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Em breve conheceremos todos os destaques de mais um ano do Rugby brasileiro, e resolvemos opinar sobre os candidatos e apontar quem deveria vencer, em nossa opinião. Acompanhamos de perto todos os jogadores na disputa, e ficamos felizes em ver que a cada ano, o nível do Rugby só aumenta, tornado cada vez mais difícil a escolha dos melhores jogadores e mais honroso estar entre os indicados. 

Lembro que são apenas opiniões emitidas com base no que acompanhamos do Rugby nacional (e foi muita coisa), mas podemos não ser unânimes. Você discorda de algum dos nossos favoritos? Comente o artigo e explique o porque. 

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Aproveito para criar uma categoria nossa, a equipe do ano. Assim como o IRB nomeia a seleção que se destacou ao longo da temporada, acho justo fazer uma homenagem a Alecrim (RN) e ao time feminino do Desterro (SC), duas equipes que venceram praticamente tudo o que disputaram. Coube ao time nordestino realizar o feito de recolocar a região na elite do rugby nacional, de onde não vai querer sair tão cedo, e as catarinenses conquistaram o bicampeonato nacional e o título do Super Sevens (depois do vice do ano passado).

 

Melhor atleta Masculino XV 

Beukes Cremer – Pasteur (SP)

Martin Schaefer – SPAC (SP)

João Luis da Ros – Desterro (SC)

Martin Schaefer é um dos grandes talentos do Brasil e deve vencer a eleição de melhor atleta. Apesar das lesões tirarem o jogador de combate em algumas ocasiões no ano, sempre que esteve em campo, teve atuações consistentes e decisivas no Super 10, em especial na grande final, onde anotou um try e decidiu o título a favor do SPAC em uma grande arrancada que terminou no try de André “Boy”. Ige é um dos maiores jogadores do Brasil dos últimos tempos, e não precisa provar mais nada a ninguém, qualquer atuação sua é sempre certeza de um bom jogo, enquanto o sul-africano Beukes Cremer foi importante para o Pasteur chegar longe na competição aliando muita visão de jogo e técnica, o que fez da linha francesa a mais perigosa ao longo do Super 10.

 

Atleta revelação Masculino XV 

Guilherme Coghetto – Farrapos (RS)

Lucas Tranquez – SPAC (SP)

Pedro di Pilla – Pasteur (SP)

Uma decisão muito difícil a da revelação no Rugby XV. Recém-promovido aos adultos, Pedro di Pilla já era um jogador chave na seleção junior, e teve uma bela estreia no time principal do Pasteur. Saindo do banco de reservas, anotou 37 pontos em seu ano de estreia e teve grandes atuações. É um líder em campo, um jogador inteligente e está sempre no lugar certo, faz o jogo fluir muito bem. Deverá ser uma aposta para a seleção principal nos próximos anos. Guilherme Coghetto teve a melhor temporada em sua carreira pelo Farrapos. Dividindo a função de chutador com Leonardo Scopel, o fullback conseguiu 58 pontos no Super 10, foi uma das chaves no novo plano de jogo dos gaúchos, que usou mais o poder ofensivo da linha e foi premiado com uma convocação para a seleção. Lucas Tranquez, do SPAC, também estreou nos adultos, incluindo na seleção, e apesar de mostrar nervosismo em alguns momentos, mostrou muito potencial para assumir a ponta dos Tupis.

 

Melhor atleta Masculino 7s

Martin Schaefer – SPAC (SP)

Lucas Duque – São José (SP)

Moisés Duque – São José (SP)

 

Martin aparece mais uma vez disputando a categoria de melhor jogador, dessa vez no Sevens, e isso dá a dimensão do que foi o ano para o jogador do SPAC. No entanto, o São José tem dois representantes de peso na disputa, e o título deve ir para os irmãos Duque. Difícil escolher o melhor, em um ano em que o São José levou todos os títulos de Sevens que disputou, sempre de forma incontestável. Lucas “Tanque” Duque é o maestro da família joseense, sempre definindo o melhor caminho para chegar ao ingoal adversário, e ótimo chutador, além de dono de habilidade que só rivalizou com seu irmão mais novo, Moisés. O caçula da família Duque mostra igual domínio do jogo no Seven, e até mais poder de decisão que o irmão, mas esse ano é do Tank.

 

Atleta revelação Masculino 7s

Lucas Drudi – Jacareí (SP)

Arthur Bergo – SPAC (SP)

Rodrigo Andrioli – Chapecó (SC)

 

Três juniores se revelando no adulto. Longe dos grandes centros do Rugby, o catarinense Rodrigo Andrioli fez sua primeira participação no BR Sevens nesse ano, levando o estreante Chapecó à excelente quarta posição geral. No entanto, seu talento já vinha sendo observado na seleção, e quem esteve em Indaiatuba viu porque. Aliando velocidade e força física, foi difícil de ser parado. Lucas Drudi do Jacareí, teve um ano difícil por conta de uma lesão que o tirou de ação por alguns meses, mas voltou com força total para defender o Jacareí no BR Sevens e a seleção nesse começo de ano. Arthur Bergo, se despedindo dos juniores, mostrou que vai fazer estrago no adulto definitivamente. 

 

Melhor atleta Juvenil

Lucas Domingues – São José (SP)

Matheus Cruz – Jacareí (SP)

Athur Bergo – SPAC (SP)

 

Se ele já foi bem jogando entre os adultos, o que dirá nos juniores? Arthur Bergo foi o melhor jogador da equipe no Paulista Sevens, e é justo que leve o título na sua despedida da categoria. As promessas do Vale do Paraíba, Lucas e Matheus são grandes jogadores, e ainda vão amadurecer para brigr por uma vaga entre os melhores do país, e tem total condição de alcançar esse objetivo.

 

Melhor atleta Feminino

Paula Ishibashi – SPAC (SP)

Julia Sardá – Desterro (SC)

Edna Santini – São José (SP)

 

No meio das veteranas Paula Ishibashi e Júlia Sardá,mais uma vez lembradas como melhores do país, tem Edna Santini e esse definitivsamente foi o seu ano. A jovem de apenas 21 anos foi um dos destaques na estreia da Série Mundial feminina 2013/2014 e já vinha fazendo grandes jogos com a seleção nacional frente as experientes seleções da América do Norte, Europa e Oceania, mesmo com sua baixa estatura em comparação às demais. Foi uma gigante também no São José, e lideou a boa equipe do Vale em muitas vitórias no BR Sevens e no Lions. Paulinha e Júlia brilharam como de costume, especialmente nas finais do BR Sevens, onde travaram um duelo à parte, e a catarinense ainda recebeu ese ano o título de destaque nO Seven a side nacional. Ainda assim, Edna faz por merecer o prêmio. 

 

Atleta revelação Feminino

Raquel Kochmann – Charrua (RS)

Jéssica Aidar – SPAC (SP)

Letícia Olivares – Niterói (RJ)

 

O Charrua segue mostrando porque está indo tão bem no feminino. Rachel já disputou a categoria ano passado, defendendo o Panteras Negras, mas amadureceu muito no último ano, que incluiu sua presença constante na seleção brasileira. Letícia, que já mostrou serviço no Lions 2013 e Jéssica, uma boa revelação da promissora base do SPAC estão um degrau abaixo na evolução como jogadoras, e são jogadoras a se prestar atenção em 2014.

 

Fairplay Masculino

BH Rugby (MG)

Farrapos (RS)

Desterro (SC)

 

O BH deve receber novamente o troféu Fair Play, depois de ter recebido a mesma honraria em 2011 e isso revela muito sobre o clube, que mesmo em condições adversas durante todo Super 10, carregou sempre o espírito do Rugby.

 

Fairplay Feminino

 

Curitiba (PR)

Desterro (SC)

Vitória (ES)

 

Jogando bonito e limpo, o Desterro levou tudo o que disputou esse ano, e aqui, disputa em pé de igualdade com as jovens Touritas do Curitiba e as já experientes garotas do Vitória, que deu um passo importante nesse ano ao se garantir no Super Sevens de 2014, algo que vai fazer diferença no seu desenvolvimento.

 

Clube Revelação

GRUA (AM)

Toledo (PR)

Jacareí (SP)

 

O GRUA representou mais uma vez o norte do Brasil em uma competição nacional, superando a grande distância física que separa o clube dos grandes centros do esporte, e sua estreia no BR Sevens serviu para mostrar à equipe o quanto precisa evoluir para chegar mais perto dos melhores. Receber a premiação de revelação coroaria esse ano, que sem dúvida foi de aprendizado para os manauaras, que já estão começando a formar sua base para o futuro, trabalho esse que já vem sendo desenvolvido com sucesso pelo Jacareí, e reconhecido pela sua qualidade. Mesmo sem nunca ter participado da elite do XV por exemplo, revelou jogadores para a seleção, e segue firme no seu trabalho de base para melhorar cada vez mais. Assim como o Toledo, representam o lado mais duro do Rugby brasileiro, desenvolvendo trabalhos mesmo longe dos grandes centros e são merecidamente reconhecidos com essa indicação.

 

Melhor Árbitro

Henrique Platais (RJ)

Ricardo Sant’anna (RS)

Mariano de Goycochea (SP)

 

Como mencionamos no último artigo, temos três árbitros experientes já na briga, com boas atuações ao longo do ano. Sant’anna conseguiu nesse ano, a honraria de fazer parte do programa de aperfeiçoamento de talentos do IRB, por onde já passou Platais, e com a bagagem internacional que está acumulando, deve em breve ganhar ainda mais projeção.

 

Melhor Treinador XV 

Carlitos Baldassari – Farrapos (RS)

Matias Newton – SPAC (SP)

Youseff Driss – Pasteur (SP)

 

Trio de estrangeiros pela primeira vez em uma disputa de melhor técnico, apesar do inglês Tim King ter vencido pelo SPAC ano passado. O Farrapos, sempre temido pelo seu forte pack mas que caía de rendimento na parte final dos jogos, ficou pra trás. O time desse ano foi muito perigoso com os backs, sem perder a qualidade dos forwards, amadureceu muito em conjunto, e deve vir ainda mais forte para o Super 10 desse ano, tentando quebrar a síndrome do 5o lugar (o clube foi 5o nas duas últimas edições do Super 10 e do BR Sevens). Matias e Youseff obviamente fizeram ótimos trabalhos. O argentino levou o SPAC ao título nacional mais almejado, derrubando de forma espetacular o jejum de mais de dez anos do clube inglês, mas tinha um time formado em mãos, assim como Youseff, que conseguiu levar o Pasteur à duas finais dos campeonatos mais difíceis do país, fez os franceses jogarem mais solto e mais forte ofensivamente, com uma disciplina tática invejável.

 

 

Melhor Treinador – Sevens 

Igor Michalik – BH Rugby (MG)

Maurício Coelho – São José (SP)

Daniel Danielevicz – Desterro (SC)

 

Pela primeira vez a CBRu separa os treinadores de XV e Sevens, e isso faz todo o sentido, uma vez que o trabalho com os jogadores e a estratégia são distintos, além de dar mais destaque para os bons trabalhos desenvolvidos na modalidade olímpica. Maurício Coelho, referência do Seven nacional, treinador da seleção e do hexacampeão São José. Nesse ano, mais uma campanha invejável, com os títulos no Paulista, Lions e BR Sevens, com exibição de gala na final sobre o forte Desterro. Igor Michalik, do BH, levou as mineiras a mais uma grande temporada,e já ameaçam algumas potências do feminino. No Super Sevens de 2014 tem condição de brigar ao menos pelo pódio nas etapas que virão. Já o pilar Daniel “Nativo”, comanda seus companheiros de XV no Sevens e consegue mais uma vez vez manter a regularidade do clube, que em todas edições do BR Sevens ficou entre os quatro melhores.

 

Melhor Mídia Especializada 

Portal do Rugby – site

Rugby de Calcinha – site

Rugbiers – revista

 

Três grandes trabalhos que em conjunto mostram o melhor do esporte no brasil e no mundo. Nós do Portal do Rugby reconhecemos o grande trabalho do Rugby de Calcinha, focando no ainda menosprezado Rugby feminino, e a inovação que representa uma publicação como a Rugbier no mercado. No entanto, entendemos que o Portal do Rugby teve o seu melhor ano, com alguns feitos que contribuíram para deixar o fã do Rugby ainda mais informado, como a cobertura exclusiva do Mundial de Rugby na Rússia, seguindo os passos da seleção feminina, e com a cobertura dos Sul-Americanos adultos e Juniores, sempre deixados em segundo plano, apesar da importância da categoria para o futuro. E tudo isso de forma ainda “amadora”,  e esse será o grande desafio para 2014.

 

Transmissão Televisiva 

SporTV 

ESPN 

Bandsports

 

Os três principais canais esportivos do país seguiram investindo na transmissão do Rugby nacional e internacional, mostrando que existe uma legião crescente de seguidores no país, e o seu trabalho é de suma importância para que um número cada vez maior de pessoas possa ter contato com o esporte. A ESPN tem os mais importantes torneios do mundo, como o Six Nations e Rugby Championship, Copa Européia de clubes e de vez em quando, a Premiership, aproximando o público dos maiores nomes do esporte, e por isso merecem esse reconhecimento.

 

Try do ano

 O Try de Edna Santini contra o Canadá foi lindo de se ver, pois foi em cima de uma das melhores seleções do circuito e mostrou toda habilidade da jogadora, se livrando de uma situação difícil na ponta.