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Barueri voltará nesse fim de semana a ser o centro do rugby feminino mundial. No sábado e no domingo, dias 20 e 21, vai rolar na Arena Barueri a segunda etapa da Série Mundial de Sevens Feminina 2015-16, com 12 das melhores seleções do mundo em campo, incluindo o Brasil, em uma verdadeira prévia dos Jogos Olímpicos, com entrada GRATUITA. E com transmissão do SporTV.

 

O evento promete, com a CBRu oferecendo transporte até o evento, food trucks no estádio e torneio universitário feminino nos intervalos das rodadas. Isso tudo somado ao grande atrativo, que é torcer pelo Brasil e conferir de perto as atletas dos principais países que estarão no Rio 2016.

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Em campo, dos 12 participantes, 9 já têm seus lugares garantidos nos Jogos Olímpicos, sendo que somente Colômbia e Quênia, entre os países já garantidos no Rio 2016, não estarão presente. Com Rússia, Irlanda e Espanha ainda não classificados aos Jogos Olímpicos (as três ainda jogarão o Pré-Olímpico Mundial em junho, e só uma irá se classificar), mas muito superiores a colombianas e quenianas, o torneio de Barueri é, na verdade, mais forte do que o torneio que teremos no Rio 2016.

 

Esta será a terceira edição consecutiva da Série Mundial de Sevens no Brasil (clique aqui para relembrar como foram as edições passadas) e as Tupis terão o desafio de quebrar o tabu do oitavo lugar, jamais superado pela seleção brasileira. Como em todos os torneios da Série Mundial de Sevens Feminina, as 12 seleções foram divididas em 3 grupos com 4 equipes cada, sendo que as duas primeiras colocadas de cada grupo e as duas melhores terceiras colocadas do torneio garantirão vaga nas quartas de final.

 

Brasil buscando um novo patamar

Na história do circuito mundial, jamais o Brasil conseguiu superar o oitavo lugar. Isto é, em todas as oportunidades que o Brasil conquistou sua classificação às quartas de final acabou derrotado em suas três partidas do segundo dia de jogos, acabando no oitavo lugar em 5 torneios desde a criação do circuito: Barueri e Atlanta em 2015, Amsterdã em 2014, Dubai e Guangzhou em 2013. Nada melhor do que chegar ao Rio 2016 com mais uma marca superada.

 

As Tupis irão ao torneio fortes, com um elenco experiente que inclui as veteranas Julia, Paulinha, Baby, Mari e Juka liderando o time, que também conta com jovens ascendentes, como Bianca Santos, de 18 anos, que já mostrou seu potencial no último torneio de Dubai. Mais uma vez, Edna é uma das grandes esperanças de brilho da equipe em campo, mas o trabalho físico deve ser atentado, sobretudo ao desempenho crescente da equipe no jogo de contato mais próximo dos rucks. Em Dubai, o Brasil mostrou sua qualidade ofensiva no jogo aberto, mas ainda sofreu para acompanhar as movimentações de bola das equipes mais fortes, ainda que os progressos tenham ficado claros ao longo da última temporada nesse quesito.

 

O Brasil viveu o ápice de sua forma no ano passado no início da temporada, apresentando seu melhor desempenho em Barueri e Atlanta. Porém, a equipe teve uma queda brusca, não rendendo o que poderia no meio do ano, quando, apesar do histórico Bronze no Pan-Americano, teve como ponto baixo mais uma eliminação no Torneio Qualificatório a seleção fixa do circuito. As Tupis deram a volta por cima e fizeram uma boa apresentação em Dubai em dezembro passado, quando venceram a Irlanda na Semifinal Bronze, mas acabaram derrotadas pelo Japão na decisão do 9º lugar.

 

“É muito gratificante jogar em casa. Ainda mais em um Circuito Mundial, competição em que lutamos muito para participar. Essa será a 3ª temporada seguida em que o Brasil recebe o torneio. Estamos muito felizes e focadas. Treinamos duro nas últimas semanas já pensando no campeonato”, afirma Paula Ishibashi, capitã da Seleção Brasileira. “Para esta etapa, temos meninas estreantes, como a Bianca Santos. Ela tem um grande potencial, e isso renova as energias do grupo. Estamos todas focadas e bem fisicamente para a competição”, completa Paulinha.

 

O Japão é o adversário hoje mais acessível para o Brasil derrotar no Grupo C, o que é imperativo para as Tupis avançarem às quartas de final mais uma vez. Contra as japonesas, o Brasil mostrou dificuldades em acompanhar o ritmo das asiáticas em Dubai, mas fisicamente o Brasil é capaz de suplantar as adversárias em um jogo mais fechado, como já fez antes. Antes do desafio com as japonesas, no entanto, o Brasil terá pela frente as adversárias mais fortes, França e Inglaterra, contra as quais as Tupis buscarão fazer história. Mesmo que vitórias não ocorram, sair de campo com placares bem justos já significaria sucesso para as brasileiras, sobretudo por conta da briga pela vaga entre as duas melhores terceiras colocadas. E, claro, para ganhar embalo e força mental para o Rio 2016.

 

Entre inglesas e francesas, ambas aspirantes a medalhistas no Rio, o favoritismo está levemente a favor hoje das inglesas, da espetacular asa Marlie Packer, após derrotarem justamente as francesas na decisão do terceiro lugar em Dubai. No físico, o time inglês leva vantagem, mas a França tem grande qualidade no jogo aberto e pode tranquilamente terminar na frente.

 

Black Ferns ou Wallaroos

No Grupo A, a Austrália é a favorita ao primeiro lugar, depois de ter conquistado o título em Dubai. As Wallaroos, como são conhecidas, já levantaram a taça em Barueri em 2014 e fizeram um torneio impecável nos Emirados Árabes, derrotando a Nova Zelândia nas quartas de final. A excepcional Ellia Green é um dos destaques do time junto de Emilee Cherry, melhor do mundo e artilheira australiana em 2014.

 

Mas, a Austrália não terá vida fácil. O Canadá chegará, como sempre, forte, e agora sem o peso de jamais ter conquistado um torneio do circuito, tabu quebrado no ano passado. As Canucks brigarão por medalha no Rio 2016 e terão força máxima em São Paulo, com a capitã Jen Kish e as artilheiras Bianca Farella, Ghislaine Landry e Karen Paquin no time – o desfalque fica por conta de Magali Harvey, melhor do mundo de Rugby XV em 2014. O Canadá, porém, não foi bem em Dubai, ficando apenas em sexto lugar, com derrota para Fiji nas costas. Hora da superação para o time do técnico John Tait.

 

E é justamente Fiji que aparece como a terceira força do grupo, tendo mostrado grande evolução na atual temporada. As fijianas têm muita habilidade, mas ainda pecavam no físico, fator que vem sendo trabalhado às vésperas dos Jogos Olímpicos. A jovem de 18 anos Miriama Marawa é o destaque. Já a Irlanda corre por fora, mas com chances de avançar, tendo mostrado evolução no Grand Prix europeu e ainda de olho no Pré-Olímpico. A juventude do time é o problema.

 

No Grupo B, o favoritismo é, como sempre, da Nova Zelândia, atual campeã mundial e maior favorita ao ouro olímpico. As neozelandesas vieram com tudo ao Brasil, com a implacável atual melhor do mundo Portia Woodman, Niall Williams, irmã de Sonny Bill Williams, as veteranas Kelly Brazier, Kayla McAlister e Sarah Goss, e a jovem destaque Tyla Nathan-Wong. Honey Hireme, maior campeã do rugby feminino mundial, estará no grupo, mas não deve jogar, enquanto Carla Hohepa está lesionada. O elenco é o melhor do mundo, mas o desempenho em Dubai foi muito abaixo do esperado, com as Black Ferns perdendo para Rússia e Austrália e acabando apenas no quinto lugar. O lugar para reagir e provar seu favoritismo é Barueri, portanto deve-se esperar o melhor do rugby kiwi em campo.

 

A Rússia será a grande rival da Nova Zelândia no sábado, com seu rugby físico e eficiente, da devastadora Khamidova, da matadora Mikhaltsova (artilheira em Dubai, com 8 tries) e da inteligente capitã Kudinova, motor do time. O vice campeonato em Dubai prova que as russas chegaram e brigarão definitivamente por medalha caso cheguem ao Rio 2016 (isso porque falharam no Qualificatório Europeu e jogarão a vida em junho no Pré-Olímpico).

 

Estados Unidos e Espanha completam o grupo. As Águias têm plenas condições de atrapalharem as favoritas e não estão nada satisfeitas com o desempenho em Dubai, quando acabaram em 11º lugar. O fim da temporada 2014-15 foi excelente para os EUA, quando as americanas brigaram no topo, e agora precisam correr atrás da posição que conquistaram com seus desempenhos de 2015. Recuperada de um câncer, a capitã Jillion Potter é uma das inspirações do time. A Espanha, por sua vez, acabou Dubai no oitavo lugar e busca se manter jogando em igualdade com as melhores do mundo, já de olho no Pré-Olímpico.

 

E para você, quem leva a etapa de Barueri? Vá ao estádio conferir todas essas craques de perto!

 

SWS 2015-16 logo

Super Desafio BRA de Rugby Sevens – 2ª etapa da Série Mundial de Sevens Feminina 2015-16 – em Barueri, Brasil

Grupos:
Grupo A: Austrália, Canadá, Fiji e Irlanda
Grupo B: Rússia, Nova Zelândia, Espanha e Estados Unidos
Grupo C: Brasil, Inglaterra, França e Japão.

 

Sábado, dia 20 de fevereiro
Jogo 1: 11h00 – Inglaterra x Japão
Jogo 2: 11h22 – França x Brasil
Jogo 3: 11h44 – Austrália x Fiji
Jogo 4: 12h06 – Canadá x Irlanda
Jogo 5: 12h28 – Rússia x Espanha
Jogo 6: 12h50 – Nova Zelândia x Estados Unidos
Jogo 7: 13h44 – Inglaterra x Brasil
Jogo 8: 14h06 – França x Japão
Jogo 9: 14h28 – Austrália x Irlanda
Jogo 10: 14h50 – Canadá x Fiji
Jogo 11: 15h12 – Rússia x Estados Unidos
Jogo 12: 15h34 – Nova Zelândia x Espanha
Jogo 13: 16h28 – Inglaterra x França
Jogo 14: 16h50 – Japão x Brasil
Jogo 15: 17h12 – Austrália x Canadá
Jogo 16: 17h34 – Fiji x Irlanda
Jogo 17: 17h56 – Rússia x Nova Zelândia
Jogo 18: 18h18 – Espanha x Estados Unidos

 

Domingo, dia 21 de fevereiro
Jogo 19: 11h00 – Quartas de Final – 1º colocado do Grupo A x 2º melhor terceiro colocado
Jogo 20: 11h22 – Quartas de Final – 1º colocado do Grupo B x melhor terceiro colocado
Jogo 21: 11h44 – Quartas de Final – 1º colocado do Grupo C x 2º colocado do Grupo A
Jogo 22: 12h06 – Quartas de Final – 2º colocado do Grupo B x 2º colocado do Grupo C
Jogo 23: 12h28 – Semifinais Taça Bronze – 3º melhor terceiro colocado x 3º melhor quarto colocado
Jogo 24: 12h50 – Semifinais Taça Bronze – Melhor quarto colocado x 2º melhor quarto colocado
Jogo 25: 14h28 – Semifinais Taça Prata – Perdedor de Jogo 19 x Perdedor de Jogo 22
Jogo 26: 14h50 – Semifinais Taça Prata – Perdedor de Jogo 20 x Perdedor de Jogo 21
Jogo 27: 15h12 – Semifinais Taça Ouro – Vencedor de Jogo 19 x Vencedor de Jogo 22
Jogo 28: 15h34 – Semifinais Taça Ouro – Vencedor de Jogo 20 x Vencedor de Jogo 21
Jogo 29: 15h56 – Disputa de 11º lugar – Perdedor de Jogo 23 x Perdedor de Jogo 24
Jogo 30: 16h58 – Final da Taça Bronze: Vencedor de Jogo 23 x Vencedor de Jogo 24
Jogo 31: 17h26 – Disputa de 7º lugar: Perdedor de Jogo 25 x Perdedor de Jogo 26
Jogo 32: 17h48 – Final da Taça Prata: Vencedor de Jogo 25 x Vencedor de Jogo 26
Jogo 33: 18h16 – Disputa de 3º lugar: Perdedor de Jogo 27 x Perdedor de Jogo 28
Jogo 34: 18h41 – Final da Taça Ouro: Vencedor de Jogo 27 x Vencedor de Jogo 28

 

*Horários de Brasília

 

Brasil:

Paula Ishibashi “Paulinha” – SPAC

Edna Santini – São José

Julia Sardá – Desterro

Juliana Esteves “Juka” – Band Saracens

Mariana Ramalho “Mari” – SPAC

Luiza Campos – Charrua

Beatriz Futuro “Baby” – Niterói

Maíra Behrendt – SPAC

Raquel Kochhann – Charrua

Haline Scatrut – Curitiba

Amanda Araújo – Niterói

Bianca Santos – São José

 

SeleçãoPontuação geralEtapa 5 (França)Etapa 4 (Canadá)Etapa 3 (Estados Unidos)Etapa 2 (Brasil)Etapa 1 (Emirados Árabes)
Austrália941816202020
Nova Zelândia801618181612
Canadá742012141810
Inglaterra741420160816
França601214081214
Rússia420406100418
Estados Unidos461008121402
Fiji360804061008
Espanha260610020206
Brasil*120003000603
Japão120101030304
Irlanda110302040101
Quênia*020200000000
Colômbia*010000010000
* seleções convidadas
EtapaCampeão
Etapa 1 (Emirados Árabes)Austrália
Etapa 2 (Brasil)Austrália
Etapa 3 (Estados Unidos)Austrália
Etapa 4 (Canadá)Inglaterra
Etapa 5 (França)Canadá
- Pontuação: 1º lugar, 20 pontos / 2º, 18 pts / 3º, 16 pts / 4º, 14 pts / 5º, 12 pts / 6º, 10 pts / 7º, 8 pts / 8º, 6 pts / 9º, 4 pts / 10º, 3 pts / 11º, 2 pts / 12º, 1 pt.

 

Foto: João Neto/Fotojump