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Tudo pronto para o grande desafio do Brasil no Sul-Americano de 2015! Grande desafio? Sim, senhor. Depois de ser derrotada, como esperado, pelo Uruguai, a Seleção Brasileira viaja ao Chile onde enfrenta a seleção da casa nesse sábado, 17h00, no CARR La Reina, Parque Mahuida, em Santiago

 

O jogo será determinante às pretensões de ambos em chegar à Copa CONSUR em 2016, isto é, ter o direito de enfrentar no ano que vem a Argentina, na segunda fase do Sul-Americano (em 2015, Uruguai e Paraguai, os dois primeiros de 2014, enfrentarão os argentinos na segunda fase, uma vez que a classificação é feita pelo ano anterior). Os Tupis quebraram no ano passado um tabu histórico. Até então, jamais o Brasil havia vencido o Chile em um jogo oficial. O melhor resultado havia sido um empate em 1964, por 16 x 16, no SPAC. Em Barueri, o resultado de 26 x 16 para os Tupis foi histórico e provou que o Brasil encostou nos Cóndores.

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O jogo não terá transmissão de TV para o Brasil, mas o Portal do Rugby está lá para cobrir o jogo in loco, com informações de Daniel Venturole em tempo real!

 

Análise:

Em 2015, a realidade, no entanto, será mais desafiadora. Além de jogar na casa dos chilenos, onde o Brasil até hoje só conheceu derrotas, os Cóndores contam com um elenco mais forte, uma vez que em 2014 o rugby chileno vivia o auge de uma crise política e financeira que impediu alguns atletas de jogarem pela seleção. Em 2015, os chilenos terão praticamente força máxima, à exceção de alguns poucos nomes que atuam no exterior. Contudo, a FERUCHI conseguiu trazer para a partida dos atletas que atuam profissionalmente na forte segunda divisão da França. O segunda linha Pablo Huete, do Massy, e o pilar Ramón Ayarza, do Carcassonne, ambos das equipes principais que disputam a Pro D2. A presença de ambos poderá ser determinante para os chilenos, que sofreram no pack contra o Brasil em 2014.

 

Os Tupis, aliás, impuseram grande pressão e chegaram a ter vantagem sobre o Uruguai no scrum, levando o jogo em igualdade até o segundo tempo, quando os ritmo brasileiro caiu e o físico uruguaio prevaleceu. Diante do Chile revigorado, o desafio será manter o desempenho no pack, uma vez que os Cóndores parecem muito melhor preparados nesse setor. Além do fato de os chilenos estarem “mordidos” pela derrota em Barueri e já terem declarado que o jogo com o Brasil é o jogo do ano para eles, uma questão de honra.

 

Este será o primeiro jogo do Brasil contra o Chile sob o comando de Rodolfo Ambrosio, que vem trabalhando forte no aspecto físico, já identificado como uma desvantagem do Brasil contra adversários mais fortes do continente. Não por acaso a opção pela preparação ser feita em Córdoba foi tomada e as derrotas pesadas para Tala e Athletic deram maior clareza à equipe sobre suas fraquezas. Diante do Uruguai, o Brasil ainda apresentou outro ponto animador: o jogo de chutes, que vinha sendo (e há muito tempo era) um aspecto do jogo que os Tupis não exploravam da melhor forma. A dupla Beukes e Grilo funcionou bem, com Grilo empurrando o Brasil com os pés e causando problemas à defesa dos Teros. Contudo, os Tupis não exploraram tanto seu jogo de mãos, no qual o Uruguai foi superior e o Chile sempre apresenta muita qualidade.

 

Uma vitória verde e amarela em pleno La Reina – somada a uma vitória em Bento Gonçalves contra o Paraguai – provará que o Brasil é hoje o terceiro time do continente. Mas, uma derrota deverá ser encarada como natural, ainda mais nos Andes. Ter vencido o Chile em 2014 prova apenas que hoje o Brasil chegou à condição de jogar contra os Cóndores com chances reais de vitória, e não que os Tupis sejam hoje superiores, ou nem mesmo do nível dos Cóndores. Como campeonatos pelo mundo afora provam, uma vitória não significa que o nível do adversário tenho sido alcançado. Ninguém melhor que a Itália no Six Nations – vencendo França, Irlanda, Gales e Escócia nos últimos anos – para provar isso. Cautela e realismo, mas confiança e audácia têm que ser as palavras do Brasil para o duelo.

 

Sábado, dia 25 de abril

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17h00 – Chile x Brasil , em Santiago

 

Brasil:
Beukes Cremer – Pasteur
Bruno Cardoso Carvalho “Manteigão” – San Diego
Cláudio Medeiros “Macaxeira” – URA
David Pereira Martins Prates – Pasteur
Eduardo Melotto “Duka” – Curitiba
Felipe Tissot – Curitiba
Jardel Vettorato – Brummers
Laurent Bourda  – Band Saracens
Lucas Abud – Jequitibá Campinas
Lucas Muller – Desterro
Lucas Piero de Moraes “Bruxinho” – Desterro
Lucas Tranquez “Zé” – SPAC
Martin Schaefer – SPAC
Mateus Estrela M. Tavares Estrela – Niterói
Matheus Daniel “Mathias” – Jacareí
Michael Olveira Moraes “Ilhae” – Curitiba
Nelson Oliveira – São José
Nick Smith – SPAC
Pedro Di Pilla – Pasteur
Pedro Sorribes Rosa – Band Saracens
Rafael Carnavalle Silva “Carnaval” – SPAC
Rafael Morales “Grilo” – São José
Saulo Oliveira – São José
Vitor Ancina de Oliveira – Curitiba

 

Chile:
Ramon Ayarza – Carcassonne (França)
Ignacio Alvarez – COBS
Sergio Bascuñan – Old Macks
Nikola Bursic – COBS
Matias Cabrera – Old Boys
Matias Contreras – Alumni
Manuel Dagnino – Old Macks
Manuel Gurruchaga – COBS
Francisco Hurtado – Old Georgians
Pablo Huete – Massy (França)
Jose Ignacio JI Larenas – U.Catolica
Jose Tomas Munita – U.Catolica
Felipe Neira Felipe – Old Johns
Cristobal Niedmann – PWCC
Matias Nordenflycht – COBS
Cristian Onetto – COBS
Juan Pablo Perrota – U.Catolica
Javier Richard – COBS
Luis Sepúlveda – Troncos
Benjamin Soto – Stade Français
Francisco Urroz – Old Reds
Javier Valderrama – Old Macks
Claudio Andres Zamorano – Stade Français
Italo Zunino – COBS

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