Foto; Springboks Rugby

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O sábado será de decisão com a última rodada do Rugby Championship fazendo ferver o Hemisfério Sul. África do Sul (Springboks), Nova Zelândia (All Blacks) e Austrália (Wallabies) podem terminar o torneio como campeões, com os Springboks chegando ao desafio final na liderança e dependendo apenas de si para quebrarem um jejum de 10 anos sem título (a última conquista sul-africana foi o Tri Nations, antecessor do Championship, de 2009).

O primeiro jogo da rodada é na Austrália, com os Wallabies recebendo os All Blacks (com os dois times pela primeira vez na história se enfrentando no oeste do país, em Perth), ao passo que na sequência os Springboks irão à Argentina encarar os Pumas, que ainda buscam a primeira vitória para fugirem da lanterna (o jogo é em Salta, onde os Boks venceram os Pumas em 2017). Tudo com transmissões da ESPN.


Mas, o que cada equipe precisa para ser campeã?

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  • Os Springboks só dependem de si. Caso os All Blacks vençam os Wallabies sem bônus (ou caso os Wallabies sejam vencedores), os Springboks só precisarão de uma simples vitória para serem campeões. Caso os All Blacks vençam com bônus (isto é, marcando 3 ou mais tries que os Wallabies), os Springboks precisarão fazer o mesmo;
  • Os All Blacks precisam vencer e torcer por um empate ou derrota dos Springboks. Se os All Blacks venceram com bônus e os Springboks sem bônus, o título será decidido pelo saldo de pontos;
  • Já os Wallabies precisam vencer os All Blacks, de preferência com bônus, e ainda necessitam de uma vitória argentina. Caso haja um empate entre Springboks e Wallabies na classificação (por vitória australiana sem bônus e derrota sul-africana com bônus), o título será sul-africano;

 

Bledisloe Cup é grande objetivo de All Blacks e Wallabies

Apesar da matemática para o título do Rugby Championship, os dois treinadores de Nova Zelândia (Steve Hansen) e Austrália (Michael Cheika) já deixaram claro que, depois da Copa do Mundo, o maior objetivo do ano é o título da Bledisloe Cup, a série anual entre All Blacks e Wallabies que, neste ano, será de apenas dois jogos. O motivo é que a taça se tornou uma obsessão australiana, pois os Wallabies não a conquistam desde 2002.


Hansen promoveu mudanças no seu time após o empate com os Springboks. Dane Coles será desta vez o hooker e Scott Barrett entrará na segunda linha no posto do lesionado Brodie Retallick. Nas asas a mudanças foi completa, com as entradas de Sam Cane e Ardie Savea, ao passo que o scrum-half voltará a ser Aaron Smith. Por fim, a camisa 12, que foi de Sonny Bill Williams, será agora de Anton Lienert-Brown.

Já Cheika fez quatro mudanças nos Wallabies e a mais notável foi a entrada com a camisa 13 de James O’Connor, que voltará a vestir a camisa australiana como titular. Nic White foi recolocado com a camisa 9, ao passo que Tolu Latu será o hooker titular e Allan Alaalatoa terá a camisa 3.

Os Wallabies terão o estímulo da torcida de Perth, que nunca assistiu sua seleção encarando os All Blacks – e o jogo será no estádio novo da cidade, o Perth Stadium, com 65 mil lugares. A vitória sobre os Pumas também fez muito bem à confiança dos Wallabies, mas é inegável que, outra vez, a grande favorita é a Nova Zelândia, que pode se considerada superior em todos os setores. As apostas em Leali’ifano de 10 e Kurtley Beale de 15 seguem e poderão render frutos aos aussies, pois houve melhores no setor com esses dois nomes.

Na terceira linha, onde os All Blacks ainda têm problemas, o embate pode render, mas Cane e Savea colocarão uma intensidade muito alta nas disputas para poderem assegurar titularidade para o Mundial.  Novamente, Hansen deu uma chance a Mo’unga jogando de 10, mas desta vez testando-o ao lado de Aaron Smith. Na oportunidade anterior, o abertura dos Crusaders não rendeu o esperado, mas Hansen viu Beauden Barrett mostrar que é tão brilhante com a camisa 15 do que com a 10. Portanto, o teste segue. Além disso, com Lienert-Brown de 12, é esperável que a linha neozelandesa ganhe em velocidade e, com isso, o jogo de Mo’unga será posto à prova.


Springboks confiantes de que chegou a hora

A África do Sul chega à última rodada do Championship com a chance de finalmente ser campeã, pronta para superar um jejum que tanto fere o orgulho de uma das mais fortes nações do rugby mundial. O jogo contra a Argentina promete ser duríssimo, uma vez que os Pumas estão focados em se livrarem da lanterna da competição, algo que não conseguem desde 2015.

Para a partida, o técnico sul-africano Rassie Erasmus efetuou trocas somente na primeira linha, com todas os três titulares: jogarão desta vez Trevor Nyakane, Bongi Mbonambi e Tendai Mtawarira (que se tornará o atleta com mais jogos pelos Springboks na história do torneio). Já os Pumas celebram o retorno do hooker Agustín Creevy, enquanto Marcos Kremer, na segunda linha, e Javier Ortega Desio, na terceira linha, são as novidades do pack. Na linha, a grande novidade é a volta do fullback Emiliano Boffelli, o que torna o time argentino para o jogo em Salta mais competitivo do que o derrotado pelos Wallabies na última rodada.

Com as trocas na primeira linha, Erasmus sugere que seu time titular para a Copa do Mundo está quase desenhado – ainda que seja esperado um retorno de Marx à camisa 2 no futuro próximo. Erasmus manteve De Allende e Am como dupla de centros, algo que vinha sendo discutido, para deixar Kriel no banco, enquanto Kolbe e Mapimpi se firmaram nas pontas titulares – enquanto Dyantyi ainda segue lesionado. Além disso, apesar da qualidade de Herschel Jantjies, a camisa 9 não pode sair de Faf de Klerk, que seguirá na titular ao lado do abertura Handré Pollard. Já a terceira linha parece mesmo pronta com o oitavo Duane Vermeulen de capitão ao lado de Piet-Steph Du Toit e Kwagga Smith, ao passo que a segunda linha de Eben Etzebeth e Franco Mostert é decerto das mais fortes do mundo.

Os Pumas perseguem uma melhoria nos scrums e contra uma nova primeira linha sul-africana esse será um objetivo claro. O técnico Mario Ledesma ainda espera muito de Facundo Isa na terceira linha, mas os embates com os sul-africanos no breakdown prometem ser crueis e os Pumas terão um desafio imenso no jogo de contato. Os olhares se voltam ainda para o camisa 10 Nico Sánchez, que ainda não rendeu neste ano seu máximo com a seleção, mas ainda é cedo para um julgamento. No fundo, Boffelli oferece esperanças de um duelo de camisas 15 pendendo a favor dos argentinos em seu embate com Le Roux, que não vive mais seu auge.


*Horários de Brasília

Sábado, dia 10 de julho

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06h40 – Austrália x Nova Zelândia, em Perth – Bledisloe Cup 1ESPN AO VIVO

Árbitro: Jérôme Garcès (França)

Histórico: 164 jogos, 114 vitórias da Nova Zelândia, 43 vitórias da Austrália e 7 empates. Último jogo: Nova Zelândia 37 x 20 Austrália, em 2018 (Bledisloe Cup);

Austrália: 15 Kurtley Beale, 14 Reece Hodge, 13 James O’Connor, 12 Samu Kerevi, 11 Marika Koroibete, 10 Christian Lealiifano, 9 Nic White, 8 Isi Naisarani, 7 Michael Hooper (c), 6 Lukhan Salakaia-Loto, 5 Rory Arnold, 4 Izack Rodda, 3 Allan Alaalatoa, 2 Tolu Latu, 1 Scott Sio;

Suplentes: 16 Folau Fainga’a, 17 James Slipper, 18 Taniela Tupou, 19 Adam Coleman, 20 Luke Jones, 21 Will Genia, 22 Matt Toomua, 23 Tom Banks;

Nova Zelândia: 15 Beauden Barrett, 14 Ben Smith, 13 Jack Goodhue, 12 Anton Lienert-Brown, 11 Rieko Ioane, 10 Richie Mo’unga, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Ardie Savea, 5 Sam Whitelock, 4 Scott Barrett, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody;

Suplentes: 16 Codie Taylor, 17 Atu Moli, 18 Angus Ta’avao, 19 Patrick Tuipulotu, 20 Matt Todd, 21 TJ Perenara, 22 Ngani Laumape, 23 George Bridge;

 

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16h40 – Argentina x África do Sul, em Salta – ESPN AO VIVO

Árbitro: Romain Poite (França)

Histórico: 28 jogos, 24 vitórias da África do Sul, 3 vitórias da Argentina e 1 empate. Último jogo: África do Sul 32 x 19 Argentina, em 2018 (The Rugby Championship);

Argentina: 15 Emiliano Boffelli, 14 Santiago Cordero, 13 Matias Moroni, 12 Jeronimo de la Fuente, 11 Ramiro Moyano, 10 Nicolas Sanchez, 9 Tomas Cubelli, 8 Facundo Isa, 7 Javier Ortega Desio, 6 Pablo Matera, 5 Marcos Kremer, 4 Matias Alemanno, 3 Juan Figallo, 2 Agustin Creevy, 1 Nahuel Tetaz Chaparro;

Suplentes: 16 Julian Montoya, 17 Mayco Vivas, 18 Santiago Medrano, 19 Guido Petti, 20 Tomas Lezana, 21 Gonzalo Bertanou, 22 Benjamin Urdapilleta, 23 Joaquin Tuculet;

África do Sul: 15 Willie le Roux, 14 Cheslin Kolbe, 13 Lukhanyo Am, 12 Damian de Allende, 11 Makazole Mapimpi, 10 Handré Pollard, 9 Faf de Klerk, 8 Duane Vermeulen (c), 7 Pieter-Steph du Toit, 6 Kwagga Smith, 5 Franco Mostert, 4 Eben Etzebeth, 3 Trevor Nyakane, 2 Bongi Mbonambi, 1 Tendai Mtawarira;

Suplentes: 16 Malcolm Marx, 17 Steven Kitshoff, 18 Frans Malherbe, 19 RG Snyman, 20 François Louw, 21 Herschel Jantjies, 22 Frans Steyn, 23 Jesse Kriel;

 

Classificação:

 PaísApelidoJogosPontos
África do SulSpringboks312
AustráliaWallabies38
Nova ZelândiaAll Blacks36
ArgentinaLos Pumas32