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Londres, Cardiff, Edimburgo e Dublin. Paris, Lille e Marselha. Auckland, Wellington e Christchurch. Sydney, Melbourne e Brisbane. Joanesburgo, Cidade do Cabo, Durban e Pretória. Tóquio e… Oita?

Essa é a lista de cidades que já receberam (ou receberão) jogos de mata-mata da Copa do Mundo de Rugby na história. Trata-se de uma coleção de cidades que são verdadeiras potências do rugby – ou esportivas em geral. Junto delas, imortalizada na história da bola oval, estará a pouco conhecida Oita, de menos de 500 mil habitantes, localizada na ilha de Kyushu, a ilha mais a sul entre as quatro principais do Japão.

O caso é curioso. Oita não conta com nenhuma equipe profissional de rugby não está nem entre as 30 maiores cidade do Japão. Mas mesmo assim a cidade será simplesmente palco de duas das quartas de final do Mundial, além de outros 3 jogos da primeira fase, incluindo um jogo dos All Blacks. Mas então, o que Oita tem de especial?

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Capital termal do Japão… e do mundo?

O Japão conta 6.852 ilhas, mas 4 são consideradas as grandes ilhas do país: Honshu, que forma o núcleo principal, Shikoku, no centro-sul, Hokkaido, no norte, e Kyushu, no sul. Kyushu é a segunda mais populosa. De clima mais quente, subtropical em algumas partes, Kyushu é famosa ainda pela atividade vulcânica. E, como consequência, pelo turismo, seja pelo turismo de verão, seja pelo turismo das aclamadas zonas termais da ilha.

Vizinha de Oita é a cidade termal de Beppu, uma das mais turísticas do Japão, que ainda conta com belas praias. Todos os anos, milhares de japoneses vão a Beppu em busca de suas aclamadas fontes de água quente, além das atrás vulcânicas, com gêiseres, “piscinas” de lama quente, entre outras.

Mas Oita ainda reservas sítios históricos, como uma coleção de templos e estátuas budistas espalhadas por sua região – de florestas luxuriantes, repletas de macacos – que exibem o passado religiosa da região, uma das primeiras a se converter ao budismo no país.

A fértil região agrícola de Oita é famosa no Japão por produzir os melhores cogumelos shitake e pela tradição do cultivo do açafrão. Além disso, os chefes da cidade se notabilizaram pelo preparo do peixe baiacu, venoso e de alto risco quando não preparado corretamente.

 

Olho do futebol, historia ovalada

Foi com o intuito de se converter em um destino turístico renomado no mundo todo – e não somente entre os japoneses – que Oita se tornou sede da Copa do Mundo de Futebol de 2002, construindo o icônico estádio Oita Big Eye, dotado de uma das arquiteturas mais marcados dos estádios daquele mundial, tendo teto retrátil. A estratégia se repete agora em 2019 com a escolha do inconfundível estádio para sediar o Mundial de rugby – e com protagonismo.

Mas, e o rugby em Oita? A cidade conta com um time universitário importante (Nippon Bunri), duas equipes que disputam a principal liga regional de Kyushu, o equivalente à terceira divisão do país, e seus colégios têm difundida a prática da modalidade. Em 1987, Beppu estabeleceu irmandade com a cidade neozelandês de Rotorua – também famosa pelas termas – dando início a um intercâmbio com o rugby neozelandês que levou alguns All Blacks à cidade para ensinarem rugby aos jovens locais. O resultado 30 anos depois são os All Blacks enfrentando o Canadá em Oita.