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Super Rugby is back!, é a frase que está a ser mais repetida no Hemisfério Sul necessitando de apenas uma correção… “Super Rugby neozelandês is back“, ou seja, só as franquias kiwis é que conseguiram para já um retorno à competição, formatando o seu calendário anterior para um renovado com dez jornadas, num sistema de todos contra todos para se apurar um campeão desta conferência.

Com o regresso confirmado de vários lesionados, as cinco formações da Nova Zelândia vão oferecer um espectáculo imenso e que terá uma série de duelos de elevada categoria! Escolhemos cinco, entre os vários possíveis… qual deles o melhor?

 

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BEAUDEN BARRETT VS RICHIE MO’UNGA

É óbvio que é o frente-a-frente que todos querem ver até porque Beauden Barrett enverga uma nova camisola, numa equipa que precisa desesperadamente de chegar a um topo classificativo melhor – há 14 anos que não consegue estar entre as 5 melhores franquias do Super Rugby – e será interessante perceber se os Blues podem realmente fazer frente aos Crusaders. Se fosse há 3 meses atrás, antes do surgimento da actual pandemia, os Blues estavam num ritmo de crescimento assustador com cinco vitórias consecutivas e um 2º lugar na conferência neozelandesa, perseguindo os ainda líderes, Crusaders.

O regresso aos treinos de equipa do duas vezes melhor jogador do Mundo foi recebido com expectativa até porque Otere Black realizava até então uma boa temporada, sendo fundamental perceber como Leon McDonald ia configurar as linhas atrasadas da franquia de Auckland, sendo que o objetivo passa por colocar Barrett como abertura, empurrando talvez Black para centro e Perofeta mantém-se na posição de defesa.

Já na equipa tricampeã do Super Rugby, Richie Mo’unga vai registando uma boa época, recheando os jogos com belos pormenores técnicos-tácticos, em que pauta sempre uma visão inteligente e uma execução rápida de movimentos que impõe um perigo constante para a equipa adversária. Por isso, Beauden Barrett vs Richie Mo’unga, o presente vs presente dos All Blacks, dois dos aberturas mais geniais da actualidade do rugby que dão outro sabor aos jogos vão-se a 11 de Julho, num dos encontros mais esperados da temporada.

 

TOM CHRISTIE VS LACHLAN BOSHIER

The Serial Tackler vs The Turnover Machine, quem vai sair por cima? Tom Christie, dos Crusaders, e Lachlan Boshier, dos Chiefs, são dois dos asas em melhor forma no Super Rugby 2020 com o primeiro a registar umas impressionantes 106 placagens em apenas seis encontros, sendo que o segundo já leva 15 turnovers nesta temporada. Ou seja, ambos são dois perfeitos destruidores de jogo, dizimando o ataque adversário seja através de placagens extremamente agressivas com possibilidade do portador perder controle da bola ou caçando-a no ruck/contacto iniciando um contra-ataque letal, e será interessante perceber como é que se vai desenrolar um Crusaders-Chiefs (3ª ronda a 27 de Junho e 8ª a 1 de Agosto).

Com a saída de Matt Todd e Jordan Taufua da franquia mais conhecida da Nova Zelândia, houve a necessidade de reforçar a 3ª linha e Scott Robertson não teve qualquer problema em depositar a confiança num rookie de 20 anos como Tom Christie, que tem conquistado não só elogios mas uma possibilidade de chegar aos training camps dos All Blacks ainda esta época. Já Lachlan Boshier pode não ter tantas possibilidades de chegar à selecção neozelandesa, mas as três últimas épocas de serviço aos Chiefs merece uma atenção especial tanto pela forma como lê o breakdown ou mesmo a defesa em jogo corrido, e é um dos principais nomes da franquia treinada por Warren Gatland. Mas é preferível um super tackler com 98% de eficácia ou um dotado mestre dos turnovers?

 

DAMIAN MCKENZIE VS JORDIE BARRETT

Yellow Flash do Super Rugby regressou em grande nesta temporada e tem sido uma das “armas” de Warren Gatland neste bom arranque de época da franquia de Hamilton e parece estar com os olhos postos em voltar a aquela forma que o colocou na linha titular dos All Blacks. Já para os lados de Wellington, Jordie Barrett tem vivido uma época de afirmação, depois de nas duas anteriores ter estado sempre numa montanha-russa no que toca à qualidade exibicional, com bons pontapés, um poder de arranque incisivo e aquela “agressividade” técnica que confere uma tonalidade especial ao jogo ofensivo dos Hurricanes, somando alguns números interessantes nesta temporada.

Não há dúvidas que D-MAC é um jogador amplamente superior a Jordie Barrett, especialmente no que toca à espectacularidade, capacidade de penetração, inteligência e velocidade, mas não se pode tirar o irmão mais novo dos Barrett da equação, que tem se assumido como um dos protagonistas de uma franquia que quer manter o rumo das últimas temporadas, seja no número de vitórias ou da qualidade de jogo imposta. No final da época, qual dos dois defesas vai ficar a sorrir?

 

MARINO MIKAELE-TU’U VS HOSKINS SOTUTU

São dois newcomers nesta temporada, surpreendendo adeptos, adversários e antigas lendas do rugby kiwi, mas é Sotutu que rouba as atenções quase por completo depois de ter “roubado” o lugar a Akira Ioane, afirmando-se como o nº8 dos Blues para esta temporada. Tu’u e Sotutu somam um total de 850 metros conquistados de terreno, 1 ensaio, 3 assistências, 13 quebras-de-linha, 34 defesas batidos e uma eficácia de 90% (média de ambos) na placagem, ocupando um lugar de importância tanto na estratégia de jogo dos Highlanders como dos Blues e, no que resta da actual temporada, serão fundamentais para esta conferência neozelandesa.

Qual deles o mais letal? Neste momento, não há dúvidas que Sotutu é um 3ª linha de maior potência, com uma alta percentagem de conseguir tackle busts, para além da panóplia de pormenores técnicos que vão desde um passe de fino recorte a um jogo ao pé de bom nível. Contudo, o Super Rugby (seja o normal ou este Aotearoa) é a competição perfeita para volte-faces e Tu’u poderá ser uma das chaves para os Highalnders melhorarem nesta fase remodelada da competição.

O calendário! (Foto: Super Rugby Investec)