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ARTIGO COM VÍDEOS – Mais um fim de semana de Brasil em campo! Desta vez, a Seleção Brasileira Masculina de Sevens entrou em campo em Vancouver, no Canadá, para a disputa da 6ª etapa da temporada 2015-16 da Série Mundial de Sevens Masculina, a primeira com a participação do Brasil como convidado. A expectativa para o time brasileiro era muito boa, sobretudo pela forma dos Tupis no XV, mas o curto espaço de tempo para a preparação e o nível elevado do torneio cobraram seu preço e o Brasil voltou para casa sem vitórias.
Na disputa na parte de cima do torneio, novamente Nova Zelândia, África do Sul, Fiji e Austrália desfilaram no topo da competição, mas desta vez quem levou a melhor foi a Nova Zelândia, se recuperando do insucesso em Vegas para levantar mais uma taça, sua terceira na temporada, e voltar à briga pela liderança do circuito que, no entanto, segue nas mãos de Fiji.
A próxima etapa será em Hong Kong, entre os dias 8 e 10 de abril, quando dois torneios serão disputados em paralelo: o torneio principal da Série Mundial de Sevens e o Torneio Qualificatório, a segunda divisão mundial, com 12 países (2 de cada continente, entre eles o Brasil), que disputarão uma vaga de promoção à elite do circuito.
Tanque e Daniel Sancery fazendo tries contra grandes do mundo
O primeiro dia do Brasil em Vancouver não produziu nenhuma vitória, mas Tanque e Daniel brilharam em bons momentos para os Tupis. No primeiro jogo do dia, contra a Argentina, a força dos Pumas foi demais para o Brasil, mas Daniel Sancery fez um dos tries mais bonitos do torneio, atropelando a linha argentina. Ainda assim, os Pumas se impuseram com 5 tries, fazendo-se valer se sua experiência no torneio e do fato de muitos dos brasileiros ainda sentirem o tempo curto de transição do XV para o sevens.
O segundo jogo foi contra a África do Sul, de Bryan Habana, que fez muito pouco em campo contra os Tupis. O Brasil fez seu melhor jogo, mesmo com os principais nomes dos Boks em campo – Afrika, Du Preez, Senatla, Brown – e largou em vantagem, dominando por completo os primeiros minutos e fazendo seu try com Tanque, em bela articulação com Laurent. Mas, os Boks acordaram e entenderam o que era enfrentar o Brasil, virando antes do intervalo, com tries de Du Preez e Agaba, mas com muita dificuldade, pela ótima forma do Brasil nos tackles. No segundo tempo, no entanto, o banco sul-africano falou alto e os Tupis não seguraram o ritmo, vendo Senatla – o artilheiro do circuito – e Geduld cruzaram o in-goal. 26 x 7 muito honrosos.
O último jogo do sábado opôs o Brasil à Escócia e os Tupis sentiram o peso físico dos dois primeiros embates, caindo de rendimento e saindo sem tries do jogo – apesar de lindo passe sob pressão de Rambo encontrando Lucas Muller na ponta, que correu e perdeu o try a centímetros de apoiar a bola. Os escoceses foram superiores durante toda a disputa, fizeram 5 tries e venceram por 33 x 0.
Quem acabou no topo do Grupo C foi a África do Sul, com vitórias expressivas sobre escoceses e argentinos. E os Pumas sucumbiram diante da Escócia na decisão da outra vaga nas finais, fazendo 19 x 7.
Canucks frustram torcida, mesmo após venceram a Austrália
No Grupo A, não houve nenhuma surpresa, com Fiji passando fácil por Quênia, Samoa e Portugal. Quênia festejou mais um try de Collins Injera, agora segundo maior artilheiro de tries da história do circuito, atrás apenas do argentino Santiago Gómez Cora, mas os samoanos roubaram dos quenianos o segundo lugar. Já no Grupo B, a Austrália escorregou e foi derrotada pelo Canadá, 14 x 12, com try decisivo de Adam Zaruba no finzinho, para o delírio da torcida. Porém, os Canucks decepcionaram perdendo para Gales, enquanto a Austrália passou pelos galeses, levando a decisão da vitória para o saldo. E quem acabou ficando de fora das finais foi justamente o time da casa, com os galeses alcançando pela primeira vez na temporada as finais.
Já no Grupo D, a Nova Zelândia terminou na ponta, com vitórias sofridas contra Estados Unidos, França e Inglaterra. Os estadunidenses provaram mais uma vez sua nova condição no circuito batendo os rivais europeus com contundência e alcançaram o segundo lugar.
Domingo sem vitórias
O domingo começou com derrota para os Tupis contra o time da casa, o Canadá, nas Quartas de Final do Bowl. O Brasil fez um jogo duro, mas foi posto sob pressão e teve que resistir aos avanços canadenses. Quem descobriu como passar pela defesa verde e amarela foi Nathan Hirayama, que fez todos os 3 tries dos Canucks, que venceram por 19 x 0. O primeiro try saiu apenas quando o Brasil fora reduzido a 6 homens, com amarelo a Felipe Sancery.
A última chance brasileira foi na Semifinal do Shield, contra a seleção que é lanterna da temporada entre as seleções fixas, Portugal. Mas, o Brasil deu mostras de desgaste e viu os portugueses se imporem no primeiro tempo todo. Ganhando no corpo e rompendo os tackles, Pedro Silvério fez dois tries para os Linces, abrindo 12 x 0. O segundo tempo começou igual, com Tiago Fernandes arrancando pela ponta para o terceiro try luso. Mas, os Tupis reagiram e Daniel Sancery rompeu a defesa vermelha para o try que dava esperanças ao Brasil. Os Tupis ainda perderam um try feito, com Moisés chutando cruzado para Martin cometer knock-on em cima do in-goal. Rambo ainda teve uma última chances, mas não conseguiu o apoio sobre pressão na área de meta e a vitória foi de Portugal, 17 x 7.
Portugal, com a vitória, se classificou para um jogo crucial na final Shield contra a Rússia, que valia muito para ambos na luta contra o rebaixamento. A Rússia havia passado pelo Quênia na outra semifinal, empurrando os africanos para sua pior campanha na temporada. E os Ursos se ergueram na final afundando os lusos um pouco mais na lanterna. 17 x 10.
Nova Zelândia campeão
As quartas de final em Vancouver não tiveram surpresas reservadas, mas apenas a África do Sul venceu com tranquilidade (31 x 0 sobre Gales). O grande jogo opôs Fiji e Estados Unidos, que fizeram uma partida cheia de emoção e reviravoltas, que teve os EUA largando em vantagem e os fijianos correndo atrás do placar, com Kitione Kaliga, artilheiro da etapa, dando seu show. Quando Perry fez o try dos americanos a 1 minuto do fim parecia que o assunto estaria resolvido, mas Veremalua cruzou o in-goal para Fiji antes do apito final e empatou a partida. E na prorrogação a vitória fijiana saiu, com o artilheiro Rawaqa. A Nova Zelândia também não teve vida fácil, fazendo apenas 17 x 10 sobre Samoa, enquanto a Austrália derrotou a Escócia por suados 24 x 17.
Nas semifinais, os Boks mostraram grande forma em triunfo por 31 x 19 sobre Fiji, com Cecil Afrika e Seabelo Senatla fazendo os tries decisivos. Já a Nova Zelândia anotou 28 x 19 sobre a Austrália, com o jovem Moila fazendo os dois tries finais para os All Blacks.
Nas finais menores, o Canadá fez a alegria da torcida vencendo a França na final do Bowl, graças a um erro da França no fim do jogo, dando a última bola aos Canucks, que não perdoaram com try de Moonlight. Na final do Plate, foi a vez de Samoa mostrar que está reagindo no circuito batendo os EUA por 31 x 19, ao passo que na decisão do terceiro lugar Fiji deixou seus concorrentes se aproximaram um pouco mais da liderança do circuito ao cair diante da Austrália. 19 x 12, com Porch anotando dois tries.
A grande final opôs as velhas rivais Nova Zelândia e África do Sul e emoção não faltou. Os Boks abriram o placar com Specman, mas os All Blacks viraram com tries de Dickson e Baker antes do intervalo, e ampliaram com Ormond na volta da pausa. Senatla ainda cruzou o in-goal para os verdes com 1 minuto antes do fim, mas não houve mais tempo para a virada. 19 x 14 para os neozelandeses, que prevaleceram no físico, com DJ Forbes e Tim Mikkelson sendo instrumentais na vitória. A velha potência está de volta!
Canada Sevens – 6ª etapa da Série Mundial de Sevens Masculina 2015-16 – em Vancouver, Canadá
Grupo A: Fiji, Quênia, Samoa e Portugal
Grupo B: Austrália, Canadá, Gales e Rússia
Grupo C: África do Sul, Argentina, Escócia e Brasil
Grupo D: Nova Zelândia, Estados Unidos, França e Inglaterra
Sábado, dia 12 de março
África do Sul 43 x 00 Escócia
Argentina 35 x 05 Brasil
Fiji 38 x 05 Samoa
Quênia 43 x 05 Portugal
Estados Unidos 42 x 14 França
Nova Zelândia 07 x 00 Inglaterra
Austrália 43 x 05 Rússia
Gales 26 x 19 Canadá
África do Sul 26 x 07 Brasil
Argentina 07 x 19 Escócia
Fiji 62 x 00 Portugal
Quênia 19 x 26 Samoa
Estados Unidos 17 x 12 Inglaterra
Nova Zelândia 24 x 10 França
Gales 52 x 00 Rússia
Austrália 12 x 14 Canadá
Escócia 33 x 00 Brasil
A tough #Canada7s for @brasilrugby so far but Martin Schaefer says it’s all about learning at the top level pic.twitter.com/ujCAJspWQR
— World Rugby Sevens (@WorldRugby7s) 13 de março de 2016
África do Sul 27 x 00 Argentina
Samoa 43 x 07 Portugal
Fiji 24 x 19 Quênia
França 12 x 14 Inglaterra
Estados Unidos 05 x 17 Nova Zelândia
Austrália 49 x 14 Gales
Rússia 12 x 29 Canadá
Classificação:
Grupo A: 1 Fiji, 2 Samoa, 3 Quênia, 4 Portugal
Grupo B: 1 Austrália, 2 Gales, 3 Canadá, 4 Rússia
Grupo C: 1 África do Sul, 2 Escócia, 3 Argentina, 4 Brasil
Grupo D: 1 Nova Zelândia, 2 Estados Unidos, 3 Inglaterra, 4 França
Domingo, dia 13 de março
*Das 13h40 às 22h30
Quartas de Final Bronze (Bowl)
Quênia 21 x 24 França
Argentina 19 x 00 Rússia
Inglaterra 31 x 00 Portugal
Canadá 19 x 00 Brasil
Quartas de Final Ouro (Cup)
Fiji 31 x 26 Estados Unidos
África do Sul 31 x 00 Gales
Nova Zelândia 17 x 12 Samoa
Austrália 24 x 17 Escócia
Semifinal Estímulo (Shield)
Quênia 07 X 24 Rússia
Portugal 17 X 07 Brasil às 17h18
Semifinal Bronze (Bowl)
França 19 X 17 Argentina
Inglaterra 07 X 17 Canadá
Semifinal Prata (Plate)
Estados Unidos 38 X 12 Gales
Samoa 24 x 17 Escócia
Semifinal Ouro (Cup)
Fiji 19 X 31 África do Sul
Nova Zelândia 28 x 19 Austrália
Final Estímulo (Shield)
Rússia 17 x 10 Portugal
Final Bronze (Bowl)
França 17 x 19 Canadá
Final Prata (Plate)
Estados Unidos 19 x 31 Samoa
3º lugar
Fiji 12 x 19 Austrália
Final Ouro (Cup)
África do Sul 14 x 19 Nova Zelândia
Clube | Cidade | Jogos | Pontos |
---|---|---|---|
Oyonnax | Oyonnax | 30 | 90 |
Agen | Agen | 30 | 87 |
Montauban | Montauban | 30 | 86 |
Mont-de-Marsan | Mont-de-Marsan | 30 | 83 |
Biarritz | Biarritz | 30 | 81 |
Perpignan | Perpignan | 30 | 79 |
Colomiers | Colomiers | 30 | 78 |
Aurillac | Aurillac | 30 | 70 |
Carcassonne | Carcassonne | 30 | 64 |
Béziers | Béziers | 30 | 63 |
Vannes | Vannes | 30 | 61 |
Narbonne | Narbonne | 30 | 61 |
Angoulême | Soyaux-Angoulême | 30 | 61 |
Dax | Dax | 30 | 59 |
Albi | Albi | 30 | 57 |
Bourgoin | Bourgoin-Jallieu | 30 | 17 |
- Vitória com menos de 3 tries de diferença = 4 pontos;
- Empate = 2 pontos;
- Derrota por 5 pontos ou menos pontos = 1 ponto;
- Derrota por mais 6 pontos ou mais = 0 pontos;
- 1º lugar: promoção ao Top 14
- 2º ao 5º lugares: mata-mata de promoção ao Top 14
- 15º e 16º lugares: rebaixamento
Brasil:
Daniel Henry Sancery – Albi (França)
David Neil Harvey – NSW Country Eagles (Austrália)
Felipe Claro Sant’Ana Silva “Alemão” – SPAC
Felipe Henry Sancery – Albi (França)
Gustavo Barreiros de Albuquerque “Rambo” – Curitiba
Juliano Ernani Melengrau Fiori – Richmond (Inglaterra)
Laurent Jose Bourda Couhet – Band Saracens
Lucas Amadeu Muller – Desterro
Lucas Drudi Romeu – Jacareí
Lucas Rodrigues Duque “Tanque” – São José
Moisés Rodrigues Duque – São José
Martin Schaefer – SPAC
Foto: Lorne Collicutt
Tentei ver os jogos (todos) pelo site da WR, mas está bloqueado para o Brasil devido à exclusividade da band Sports, ou seja não pude ver nenhum jogo, de nenhum país ao vivo, pq os caras iriam passar o VT dos jogos do Brasil à noite. Sinceramente isto não é correto.
Consegui assistir tudo pelo streaming, as vezes foi um pouco difícil no sábado mas no domingo boa
recepção o dia todo.
Brasil conseguir muito melhor que ontem seria quase impossível neste ní
Com mais participação vai melhorando mas o progresso será lento. Minha pergunta principal é a sobre
a presença do David Harvey no 7s. Já vimos no time de XV que, além de chutar muito bem, passar a
bola para os centros era praticamente fora de cogitação. Ontem como não pode se esconder quanto no
jogo de XV, ele foi muito fraco no quesito tackle.