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No dia 25 de novembro, em São Paulo, será jogada a 1ª Copa Sul-Americana de Rugby League Feminino, o rugby de 13 jogadores. Será apenas uma partida: Brasil contra Argentina. Jogo inédito, seleção inédita, formada pela jovem Confederação Brasileira de Rugby League.

E para a primeira partida na história da modalidade, a Seleção Brasileira convocada pelo técnico André “Boy” (do SPAC, com grande história pelos Tupis) está recheada de grandes nomes da história das Yaras. Estarão no time nada menos Paulinha Ishibashi (Rio 2016 e Copas do Mundo de Sevens de 2009 e 2013), Edna Santini (Rio 2016 e Copa do Mundo de Sevens de 2013) e Bruna Lotufo (Copa do Mundo de Sevens de 2009), apenas para citar as atletas com experiência nos máximos torneios de sevens do mundo. Carolina Palazzini, do Band, será a capitã do time, que conta com 20 atletas (das quais 7 são do Band).

O jogo contra a Argentina valerá como parte das Eliminatórias para a torneio feminino da Copa do Mundo de Rugby League de 2021, que ocorrerá na Inglaterra.

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Convocação:

Aline Mayumi (SPAC), Amanda Onaga (USP), Ana Cláudia (Rio de Janeiro XIII), Ana Paula Teixeira (Band), Andressa Contreras (Niterói), Bruna Lotufo (Band), Camila Giaj-Levra (Band), Camila Santos (SPAC), Carolina Palazzini (Band), Danielle Missau (Pasteur), Edna Santini (São José), Grasiele Santos (Band), Juliana Modaneze (Band), Karina Araújo (Vitória), Kathelen Silva (São Lourenço),Katlen Oliveira (São Lourenço), Schwarleny Schawambach (Band), Tatiane Fernandes (Lenks Sorocaba);

 

Copa do Mundo de Rugby League Feminina de 2021 terá 2 vagas para as Américas

As chances do Brasil são reais de classificação para a próxima edição da Copa do Mundo de Rugby League Feminina. Isso porque foi confirmado que a competição contará com 8 vagas, 2 a mais que em 2017, das quais 2 vagas serão das Américas.

Inglaterra (país sede), Austrália e Nova Zelândia (campeã e vice de 2017) já estão asseguradas no torneio. As outras 5 vagas serão distribuídas assim:

  • 1 vaga para a Europa;
  • 2 vagas para Ásia-Oceania;
  • 2 vagas para as Américas/Oriente Médio

Quem vencer o jogo entre Brasil e Argentina deverá ter pela frente Canadá (que disputou o Mundial de 2017) e Estados Unidos, além de talvez alguma equipe caribenha (Jamaica) ou do Oriente Médio (Líbano), o que ainda está para ser confirmado.

 

O que é o Rugby League?

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes e organizada por entidades distintas do Union. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union que reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França, onde segue bem abaixo do Union.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo;
  • A modalidade reduzida de 9 jogadores, o Nines, é disputado em 2 tempos de 9 minutos;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não é usado sistema de pontos bônus nas tabelas de classificação. A vitória vale 2 pontos, o empate 1 e a derrota 0;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;

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