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Nesta segunda-feira o World Rugby revelou seu Ranking Mundial, com a Alemanha ganhando uma posição e ultrapassando Portugal e com o Brasil caindo três posições, ficando atrás da Colômbia por conta das duas derrotas frente os germânicos. Brasil e Colômbia duelarão encerrando o ano no dia 12 de dezembro, no Estádio do Canindé, em São Paulo, sendo essa a grane chance para o Brasil voltar a subir no Ranking.

 

O jogo será válido pela repescagem do Campeonato Sul-Americano. Quem vencer jogará na elite do continente em 2016 e quem perder jogará a segunda divisão.

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Mas, como entender a posição do Brasil no Ranking?

O Brasil passa pelo mesmo problema que a Itália, na Europa, e pelo qual passou a Argentina nos primeiros anos de Rugby Championship. O Ranking do World Rugby funciona no sistema de “troca de pontos”, isto é, uma fórmula que calcula pontos ganhos e perdidos por conta a posição das equipes que se enfrentam e o placar entre eles, levando em conta ainda a margem de pontos do placar e o mando de jogo.

 

O cálculo procede da seguinte maneira:

  • – Apenas para o cálculo, a equipe mandante recebe 3 pontos a mais em seu Ranking, pelo fator casa, e a diferença de pontos entre os times é calculada. Exemplo: antes do jogo do Pacaembu, o Brasil tinha 48.14 pontos, contra 55.90 dos alemães. Contudo, por jogar em casa, o Ranking foi calculado para o Brasil como se ele possuísse 51.14 pontos. Assim, a diferença para a partida entre Brasil e Alemanha era de 4.76 a favor dos alemães.
  • – A diferença de pontos entre as equipes é transformada em um coeficiente de vitória e um coeficiente de derrota para cada equipe, baseada em um algoritmo padrão do World Rugby. A equipe que vencer soma pontos e a que perder perde pontos, mas o time melhor ranqueado soma menos pontos em caso de vitória e perde mais em caso de derrota ou empate. Já o time pior ranqueado soma mais pontos em caso de vitória ou de empate e perde menos em caso de derrota;
  • – O coeficiente de cada equipe é multiplicado por 1,5 caso a derrota tenha sido superior a 15 pontos de diferença;

 

Mas, o que isso significa? Que o rugby tem um problema básico: equipes que jogam em competições contra equipes mais fortes com mais regularidade e, portanto, sofrem derrotas largas com muita frequência caem no rugby, ao passo que seleções que jogam competições mais fracas e, portanto, vencem com mais frequência, sobem no Ranking.

 

Essa lógica é visível ao se tomar a Itália como exemplo. Os italianos disputam o Six Nations em fevereiro e março, enfrentando França, Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda, e em geral perdem a maioria de seus jogos. A Geórgia, por sua vez, por não ter espaço no Six Nations, enfrenta no mesmo período Romênia, Rússia, Portugal, Espanha e Alemanha, vencendo quase sempre. Qual o efeito disso no Ranking? A Itália despenca, e a Geórgia sobe. Mas tal fator pouco diz sobre a diferença entre as duas seleções, por não se enfrentarem regularmente. E a situação não melhora em junho e novembro para os italianos, que costumam enfrentar seleções melhores que a Geórgia no mesmo período. O mesmo fenômeno ocorre parcialmente para a Argentina, que perde demais no Rugby Championship, mas por ter histórico positivo de vitória nos amistosos de junho e novembro – e no Sul-Americano, que vale pontos no Ranking – não sofre da mesma falta crônica de pontos somados dos italianos. O Japão, por outro lado, sempre vence no Campeonato Asiático.

 

Com isso, a tendência do Brasil ao entrar no Campeonato das Américas é sofrer ainda mais no Ranking, pois ao longo do ano os Tupis enfrentarão Uruguai e Chile duas vezes (contando o duelo pelo Sul-Americano), Argentina, Canadá, Estados Unidos e Paraguai (este pelo Sul-Americano) uma vez. Isso significa muitas derrotas e poucas vitória, isto é, queda no Ranking. A Colômbia, caso ela permaneça no Sul-Americano B (e para tal o Brasil precisa derrotá-la no próximo sábado) tem muito poucos jogos por ano, pelo calendário diminuto das divisões inferiores do continente, mas com a quase certeza de mais vitórias que derrotas – e mesmo com a expectativa de passar o ano invicta, pois os oponentes são Peru, Venezuela e Equador. Ou seja, pontos para os Tucanos no Ranking.

 

Para as seleções que estão no topo de seus campeonato anuais, o Ranking é sempre positivo e até mesmo fiel. Mas para seleções que brigam na parte de baixo de seus torneios o Ranking se torna irreal a partir do momento que seleções menores se aproximam sem que os confrontos diretos tenham acontecido para provar a real diferença entre elas.

 

Posição País
África do Sul
Nova Zelândia
Inglaterra
Irlanda
França
Gales
Austrália
Escócia
Argentina
10ºJapão
11ºFiji
12ºGeórgia
13ºTonga
14ºSamoa
15ºItália
16ºEstados Unidos
17ºEspanha
18ºUruguai
19ºRomênia
20ºRússia
21ºPortugal
22ºHong Kong
23ºCanadá
24ºNamíbia
25ºPaíses Baixos (Holanda)
26ºBrasil
27ºBélgica
28ºSuíça
29ºChile
30ºAlemanha
31ºCoreia do Sul
32ºQuênia
33ºColômbia
34ºPolônia
35ºZimbábue
36ºUcrânia
37ºTchéquia
38ºMalta
39ºTunísia
40ºUganda
41ºFilipinas
42ºCosta do Marfim
43ºMéxico
44ºLituânia
45ºCroácia
46ºParaguai
47ºSri Lanka
48ºMarrocos
49ºMalásia
50ºTrinidad e Tobago
Apenas o Top 50. Ao todo, são 105 países no Ranking

8 COMENTÁRIOS

  1. Aceitamos perder muitos pontos no ranking e jogar o Six Nations, pergunta se a Itália quer.
    Por sinal, pergunta se eles querem jogar com a gente em junho ou novembro.
    Eles sabem que se perderem, e não é impossível, apesar de serem favoritos, especialmente em Roma, o pleito por relegamento no six nations só cresce. A itália tá feliz no lugarzinho deles.

  2. Aceitamos perder muitos pontos no ranking e jogar o Six Nations, pergunta se a Itália quer.
    Por sinal, pergunta se eles querem jogar com a gente em junho ou novembro.
    Eles sabem que se perderem, e não é impossível, apesar de serem favoritos, especialmente em Roma, o pleito por relegamento no six nations só cresce. A itália tá feliz no lugarzinho deles.