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O Brasil está fora da briga por uma vaga na Copa do Mundo de Rugby de 2019. Neste sábado, o Brasil visitou o Uruguai pela segunda rodada do Campeonato Sul-Americano e foi derrotado em Montevidéu por 41 x 27, mantendo o tabu de não vencer os Teros desde 1964. Entretanto, o Brasil fez uma partida maiúscula e chegou a dominar o segundo tempo, flertando com uma histórica vitória.
O Uruguai começou superior na disputa, muito bem nas formações fixas, em especial no lateral. Os primeiros pontos saíram logo no início com Felipe Berchesi arrematando 3 x 0 em penal. Já aos 6′ saiu o primeiro try dos Teros, em jogada rápida de mãos até a ponta, com Leandro Leivas finalizando. 8 x 0, sem c conversão.
O Brasil respondeu aos 15′ com penal batido por Moisés e pouco a pouco foi equilibrando as ações, que eram favoráveis aos Teros, dominantes em termos de posse de bola e território nos minutos inaugurais. Mas, o Uruguai voltaria a levar perigo na força de suas formações e Lamanna finalizou um maul muito bem montado nas 22 logo depois, atropelando a defesa brasileira que sentiu a potência celeste. O golpe foi acusado e, aos 34′, o scrum-half Arata explorou um buraco na defesa brasileira para puxar o terceiro try, com a jogada seguindo até Gaminara cravar o terceiro try dos Teros, para abrir 24 x 03. Organização ofensiva maior do Uruguai, sabendo ler os erros brasileiros.
Entretanto, o placar não assustou os Tupis e, aos 38′, começou a reação, com Yan arrancando bem na ponta e, no primeiro grande momento ofensivo do Brasil, o ataque verde soube ser eficiente. O penal ganho virou um lateral, com Ige subindo bem e o trabalho sendo seguido até o centro Moisés, que viu o espaço entre a defesa azul e explorou para correr para o primeiro try dos Tupis.
Antes do apito final, no entanto, Paganini recebeu amarelo por obstrução e o Uruguai voltou a somar com novo penal para Berchesi. 27 x 10 em um primeiro tempo que foi de superioridade uruguaia e foi de muitas infrações dos dois lados.
O papo do vestiário com Rodolfo Ambrosio, o homem a menos e o placar adverso serviram na verdade para estimular o time brasileiro, que voltou ao segundo tempo com confiança e agressividade, reagindo prontamente. Logo aos 41′, em chute de Josh para as 22, Daniel Sancery disputou a bola e atrapalhou a recepção uruguaia, com a bola sorrindo para Stefano, que arrancou e entregou para Matias romper para o try precioso dos Tupis.
Matias, Gelado e Caique entraram no time principal causando impacto e o Uruguai acusou o golpe. O Brasil foi muito superior na segunda etapa, dominando o setor do breakdown, com vantagem nos rucks e contra-rucks que determinaram 40 minutos de superioridade no domínio territorial. Com a volta de Paganini, a pressão aumentou e Josh enxergou o bom momento para o drop goal, guardando mais 3 pontos com precisão aos 50′, reduzindo a desvantagem brasileira para 27 x 20.
Aos 55′, no primeiro momento de oportunidade no ataque no segundo tempo, o Uruguai capitalizou, na base o scrum, demolindo a formação brasileira para conquistar um penal try precioso. O momento uruguaio, no entanto, não se reverteu em controle do jogo na sequência e o Brasil voltou a ter melhores momentos na partida, atacando as disputas no chão com maior qualidade e manejando melhor a bola pelos espaços no campo. O esforço foi recompensando ainda em tempo do Brasil sonhar com a virada. Aos 69′, a bola saiu com qualidade de mão em mãos com Matias servindo Ige, que arrancou para o terceiro try que devolveu a diferença em somente um try convertido. 34 x 27.
No fim, acabou prevalecendo a experiência uruguaia, com o scrum-half Agustín Ormaechea trabalhando a bola no fim com qualidade e no lance final encontrando na ponta Leivas para o try que liquidou a fatura no Estadio Charrua. 41 x 27.
No outro jogo da tarde, o Chile atropelou o Paraguai em La Pintana. O domínio foi absoluto para os Cóndores, que foram ao intervalo com enormes 54 x 07 no placar. No segundo tempo, os Cóndores puxaram o freio e o placar acabou em “apenas” 66 x 07.
Na sexta-feira, dia 26, os Tupis irão receber no Pacaembu, em São Paulo, o Paraguai, na rodada final. O jogo vale a permanência na primeira divisão continental para os dois times. Já o Uruguai receberá o Chile, na partida que vale tanto o título como a passagem para a fase decisiva das Eliminatórias para os dois lados.
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Uruguai 41 x 27 Brasil, em Montevidéu
Árbitro: Juan Sylvestre (Argentina)
Uruguai
Tries: Leandro Leivas (2), Franco Lamanna, Juan Manuel Gaminara e penal try
Conversões: Felipe Berchesi (4)
Penais: Felipe Berchesi (2)
15 Rodrigo Silva (Carrasco Polo), 14 Leandro Leivas (Old Christians), 13 Andrés Vilaseca (Old Boys), 12 Juan Manuel Cat (Old Boys), 11 Gastón Mieres (Lobos), 10 Felipe Berchesi (Carcassonne, França/2ª divisão), 9 Santiago Arata (Old Christians), 8 Gonzalo Soto Mera (Carrasco Polo), 7 Franco Lamanna (Pro Recco, Itália/2ª divisão), 6 Juan Manuel Gaminara (Old Boys), 5 Manuel Leindekar (Oyonnax, França/2ª divisão), 4 Ignacio Dotti (Los Cuervos), 3 Juan Echeverría (Old Christians), 2 Martín Espiga (Old Christians), 1 Mateo Sanguinetti (Los Cuervos);
Suplentes: 16 Facundo Gattas (Lobos), 17 Matías Benítez (Champagnat), 18 Mario Sagario (Carrasco Polo), 19 Manuel Diana (Old Christians), 20 Diego Magno (Montevideo Cricket), 21 Agustín Ormaechea (Mont de Marsan, França/2ª divisão), 22 German Albanell (Old Boys), 23 Gastón Gilbernau (Old Boys);
Brasil
Tries: Moisés Duque, Matheus “Matias” Daniel e João Luiz “Ige” da Ros
Conversões: Moisés Duque (2)
Penal: Moisés Duque (1)
Drop goal: Josh Reeves (1)
15 Laurent Bourda-Couhet (Band Saracens), 14 Daniel Sancery (São José), 13 Felipe Sancery (São José), 12 Moisés Duque (São José), 11 Stefano Giantorno (São José), 10 Josh Reeves (Jacareí), 9 Lucas “Tanque” Duque (São José), 8 Nick Smith (SPAC) (c), 7 André “Buda” Arruda (Desterro), 6 João Luís “Ige” da Ros (Desterro), 5 Gabriel Paganini (Band Saracens), 4 Lucas “Bruxinho” Piero (Desterro), 3 Pedro Bengaló (Desterro), 2 Yan Rosetti (CUBA, Argentina), 1 Jonatas “Chabal” Paulo (Band Saracens);
Suplentes: 16 Luan “Big Mike” Almeida (Jacareí), 17 Lucas Abud (Poli), 18 Caique Segura (São José), 19 Cléber “Gelado” Dias (Poli), 20 Matheus “Matias” Daniel (Jacareí), 21 Lucas “Zé” Tranquez (SPAC), 22 De Wet Van Niekerk (Poli), 23 Robert Tenório (Pasteur);
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Chile 66 x 07 Paraguai, em Santiago
Árbitro: Henrique Platais (Brasil)
Chile: 1 Ramón Ayarza, 2 Manuel Gurruchaga (capt.), 3 José Tomás Munita, 4 Nikola Bursic, 5 Mario Mayol, 6 Ignacio Silva, 7 Anton Petrowitsch, 8 Benjamín Soto, 9 Jan Hasenlechner, 10 Francisco González Moller, 11 Franco Velarde, 12 Francisco de la Fuente, 13 Matías Nordenflycht, 14 José Ignacio Larenas, 15 Tomás Ianiszewski;
Suplentes: 16 Tomás Dussaillant, 17 Vittorio Lastra, 18 Maximiliano Hurtado, 19 Manuel Dagnino, 20 Alfonso Rioja, 21 Beltrán Vergara, 22 Rodrigo Fernández, 23 Felipe Brangier;
Paraguai: 1 Omar Rojas, 2 Juan Gavigán, 3 Álvaro Rojas, 4 Luis Mauger, 5 Andrés Nasser (capt.), 6 Juan Gómez, 7 Carlos Plate, 8 Leonardo Glitz, 9 Gonzalo Bareiro, 10 Héctor Gayoso, 11 Fabrizio Da Rosa, 12 Pablo Espínola, 13 Sebastián Urbieta, 14 Diego Argaña, 15 Horacio Agüero;
Suplentes: 16 Martín Sitjar, 17 Joaquín Vera, 18 Jorge Riveros, 19 Martín Ortiz, 20 Rodrigo Da Rosa, 21 Gastón Navas, 22 Fabrizio Cabrera, 23 Carlos Bareiro;
Equipe | Apelido | P | J | V | E | D | 4+ | -7 | PP | PC | SP |
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Uruguai | Teros | 15 | 3 | 3 | 0 | 0 | 3 | 0 | 113 | 57 | 56 |
Chile | Cóndores | 9 | 3 | 2 | 0 | 1 | 1 | 0 | 92 | 44 | 48 |
Brasil | Tupis | 6 | 3 | 1 | 0 | 2 | 1 | 1 | 94 | 62 | 32 |
Paraguai | Yakarés | 0 | 3 | 0 | 0 | 3 | 0 | 0 | 32 | 168 | -136 |
Foto: Sudamérica Rugby