Foto: Bruno Ruas @ruasmidia

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O rugby de seleções nacionais está voltando! Vá se preparando, porque na semana que vem terá início a edição 2020 do Six Nations, o campeonato anual que envolve as 6 potências do rugby europeu: Gales (atual campeão), Inglaterra, Escócia, Irlanda, França e Itália.

ESPN transmitirá todos os jogos ao vivo para o Brasil.

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Formato e troféus em disputa

  • 6 seleções que se enfrentam em pontos corridos, com 5 rodadas;
  • O primeiro colocado será o campeão;
  • Caso o campeão tenha vencido todos os seus 5 jogos, ele conquistará o “Grand Slam“, o título mais prestigiado;
  • O último colocado fica com o “título simbólico” da Wooden Spoon (“Colher de Pau”). Não existe rebaixamento no Six Nations;
  • Pontuação na classificação funciona assim:
    • Vitória – 4 pontos;
    • Empate – 2 pontos;
    • Derrota por até 7 pontos de diferença = 1 ponto;
    • Derrota por mais de 7 pontos de diferença = 0 pontos;
    • Marcar 4 ou mais tries no mesmo jogo = 1 ponto extra;
    • Atingir o Grand Slam = 3 pontos extras;
  • O Six Nations ainda tem outras taças em disputa:
    • Triple Crown (Tríplice Coroa) = Troféu entre Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda para quem vencer todos os demais 3;
    • Calcutta Cup = Troféu para o vencedor de Inglaterra x Escócia;
    • Millennium Trophy = Troféu para o vencedor de Inglaterra x Irlanda;
    • Centenary Quaich = Troféu para o vencedor de Irlanda x Escócia;
    • Auld Alliance Trophy = Troféu para o vencedor de França x Escócia;
    • Troféu Giuseppe Garibaldi = Troféu para o vencedor de França x Itália;

 

Panorama 2020

Criado em 1883, o atual Six Nations é o torneio mais antigo do mundo e, para 2020, contará com 3 times que estiveram nas quartas de final da Copa do Mundo de 2019: Inglaterra (vice campeã), Gales (4o colocado) e França. E para 2020, quem temo favoritismo?

 

Inglaterra

  • Uma das duas únicas seleções que manteve seu treinador, a Inglaterra de Eddie Jones aparece como a maior favorita ao título de 2020;
  • Vice campeões mundiais em 2019, os ingleses mantiveram a base de seu poderoso e jovem elenco. A vitória sobre os All Blacks na semifinal do Mundial os colocou em outro patamar e a derrota na decisão para os Springboks não pode apagar o tremendo rugby que a Inglaterra apresentou em 2019;
  • Trata-se de uma equipe completa, com força em todos os setores e grande profundidade no elenco. A perda de Billy Vunipola por lesão e o rebaixamento do Saracens, que pode afetar psicologicamente boa parte do elenco inglês, que conta com muitos atletas do clube (como Itoje, Farrell, entre outros), são as principais questões;
  • A Inglaterra tem vantagem na tabela de jogos, recebendo Gales e Irlanda, dois dos grandes concorrentes ao título. O jogo fora de casa contra a França aparece como o maior desafio;

 

Gales

  • Atual campeão do Six Nations e semifinalista da Copa do Mundo, Gales é um dos grandes concorrentes ao título novamente;
  • O líder do grande 2019, o técnico Warren Gatland, já não está mais no comando do time. Wayne Pivac começa seu trabalho com os Dragões: momento de transição;
    • O estilo de jogo dos times de Pivac (como o Scarlets, campeão do PRO14 de 2017) é diferente dos times de Gatland, apostando muito mais no jogo aberto (que está no “DNA” do rugby galês);
  • Os galeses não têm uma tabela favorável, tendo que visitar Irlanda e Inglaterra. Superação será a palavra para Gales, mas facilitada por ter “a casa em ordem”;
  • O capitão Alun Wyn Jones segue na equipe, algo muito positivo para o momento de transição;

 

França

  • A França vive seu maior jejum no Six Nations dos últimos 70 anos, sem vencê-lo desde 2010;
  • Em 2019, os franceses finalmente voltaram a impressionar, com uma jovem equipe que chegou às quartas de final da Copa do Mundo, flertando com vitória sobre Gales;
  • Auxiliar técnico na Copa do Mundo, Fabien Galthié (ídolo dos Bleus como atleta) assumiu agora o comando da seleção e terá que provar que poderá trazer maior ordem ao grupo. No Mundial, alguns desentendimentos internos já levantaram dúvidas sobre sua capacidade de unir o elenco;
  • Galthié seguiu com o processo de renovação dos Bleus e testará mais jogadores durante o Six Nations. Em geral, a expectativa em cima de nomes como Ntamack, Dupont, Ramos, Alldritt, Ollivon, é alta, com o amadurecimento do elenco ao longo deste novo ciclo de trabalho;
  • A tabela é satisfatória para a França, que receberá Inglaterra e Irlanda, mas terá que visitar Gales. O primeiro jogo contra os ingleses dará o termômetro real se os franceses brigarão por título ou não;

 

Irlanda

  • Até 2018 a Irlanda era uma das grandes seleções do mundo, tendo faturado o Six Nations naquele ano e vencido os All Blacks. No entanto, 2019 foi terrível para o Trevo, que novamente falhou na Copa do Mundo, parando nas quartas de final com desempenho abaixo do esperado;
  • Sob o técnico Joe Schmidt, apesar das derrotas em Mundiais, a Irlanda viveu momento áureo. Agora, os Verdes têm novo treinador, o inglês Andy Farrell (pai do abertura inglês Owen Farrell). Momento de transição para a Irlanda;
  • Farrell traz boas expectativas de crescimento mental para o time. Um dos desafios novos está na liderança, com a aposentadoria do capitão Rory Best. O peso está nos ombros de Jonny Sexton agora;
  • A tabela não é das melhores para a Irlanda, que visita Inglaterra e França, mas recebe Gales;

 

Escócia

  • Sem vencer a competição desde 1999, a Escócia é, junto da Inglaterra, a única seleção que manteve seu treinador, Gregor Townsend, mais pressionado do que nunca após a eliminação para o Japão na fase de grupos da Copa do Mundo;
  • A Escócia conta com uma geração talentosa na linha, em especial graças ao talento de Stuart Hogg e, talvez, Finn Russell (que foi suspenso por indisciplina). Porém, os escoceses ainda balançam quando precisam dar voos maiores;
  • A perda do ex capitão Greig Laidlaw poderá ter efeito muito negativo na confiança escocesa, o que será posto à prova ainda. Além disso, lesões seguem sendo problema para o Cardo. O time não tem profundidade suficiente de elenco;
  • Apesar de evolução nos últimos anos, a Escócia ainda está abaixo de ingleses, galeses e irlandeses (e franceses) na relação de forças e vai novamente à competição como azarona;

 

Itália

  • Última colocada de todas as edições do Six Nations desde 2016, a Itália já bateu recorde de derrotas seguidas na competição e está desesperada por dias melhores;
  • A Itália tem novo treinador, o sul-africano Franco Smith, mas provisório, com contrato apenas para o Six Nations. Com seu maior jogador, Sergio Parisse, prestes a se aposentar, a Itália entra em novo capítulo de sua história, precisando encontrar seu caminho em meio a mudanças nas lideranças;
  • Novos talentos emergiram nos Azzurri recentemente e neles se depositam esperanças para a melhora da equipe. Olhos para Jake Polledri;
  • Em resumo, mais uma vez a Colher de Pau tem “favoritismo” italiano;

 

1a rodada

Dia 01/02 – Gales x Itália, em Cardiff

Dia 01/02 – Irlanda x Escócia, em Dublin – Centenary Quaich

Dia 02/02 – França x Inglaterra, em Paris – Le Crunch

 

2a rodada

Dia 08/02 – Irlanda x Gales, em Dublin

Dia 08/02 – Escócia x Inglaterra, em Edimburgo – Calcutta Cup

Dia 09/02 – França x Itália, em Paris – Troféu Giuseppe Garibaldi

 

3a rodada

Dia 22/02 – Itália x Escócia, em Roma

Dia 22/02 – Gales x França, em Cardiff

Dia 23/02 – Inglaterra x Irlanda, em Londres – Millennium Trophy

 

4a rodada

Dia 07/03 – Irlanda x Itália, em Dublin

Dia 07/03 – Inglaterra x Gales, em Londres

Dia 08/03 – Escócia x França, em Edimburgo – Auld Alliance Trophy

 

5a rodada

Dia 14/03 – Gales x Escócia, em Cardiff

Dia 14/03 – Itália x Inglaterra, em Roma

Dia 14/03 – França x Irlanda, em Paris

 

Histórico

 PaísTítulos totaisTítulos desde 2000Grand SlamsTríplices CoroasColheres de PauParticipações% títulos/participações
Inglaterra29 (10)713262512423,4%
Gales28 (12)612222112622,2%
França17 (8)59-189118,7%
Escócia15 (9)03103312611,9%
Irlanda14 (9)43113612611,1%
Itália000-16220%
- Na coluna "Títulos totais" estão marcados os títulos inteiros e, entre parênteses, os títulos 'divididos";

- Até 1988, quando duas ou mais equipes terminavam empatadas em primeiro lugar em número de pontos o título era dividido entre essas duas ou mais seleções. A partir de 1989 critérios de desempate foram adotados para definir apenas um campeão por ano;

- Grand Slam = Quando uma equipe vence todas as partidas do torneio;

- Tríplice Coroa (Triple Crown) = Quando Inglaterra, Escócia, Gales ou Irlanda derrotam todos as demais nações dos Ilhas Britânicas. França e Itália não disputam a Tríplice Coroa;

- Colher de Pau = Quando uma seleção perde todas as partidas na competição;

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Histórico:

1883 - 1909 - Home Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda);

- Inglaterra não participou em 1888 e 1889; 1885, 1897 e 1898 não foram terminados;

1910 - 1914 - Five Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda e França);

1915 - 1919 - Interrupção pela Primeira Guerra Mundial;

1920 - 1931 - Five Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda e França);

1932 - 1939 - Home Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda);

1940 - 1946 - Interrupção pela Segunda Guerra Mundial;

1947 - 1999 - Five Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda e França);

- 1972 não foi terminado por crise política na Irlanda;

- 2000 - hoje - Six Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda, França e Itália);