Steve Haag / Jaguares

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O jornal argentino La Nación publicou reportagem dando conta do risco dos Jaguares, a equipe argentina do Super Rugby, deixar a liga do Hemisfério Sul.

O motivo disso é simples: o impacto da pandemia em viagens internacionais – especialmente intercontinentais. O Super Rugby é uma liga disputada atualmente em quatro continentes – Oceania, África, América do Sul e Ásia. Como a superação da pandemia vive ritmos e momentos diferentes em cada região do mundo, o Super Rugby seria diretamente afetado por depender que haja normalização das atividades em todas essas regiões.

Com tal cenário, australianos e neozelandeses, mais próximos entre si e menos afetados pela pandemia, já estudam alternativas de formatos para o Super Rugby em 2021 (e até estudam aproximação com os japoneses), ao passo que uma aproximação entre África do Sul e Argentina pode ser dificultada justamente pela distância e situações distintas dos dos países. No entanto, enquanto os sul-africanos podem se tornar autossuficientes em termos de competições, podendo organizar uma competição entre seus 4 times do Super Rugby (Lions, Bulls, Sharks e Stormers) e os 2 do PRO14 (Cheetahs e Kings), os argentinos não têm tal alternativa, porque os Jaguares são o único time profissional de tal nível no país.

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A reportagem citou a possibilidade dos Jaguares passarem a residir na África do Sul, mas tal situação (com a equipe não mandando mais jogos em Buenos Aires) teria sérias implicações comerciais. O mercado internacional de atletas, no entanto, deverá ser impactado pela crise econômica global, o que permitiria que os argentinos reduzam salários sem sofreram uma debandada muito grande de atletas para o exterior.

Já para os Pumas, que garantem a maior parte das receitas para a União Argentina Rugby (UAR), espera-se que o Rugby Championship possa ocorrer normalmente no fim de 2020, o que garantiria entrada de receitas. Além disso, o movimento de unificação do calendário mundial poderia facilitar que os Pumas possam utilizar mais atletas que atuem fora do país. Nesse cenário, a sustentabilidade financeira dos Jaguares estará no centro das preocupações, e o papel dos Jaguares para o rugby argentino deverá ser revisto, com seu futuro se tornando pauta importante para a UAR.

Para 2021, o Super Rugby pode adotar um novo formato mais regionalizado (que coloque em xeque a participação argentina), para lidar com os riscos da pandemia, aguardando uma vacina que garanta a normalização das viagens intercontinentais. Depois de mudar em 2021, qual seria o projeto do Super Rugby para 2022 caso as viagens sejam normalizadas? Os Jaguares voltariam ou a UAR teria que mudar seu projeto de rugby profissionalização? Estas são perguntas difícil resposta mas que já estão sendo colocadas por nossos hermanos.

Recentemente, publicamos um artigo opinativo analisando o que poderia ocorrer em tal cenário (clique aqui para ler).