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A Europa vive momentos de decisão com as semifinais da Champions Cup, a máxima copa europeia de clubes, que terá dois irlandeses, um francês e um galês na briga pela taça. No sábado, o Leinster, da Irlanda, receberá os Scarlets, de Gales, ao passo que no domingo o Racing, da França, jogará diante do Munster, da Irlanda. Quem leva?
A batalha celta: Leinster ou Scarlets?
A semifinal entre Leinster e Scarlets recoloca irlandeses e galeses frente a frente, com muitos nomes das duas seleções em campo. Os Scarlets vem em crescimento, tendo sido campeões do PRO14 no ano passado e agora chegam pela primeira vez na história às semifinais da Copa Europeia. Já o Leinster é uma camisa muito pesada, com 3 títulos da competição (o último em 2012), jogando em casa embalado pelo grande momento do rugby irlandês.
Os dois poderosos celtas se enfrentaram em fevereiro e em março pelo PRO14, com vitória do Leinster, em Dublin, por 20 x 13, e com empate em Llanelli. Porém, as duas partidas com os dois times desfalcados de seus atletas de seleção. Este será o primeiro encontro completo entre os dois concorrentes, que competiram nesta temporada na mesma chave do PRO14 e vão disputando a primeira posição ponto a ponto.
O Leinster é o favorito por jogar em casa e por ser o único invicto da Champions Cup, com um treinador experiente em vencer a competição como atleta, Leo Cullen. Vários dos atletas do time de Dublin já foram campeões, como o capitão Isa Nacewa, o pilar Cian Healy, o fullback Rob Kearney (que parece vinho, melhorando com a idade e vindo de um brilhante Six Nations) e o mágico abertura Jonny Sexton. O asa Sean O’Brien é dúvida para a partida por lesão, mas os azuis têm no setor um jogador que vai chamando a atenção na temporada, Dan Leavy. Nos avançados e na linha o Leinster é forte: um time completo.
Já os Scarlets são puro perigo com a bola em mãos, jogando o melhor do rugby galês liderados pelo veterano e sempre preciso nos chutes Leigh Halfpenny. Na linha vermelha estão jovens valores que vem chamando a atenção, como o abertura Rhys Patchell e o ponta Steff Evans, além dos excelentes Gareth Davies (scrum-half) e Scott Williams (centro). Aaron Shingler e o escocês John Barclay tão poder à terceira linha, mas o jogo de contato deve favorecer os irlandeses. A chave para o time de Llanelli está na sua eficiência atacando e na paciência de jogar a pressão contra o Leinster – que pode ser forte, mas vem falhando em obter títulos nos últimos anos.
O “novo” e o “velho” no duelo França e Irlanda: é Racing contra Munster
Não é possível chamar o Racing de “novo”, já que o clube foi fundado no século XIX. Porém, o rico clube de Paris tem uma curta história na Champions Cup – porém já marcante, tendo sido vice campeão em 2016. O Munster, por outro lado, é um titã histórico da competição, sendo bicampeão (2006 e 2008, hoje sedento por erguer a taça 10 anos depois da última conquista) e alcançando sua incrível 13ª semifinal na história.
A partida não será exatamente na casa do Racing. O jogo ocorrerá longe de Paris, em Bordeaux, que será uma sede neutra, apesar de ser na França. Em 2017, os dois poderosos duelaram pela fase de grupos da Champions Cup e o Munster atropelou nos dois jogos, vencendo na França por 32 x 07 e na Irlanda por 22 x 10.
Hoje, os dois vivem bons momentos, com o Racing em 3º lugar no Top 14 francês (empatado em pontos com o vice líder) e com o Munster tendo igualmente a 3ª melhor campanha até aqui do PRO14. O favoritismo é francês pelo quadro geral, mas o duelo está em aberto.
O Racing tem um mito em seu time: o ex All Black Dan Carter, o maior pontuador da história do rugby, que, aos 36 anos, vem jogando de primeiro centro no clube parisiense. O abertura é o sul-africano Pat Lambie, Springbok que joga ao lado do scrum-half Maxime Machenaud, da seleção francesa. Os nomes de peso são ilimitados no Racing, que conta ainda com atletas do calibre do fullback argentino Imhoff, dos perigosos Teddy Thomas e Virimi Vakatawa, da linha francesa, do asa Wenceslas Lauret, também dos Bleus, e do segunda linha fijiano (mestre dos offloads) Leone Nakarawa.
A batalha entre Machenaud e o scrum-half irlandês Conor Murray promete, com o genial 9 do Munster sendo o grande líder do time de Limerick. A força do conjunto do Munster impressiona, em especial sua qualidade no pack, capaz de colidir em igualdade com os franceses – mais estrelados na linha. Olhos para os terceiras linhas CJ Stander e Peter O’Mahony, que poderam pender o breakdown para os irlandeses.
Quem vence a Challenge Cup?
A segunda copa europeia agitará a sexta e o sábado também com suas semifinais. A Challenge Cup será a atração solo da sexta com o duelo inglês entre Gloucester e Newcastle Falcons, duas equipes que estão bem na Premiership inglesa e brigam ponto a ponto pela classificação às semifinais.
Gloucester foi campeão da Challenge Cup em 2006 e 2015 e tem a vantagem do mando de jogo contra os Falcons, que jamais foram a uma final europeia. Porém, o último duelo entre os dois times pela Premiership em março a vitória foi de Newcastle por 21 x 20 na casa do Gloucester.
No sábado, em Gales, o Cardiff Blues receberá os franceses do Pau, em duelo entre duas equipes que também nutrem ainda ambições de mata-mata em suas ligas. Os dois times já ergueram a taça da Challenge Cup, com os Blues vencendo em 2010 e os verdes em 2000. O mando de jogo é dos galeses, mas os franceses equilibram o favoritismo com uma temporada superior e co um elenco poderoso com os All Blacks Conrad Smith e Colin Slade.
Decisão no Continental Shield
A terceira copa europeia também viverá no sábado suas semifinais. Porém, no Continental Shield, as semifinais são em jogos de ida e volta e agora será decisão de verdade com os confrontos de volta, valendo 2 vagas na Challenge Cup 2018-19 (o Continental Shield reúne clubes dos países de fora do Six Nations, que têm 2 vagas todos os anos na Challenge Cup).
Na Rússia, o clássico siberiano opõe Krasny Yar e Enisei e foi o Enisei quem largou na frente. Já na Alemanha o Heidelberg terá a missão de pela primeira vez levar um time alemão à Challenge Cup, precisando reverter em casa diferença de 6 pontos para os romenos do Timisoara, que venceram a primeira batalha. O Heidelberg é justamente o clube por trás da atual crise do rugby alemão, sendo bancado por Hans Wild, empresário que financiava o alto rendimento alemão antes de romper com a federação local no fim de 2017.
EPCR Champions Cup – Copa Europeia de Rugby
*Horários de Brasília
Semifinais
Sábado, dia 21 de abril
11h30 – Leinster (Irlanda) x Scarlets (Gales), em Dublin
Domingo, dia 22 de abril
11h15 – Racing (França) x Munster (Irlanda), em Bordeaux – TV5 Monde AO VIVO
EPCR Challenge Cup – 2ª copa europeia
Semifinais
Sexta-feira, dia 20 de abril
15h45 – Gloucester (Inglaterra) x Newcastle Falcons (Inglaterra), em Gloucester
Sábado, dia 21 de abril
09h00 – Cardiff Blues (Gales) x Pau (França), em Cardiff
EPCR Continental Shield – 3ª copa europeia
Semifinais (jogos de volta)
05h00 – Krasny Yar (Rússia) x Enisei (Rússia), em Krasnoyarsk – ida: Enisei 47 x 22
10h00 – Heidelberger RK (Alemanha) x Timisoara Saracens (Romênia), em Heidelberg – ida: Timisoara 26 x 20