.

 

“Temos muito trabalho pela frente para conseguirmos por em prática o que treinamos”, comentou Wacko, ao final da partida.

 

“Somos um grupo jogvem, com muito a amadurecer. Esta foi uma grande fonte de aprendizado”, ressalvou o capitão Ige. “Não tem técnica ou tática faltando. É uma questão emocional, de atitude, temos que colocar a cabeça no lugar para encarar o Chile”, completou.

 

“Sentimos um pouco o início da partida, pois já estávamos há algum tempo sem jogar juntos. O Uruguai imprimiu um ritmo forte no início”, falou Lucas Duque, o “Tanque”.

 

O Brasil volta a campo no próximo sábado, contra o Chile, no Pacaembu, em São Paulo, às 16h15 novamente. Já o Uruguai visitará o Paraguai.

 

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Brasil 14 x 36 Uruguai, em São Paulo

Árbitro: Juan Silvestre (Argentina) / Assistentes: José Covassi (Argentina) e Victor Silvero (Paraguai)

 

Brasil

Tries: Mark Jackson “Wacko” e Felipe Sancery

Conversões: Moisés Duque (2)

15 Daniel Sancery, 14 Laurent Bourda-Couhet, 13 Felipe Sancery, 12 Phil Ramos, 11 Stefano Giantorno, 10 Moisés Duque, 9 Lucas Duque, 8 Nick Smith, 7 Cléber Dias “Gelado”, 6 João Luiz da Ros “Ige” (c), 5 Diego Lopez, 4 Lucas Piero “Bruxinho”, 3 Caique Silva, 2 Yan Rosetti, 1 Lucas Abud.

Suplentes: 16 Rafael Carnivalle “Carnaval”, 17 Jonatas Paulo “Chabal”, 18 Luan Almeida “Big”, 19 André Arruda “Buda”, 20 Mark Jackson “Wacko”, 21 Beukes Cremer, 22 Robert Tenório, 23 Guilherme Coghetto.

 

Uruguai

Tries: Martin Seco, Joaquín Prada, Diego Magno, Juan Diego Ormaechea e Germán Kessler

Conversões: Martin Seco (4)

Penais: Martin Seco (1)

15 Federico Favaro, 14 Mauro Daverio, 13 Joaquin Prada, 12 Facundo Klappenbach, 11 Nicolás Freitas, 10 Martín Seco, 9 Guillermo Lijtenstein, 8 Alejandro Nieto (c), 7 Gonzalo Campomar, 6 Juan Diego Ormaechea, 5 Diego Magno, 4 Ignacio Dotti, 3 Carlos Arboleya, 2 Germán Kessler, 1 Mateo Sanguinetti.

Suplentes: 16 Rafael Mones, 17 Diego Arbelo, 18 Ignacio Seco, 19 Matías Palomeque, 20 Joaquín Dell Acqua, 21 Gastón Nicolás, 22 Mateo Tortorella, 23 Santiago Martinez.

 
Foto: João Neto/Fotojump

DiaHoraLocalCasa vs Adversário
19/08/201715:00UNB - Brasília, DFRugby Sem Fronteiras23X15Cuiabá
16/09/201716:00Arena Pantanal - Cuiabá, MTCuiabá14X15Rugby Sem Fronteiras

1 COMENTÁRIO

  1. Muito boa a iniciativa de levar o Rugby para o estádio do Palmeiras, foi um bom público porém teria sido muito maior se tivesse uma organização melhor. Foi muita confusão para conseguir retirar os ingressos, era a mesma bilheteria para comprar ou retirar o ingresso que foi comprado pela net. Muita gente desistiu de entrar, o jogo tinha terminado o primeiro tempo e a fila da bilheteria estava virando a esquina do Shopping ainda. A impressão que ficou é que não estavam preparados para o público presente, e vender ingresso online e colocar para retirar na mesma bilheteria q estão vendendo foi muita falta de bom senso. Não podemos transformar uma oportunidade de crescimento em propaganda negativa, muita gente que estava indo pela primeira vez ver um jogo de rugby, estava revoltada e falando que não voltariam mais, organização é o mínimo para atrair novos torcedores.