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Nas semifinais do Super 8, a partida entre São José e SPAC produziu um fato lastimável. No minuto 12 do jogo, Palle Thomsen, hooker do SPAC e verdadeiro ícone do rugby nacional, jogando em alto nível aos 41 anos de idade, saiu lesionado de campo e passou por uma cirurgia delicada por ruptura do assoalho orbital.
O lance está sendo analisado pela CBRu, que, como apuramos, terá uma definição sobre o caso antes da final ocorrer. A entidade teve acesso a imagens não veiculadas no ar e ainda não chegou a uma decisão. A lesão de Palle foi nas redes sociais atribuída a um soco do pilar joseense Mariano, porém as imagens não deixam claro se realmente foi o golpe de Mariano que resultou na lesão de Palle e uma apuração junto dos envolvidos no lance até agora não resultou em uma conclusão de nossa parte. Em conversa com o pilar Lucas Abud (SPAC) que formou ao lado de Palle, este afirmou que não viu Mariano agredir seu companheiro de equipe.
O lance foi visto durante a transmissão do SPORTV e pode ser revisto pelo YouTube da CBRu (12’06”):
Muito pode ser discutido sobre o lance e possíveis punições. Sem entrar no julgamento sobre o atleta agressor, sobre se a agressão fora um revide a uma agressão prévia vinda do SPAC, sobre o que a arbitragem ou o TJD deviam ou devem fazer, o caso em questão leva a um questionamento maior: o que pode ser feito para que isso não se repita?
E a pergunta é clara, pois se hoje o protagonismo desse lance lamentável veio de São José, com ou sem culpa do SPAC, e que foge da conduta que se espera de gentlemen do rugby, amanhã episódio semelhante pode acontecer – como já outras vezes aconteceu – com protagonistas de outros clubes, e, pior, sem o vídeo para servir de prova para condenação. No Super 8, uma agressão é facilmente punível. Em um campeonato menor, em um amistoso, não.
Clamar por uma punição exemplar, neste caso, é uma solução necessária, mas também superficial, pois a lição aprendida pode ser: não agrida quando há vídeo. Um atleta punido no Super 8 pode mudar a sua conduta no Super 8, mas, e quando estiver no Campeonato Paulista, por exemplo, sem recurso do vídeo?
A lição duradoura não pode ser dada pelo TJD, pela CBRu, pelas federações ou pelos árbitros. Quem muda a conduta de um atleta em campo de verdade é seu treinador, que pode lhe dar a punição mais efetiva – ficar de fora de uma partida. Quem também pode mudar a condução é o capitão, que é a reserva moral de uma equipe, que deve liderar pelo exemplo e cobrar os demais atletas. Mas, qualquer atleta da equipe também pode ajudar a mudar, chamando seu amigo (pois o rugby produz mais que colegas de equipe, cria laços de amizade) e lhe mostrando que ele errou, que deveria se retratar.
No rugby, muitas vezes esquecemos de ter esse tipo de cobrança interna. A tendência para as equipes é se autopreservarem. O atleta aprende desde cedo a defender seu companheiro de time, mas sem senso crítico. Em nome do coletivo, do grupo, todos abaixam a cabeça, para não haver “racha” na filosofia da equipe, que pode prejudicar o rendimento. Em nome da coesão do grupo, esquece-se de primar pelos valores, e que os valores devem ser levados na relação com o adversário em campo. A solução mais simples costuma ser dizer que o outro time faz igual, que isso é Rugby, que acontece no Mundial e nos maiores campeonatos internacionais. Isso justifica? Isso torna o delito correto? Inversamente, até onde vai o limite do que é uma agressão condenável no rugby? Afinal, quem já jogou na primeira linha sabe que muita coisa acontece longe dos olhos da arbitragem. O que em um momento parece uma agressão gratuita logo pode ficar claro que foi um revide, e cria-se uma bola de neve sobre quem começou o atrito. E por que é tão irreal (ou ingênuo) pensar em um jogo sem que haja as famosas trocas de socos às escondidas em um scrum por exemplo?
Falamos que o rugby é uma família e que há respeito com o outro time porque todos somos irmãos de rugby. Mas, será que praticamos isso de verdade? Não é a atitude de um atleta do São José que está em jogo. Nem mesmo o rugby brasileiro. É muito maior que isso.
Desse e de outros episódios não esperamos execração pública de ninguém. Apenas esperamos que haja respeito a todos os envolvidos e autocrítica de quem errou em querer mudar.
Ao Palle, ficam nossos votos de melhoras, pois fez e faz muito pelo rugby, sempre.
Excelente reportagem e comentários precisos. Parabéns!
Nao queremos culpados, queremos que uma coisa dessas não se repita, e que os futuros jogadores de rugby se espelhem em bons exemplos. Queremos um esporte que forme cidadãos, pais e amigos melhores.
Palle querido, que sua recuperação não seja tão dolorosa e o mais rápida possível, afinal vc é pai de família e sabemos bem das consequencias em estar afastado.
Que sinceramente o jogador seja punido corretamente e o mais importante e que não vi até agora, que o São José ao menos mande seu pesar à família do Palle, jogador tradicional, com 20 anos de rugby e merece um minimo de satisfação do time adversário.
Dá pra ver claramente o soco que o pilar da no jogador do SPAC. Reparem no video, tempo 12:06, do lado do SPAC, aquele jogador do SJRC, sem número no uniforme, mas que parece muito com o pilar Mariano “Brujo” Paes (http://www.saojoserugby.com.br/atletas/mariano-r-paez), que está tumultuando o scrum, ali do lado do SPAC, dá um baita soco “gancho” em alguém que ainda está dentro do scrum. Instantes depois, aparece na imagem o jogador do SPAC caíndo.
https://youtu.be/j6-OaCn2_3g?t=12m4s
O nosso esporte ja eh visto como violento por aqueles que nao o conhecem, so quem joga sabe que eh um jogo duro mais leal. O que nao podemos eh deixar os agressores impune. Na Nova Zelandia a alguns meses atras um garoto de 17 anos foi EXCLUIDO do rugby para sua vida toda por agredir um arbitro. Nao tem desculpa, ele nao quebrou o soquete do olho do arbitro, nao tem desculpa, ele tem so 17 anos ainda eh um moleque, nao tem desculpa, o arbitro marcou um lance errado e prejudicou o time dele, nao tem desculpa. O ponta de Samoa pegou 6 jogos de punicao por uma joelhada no jogador do Japao. Se os opressores nao forem punidos adequadamente entao nao ha motivos para termos penalidades e regras. Um jogador que joga a tempo suficiente para chegar a uma final de campeonato Brasileiro e ainda nao aprendeu o codigo de lealdade do rugby nao merece jogar. Eu nao estou condenando o jogador, eu estou pedindo por justica, que o lance seja apurado e se constatado como jogada desleal que ele seje punido adequadamente. Nao foi a primeira vez nem a ultima que isso aconteceu mais que sirva de licao e mostre que isso nao pode ser tolerado. Ao Palle e sua familia eu so posso desejar muita sorte e uma boa recuperacao. Ao jogador do SJ que ele respeite espirito do rugby, assuma a culpa e aceite a punicao se ele cometeu a penalidade ou que ele seje absolvido se ele esta sendo acusado incorretamente.
Materia perfeita, justa e nao geradora de ainda mais violencia. É exatamente como acho que deveria ser, a licao vem de casa …
Gostaria de esclarecer que quem julgará o processo em primeira instância será uma das duas Comissões Disciplinares do STJDRu (Superior Tribunal de Justiça Desportiva para o Rugby), pois o Super 8 é um Campeonato Brasileiro e portanto na jurisdição desportiva correspondente à abrangência territorial da CBRu. O TJDRu-SP, somente atua na jurisdição desportiva correspondente a FPR (Federação Paulista de Rugby).
Achei muito boa a opinião na matéria publicada, não é com punição exemplar que isto se resolve, devemos trabalhar mais na educação e nos valores.
Lamento muito pelo Palle, mesmo.
Já fiquei um ano fora dos campos pela mesmo tipo de agressão desleal e mesma fratura, já fui muito pisado, socado e até mordido sem motivo (também fui com motivo, mas é uma lei “não escrita” do jogo). Nunca fui um jogador violento, e já “ajusticei” também, em alguns casos me arrependendo logo depois do acontecido e até pedindo desculpas.
Quem joga ou já jogou sabe que este tipo de situação é normal, e em muitos casos, aceita. Se tem alguns anos de rugby e nunca deu um soco ou pisou em alguém meus parabéns.
As vezes só se “marca” com um soco leve quando alguém está em off-side ou com a mão na bola, e só fica mais “forte” quando a situação se mantém. Não sei se o Palle estava em offside, se estava mordendo, se vinham brigando desde o inicio do jogo. O fato de ser um jogador leal não o isenta e qqer uma destas situações.
Não conheço o cara que deu o soco nem seu histórico, não vou dar aqui um juizo de valor e muito menos defender ele, só acho que as opiniões estão muito exacerbadas e emocionais.
Realmente é visível o soco dado pelo Pilar.
Sou radical nesse tema, para mim o Jogador do S. José deveria ser banido.
Teve a postura que “se acha macho” ao se levantaar e estufar o peito, não passa de um covarde.
Ações como esta precisam ser execradas do rugby, estamos em uma época de ascenção do esporte no Brasil e não pode passar em branco.
O capitão treinador e o time como um todo deveriam ter vergonha e hombridade suficiente para tirar esse sujeito do time.
Esse individu deve ser expulso da CBRu!!!!!!
Discordo que seja necessário punição exemplar, punição deve servir de “exemplo” pra nada.
Punir, como o próprio autor assevera, não garante que eventos similares ocorram, o que deve haver é um maior acompanhamento pela CBRu, sobre os clubes, e dos clubes sobre os treinadores, e dos treinadores sobre os atletas, buscando EVITAR e PREVINIR esse tipo de situação, e não se preocupar exclusivamente no que fazer quando esse tipo de infelicidade acontece.
Adoro as opiniões que “sempre foi assim”. Só falta dizer que “faz parte da cultura” e colocar na plaquinha que todos gostam de exibir com os valores em seus respectivos campos.
O São José precisa se manifestar, qualquer jogador que fez alguma agressão precisa se manifestar.
Simples: Qualquer jogador inscrito em um campeonato (ou cluble) assina um termo de responsabilidade, com CPF e tudo mais, onde qualquer agressão desleal será julgada e punida com multa de R$1.000,00 (exemplo) e ainda o agressor terá que pagar a conta do hospital do agredido. Além é claro de tudo o que foi citado no texto. Aqui no Brasil é assim, cavalheirismo e honra são raros, tem que mexer no bolso dos valentões.
Melhoras ao Palle, um senhor do rugby. Um fato lamentável o ocorrido.
Palle é lenda viva e joga limpo.
Lamentável tudo isso
Concordo em que tem que ter mudancas, sim , mais isso deve acontecer a nivel mundial, é de lá cima que tem que vir as normas. Este campeonato 2015 na Inglaterra significou um grande avanco , especialmente con respeito aos arbitros, responsáveis pelo jogo, mais também deixaram minhas dúvidas.
Um ato covarde! Quem conhece um pouco o Palle Grandjean Thomsen (agredido) sabe que ele é uma das grandes referências que temos no rugby brasileiro, um jogador sensacional, um líder nato, um professor dentro e fora do campo, sempre com conduta exemplar.
Todos temos atividades profissionais extra-campo, além de termos família e outros compromissos que um ato desse resulta em diversos problemas fora de campo, temos que lembrar que o rugby aqui ainda é amador, mas deve punir com profissionalismo o jogador que agrediu tão covardemente.
Fui jogador de rugby e hoje apenas assisto, mas me sinto a vontade para opinar. Se comprovada a agressão a exclusão seria de bom alvitre, e seria interessante a versão da vitima também!
* Assoalho Orbital
Não conheço as regras da CBRU para este tipo de agressão, mas estamos aguardando seu posicionamento…
Para acabar com as agressões a CBRu, as federações e o STJD precisam colocar uma pena exemplar, exclusão do esporte.
Iria também além, puniria o clube também.
Mas tem que ser igual para todos os times.
Amigos, vou contar dois acontecimentos do nosso rugby de bastante tempo atrás, Tambem eu podia contar de outros acontecimentos sobre a falta de respeito para arbitrio. Neste casos sobre arbitragem as pessoas culpadas hoje em dia são pessoas chaves no rugby Paulista e Brasileira. Mas agora a indisciplina, no meiado da década dos 90 do século p.p eu estava assistindo etapa do famoso 7s do SPAC. Assim que terminou um scrum e o árbitro acompanhou a jogada que rapidamente aconteceu, do lateral eu vi um piilar em pé após o scrum socar pilar adversário, não uma vez mas várias. Naquele evento eu não estava trabalhando como árbitro mas fiquei tão revoltado que usei uma súmula e relatei o caso e enviei-a a ABR (ex-CRBu). O covarde que socava o adversário indefesa não foi punido. E como um ps querem saber quem era o vítima daquela agressão? Foi o presidente atual do nosso Federação Sami Arap. Outra vez, presenciei um atleta pisar o rosto de adversário preso na beira de um ruck. Assim que a chuteira do agressor covarde passou pela face do adversáro vi o sangue aparecer no rosto do vítima. Fiquei furioso e falei para o Presidente do clube do agressor: ” Vocês deveriam suspender este seu atleta.” Resposta que ouvi? “Se a gente suspendê-lo vai dar vantagem aos adversários. E ainda hoje as barbaridades acontecem com alguns atletas.