Seleção indígena da Austrália. Foto: NRL

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ARTIGO COM VÍDEO – Nesse sábado, dia 20, Townsville, na Austrália, viverá o jogo que abre a temporada 2021 do Rugby League (o rugby de 13 jogadores) do país. É o NRL All Stars Match, jogo anual que reúne os craques da NRL (a liga nacional) identificados com os povos origens de Austrália e Nova Zelândia. É o encontro entre os Indigenous All Stars (a seleção aborígene australiana) e os Maori Kiwis (a seleção maori neozelandesa).

Os dois selecionados se enfrentam no masculino e no feminino e têm, claro, suas danças de guerra. O evento se insere no meio da pré temporada da NRL, que começa no dia 11 de março.

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O All Stars Match é uma celebração da cultura dos povos indígenas de Austrália e Nova Zelândia no período de pré temporada da NRL (a grande liga da modalidade). O Indigenous All Stars existe desde 2010 e representa os aborígenes australianos, que são um conjunto de centenas de povos que habitam a Austrália há mais de 40 mil anos. O nome da seleção é “Indigenous” porque também podem defender a equipe a população nativa de Torres, arquipélago entre a Austrália e a Papua Nova Guiné, que não é considerada “aborígene”, por ter proximidade étnica com povos do país vizinho.

O jogo contra os Maoris ocorre desde 2019. Antes, os Indigenous All Stars enfrentavam um combinado de atletas da liga. Os Maoris são a população nativa da Nova Zelândia, que é de origem polinésia, não tendo relação com a população aborígene australiana.

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*Horário de Brasília

Sábado, dia 20 de fevereiro

versus copiar

03h00 – Indigenous All Stars x Maori Ferns, em Townsville – Feminino

06h00 – Indigenous All Stars x Maori Kiwis, em Townsville – Masculino

O que é o Rugby League

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union quem reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França.

As entidades que organizam o Rugby League no mundo não têm ligações com as entidades do Rugby Union. A federação internacional do League é a International Rugby League (IRL) – Federação Internacional de Rugby League. No Brasil, a entidade que organiza o League é a CBRL – Confederação Brasileira de Rugby League.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo. A modalidade reduzida principal é o Nines, de 9 jogadores de cada lado;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;