Tempo de leitura: 7 minutos

Atual campeão brasileiro, o São José sofreu mas venceu o SPAC na primeira semifinal do Super 10, carimbando sua vaga para a grande decisão. O clube de São José dos Campos vai agora em busca de seu sétimo título do Campeonato Brasileiro, privando o SPAC, maior campeão do país, de quebrar seu jejum de títulos que se arrasta desde 1999.

Com ótimo público no estádio municipal de Embu das Artes, na Grande São Paulo, e com a inédita transmissão do Sportv, São José e SPAC produziram um jogo muito duro, fazendo jus aos 18 títulos que estavam em campo (12 do SPAC e 6 do São José).

O SPAC não se intimidou com o favoritismo joseense, e começou a disputa melhor, impondo seu jogo de forwards, dentro das melhores tradições inglesas do clube. O jogo de chutes marcou o início da peleja, com as equipes se estudando e buscando encontrar pontos fracos no adversário.

- Continua depois da publicidade -

Logo aos 4′, o jogo de contato do SPAC lhe rendeu frutos, com a obtenção do primeiro penal, bem chutado pelo médio-de-formação (scrum-half) João Neto "Torosso", 3 x 0 para os paulistanos. O SPAC garantiu um maior volume de jogo no início da partida, mas pecou no lateral, o que permitiu o São José contra-atacar com sua boa linha. Aos 11′, Espanhol conseguiu ótima infiltração na linha anglo-brasileira, mas perdeu a bola, e o São José sofreu um poderoso contra-ataque do SPAC, que mostrou que também sabe jogar de linha. Mas, o São José se safou com linda placagem de Moisés em Felipe Claro "Alemão".

Aos 14′, o trabalho de bola do SPAC resultou em novo penal, após tackle alto, que João Neto "Torosso" não teve problemas para converter, ampliando a vantagem azul-e-branca para 6 x 0. Sem conseguir avançar até as 22, o São José conseguiu seu primeiro penal bom para chute aos 17′, e o médio-de-formação Lucas "Tanque", mesmo de longe, não titubeou, 6 x 3.

Alemão buscou a resposta pouco depois, com drop goal, mas não foi feliz no arremate. O SPAC voltou a pecar no lateral, permitindo a sempre perigosa movimentação de bola do São José que, todavia, não foi capaz de manter a posse da bola satisfatoriamente. O SPAC fez um jogo taticamente inteligente, retirando da partida a velocidade que o São José gosta.

Aos 30′, o ruck do SPAC cedeu novo penal, para Tanque, de longe, empatar a partida para os joseenses. 6 x 6. Mesmo com a igualdade, o SPAC manteve-se melhor na partida, apresentando os melhores argumentos. Duas boas investidas de Boy, na tradicional velocidade, levaram perigo ao time do Interior Paulista. Os paulistanos voltaram a apostar no jogo de fases, e por muito pouco não conseguiram um avanço mais agudo, parando na sólida defesa joseense. O primeiro tempo se encerrou com nova investida perigosa de Boy, e empate em 6 x 6.

O SPAC iniciou a segunda etapa apresentando a mesma deficiência no lateral que apresentou no primeiro tempo. Logo aos 45′, o São José obteve um penal por meio de impedimento do SPAC. A desatenção azul-a-branca levou à virada joseense, com Tanque chutando novamente com precisão, 9 x 6.

Abusando de seu jogo de contato superior, o SPAC conseguiu rapidamente o penal para empatar a partida. Torosso não perdoou, 9 x 9. Empate pouco durador, Logo na retomada da partida, o São José pressionou muito bem a saída de bola do SPAC, induzindo o adversário a novo penal. Tanque devolveu a frente aos atuais campeões, 12 x 9. A troca de penais teve prosseguimento, e foi a vez do São José, pouco depois, ceder uma chance ao SPAC. Do meio campo, Torosso chutou estupendamente, empatando a peleja. 12 x 12.

O jogo de pleno equilíbrio levou o São José a buscar alguma vantagem no melhor argumento do SPAC, o pack. Mas, foi justamente no seu ponto de destaque, a linha internacional, que os joseenses conseguiram ser decisivos. Aos 16′, Moisés e Putim fizeram grande longe, com o abertura rompendo a defesa adversária. Aos 18′, Tanque quase conseguiiu o try, cobrando com muita velocidade e inteligência um penal cedido pelos azuis. O scrum-half entrou no in goal, mas foi brilhantemente "tackleado" por Alemão. Grande jogada dos dois jogadores da seleção brasileira. O São José conseguiu certa superioridade na partida, e buscou o try. Mesmo podendo arrematar o penal favorável a gol, Tanque percebeu no bom momento vermelho a chance da virada, e usou o lateral superior de sua equipe como arma. A boa jogada nas 22 foi interrompida por um enorme vacilo joseense que, com um penal favorável, teve a infração invertida pelo árbitro Henrique Platais por conta de reclamação acintosa.

O SPAC buscou reequilibrar o jogo aumentando o ritmo de suas jogadas, com Alemão e Dutra conseguindo boas escapadas. O ritmo imprimido pelo SPAC foi premiado com um penal favorável no meio campo, mas, desta vez, Torosso não foi feliz. Aos 29′, a linha joseense commeçou a mostrar o porquê de sua fama, com rápida movimentação de bola e contra-ataque fulminante de Rafa, parado pela defesa do SPAC em boa hora. Putim tentou o drop goal na sequência, mas foi bloqueado.

O momento crucial da partida foi o cartão amarelo recebido por Diego Zuza, que deixou o SPAC com um homem a menos, por reclamação após penal em placagem perigosa. Tanque não converteu o penal, mas o São José deu o golpe fatal pouco depois. A linha paulistana se posicionou muito mal, e os joseenses deram um contra-golpe fulminante, com grande corrida de Rafa, após passe de Moisés, cravando o primeiro e único try da partida, 17 x 12. Tanque desperdiçou a conversão.

A linha valeparaibana seguiu dando dores de cabeça ao clube de Charles Miller. Pouco depois do try, foi a vez de Moisés (irmão de Tanque) correr com perigo sobre a defesa do SPAC, cujos jogadores já se mostravam exaustos. No fim, deram suas últimas forças para tentar um try, com seu jogo de fases, mas não conseguiram. Jogo heróico do SPAC, mas insuficiente para bater o São José, que chegou a sua quinta final consecutiva no Campeonato Brasileiro.

Spani, capitão joseense, afirmou após a partida: "nós esperávamos um jogo muito duro, foi assim em todos os confrontos contra eles nesse ano. Os dois times entraram com muita vontade enão houve um ponto em que as equipes tenham falhado, foi um jogo muito sólido. Nossa vantagem se deu quando eles ficaram com um jogador a menos, proporcionando mais espaços na nossa linha, que soube aproveitar"

Rafa Dauallibi, autor do try da vitória, foi enfático: as duas linhas eram muito boas e o fato é que eu só peguei duas vezes na bola em boas condições ao longo da partida, mas fiquei feliz de poder aproveitar a chance e garantir o try.

O São José decidirá o título contra o Bandeirantes, no próximo sábado. Já o SPAC fará a disputa do terceiro lugar contra o Pasteur.

O Blog do Rugby elegeu Alemão, do SPAC, como o melhor em campo.

Clique aqui e veja as fotos da partida entre São José e SPAC

Veja os melhores momentos da partida no SporTV

 

Super 10 – Campeonato Brasileiro de Rugby

Semifinal

São José 17 x 12 SPAC, em Embu das Artes

17  12 

 

São José

Tries: Rafa

Penais: Lucas Duque "Tanque" (4)

 

SPAC

Penais: João Neto "Torosso" (4)

 

Árbitro: Henrique Platais

Auxiliares: Mariana Wyse e Renato Scalércio

4º árbitro: André Vaccaro

 

Estatísticas:

SPAC

Tries: 0

Conversões (total/convertidos): 0/0

Penais (total/convertidos): 5/4

Drop Goals (total/convertidos): 1/0

Scrums (total/vencidos): 5/4

Lineouts (total/vencidos): 9/8

 

São José

Tries: 1

Conversões (total/convertidos): 1/0

Penais (total/convertidos): 5/4

Drop goals (total/convertidos): 0/0

Scrums (total/vencidos): 7/5

Lineouts (total/vencidos):11/10