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Pumas Boks

O momento mais aguardado pelo mundo do rugby em 2012 está próximo! No dia 18 de agosto terá início a edição inaugural do Rugby Championship, a grande competição entre seleções do Hemisfério Sul, herdeira do Tri Nations Series. Até o ano passado, Nova Zelândia, Austrália e África do Sul se enfrentavam pelo título sulino, porém, a partir de 2012, os gigantes do rugby mundial terão também a concorrência da emergente Argentina, nova integrante do torneio. Muita emoção pela frente em duelos que prometem ser épicos entre All Blacks, Wallabies, Springboks e Pumas.

As quatro seleções se enfrentarão em partidas de ida e volta, com término no dia 6 de outubro. Por conta das longas distâncias que as seleções deverão percorrer, o calendário foi dividido por blocos. Nas duas primeiras semanas, serão realizados os duelos regionais, isto é, as duas partidas África do Sul x Argentina e Austrália x Nova Zelândia. Nas duas semanas seguintes, será a vez das equipes do Atlântico visitarem as equipes do Pacífico. E nas duas últimas semanas, os times do Pacífico visitarão os times do Atlântico.

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Neste primeiro artigo, o Portal Rugby apresenta o setor atlântico do Rugby Championship. Eis a nossa prévia para Pumas e Springboks!

 

UAR

Pumas, no lugar que merecem estar

Um torneio histórico para o rugby da Argentina. Pela primeira vez na história, os Pumas participarão de um dos dois grandes torneios anuais entre seleções pelo mundo. A entrada oficial do país no calendário anual das grandes competições é a consolidação da posição alcançada pelos Pumas no cenário internacional, e a garantia do terrenos ideal para a continuidade do crescimento do rugby argentino – e sul-americano – nos próximos anos.

Para o debut, os argentinos estão se preparando intensamente, com realização de campos de treinamento nos Estados Unidos e amistosos com o clube francês Stade Français. Quase toda a equipe alviceleste que enfrentará os Springboks nas duas primeiras partidas do Rugby Championship é composta por atletas que atuam nos clubes do Top 14 francês e Aviva Premiership inglesa, contando ainda com dois jogadores que jogam o Pro12 em Gales e por apenas três jogadores do Pampas XV – única equipe profissional do rugby argentino, que disputa a Vodacom Cup sul-africana. A grande maioria do elenco não foi chamado para a disputa dos amistosos de junho contra a Itália e a França, concentrando-se nos preparativos para o Championship. Os atletas que atuam na Europa receberam licenças de seus clubes para atuarem pelos Pumas.

A grande surpresa – mas que já era sabida desde maio – é o icônico centro e abertura Felipe Contepomi, ex-capitão da equipe, que foi deixado de fora por Santiago Phelan. Apesar da ausência de Contepomi, os Pumas contarão com uma presença de suma importância: o pilar Rodrigo Roncero, que deverá se despedir do rugby profissional nesse torneio. Phelan também contará com o retorno à seleção do magistral Juan Martín Hernández, que ficou afastado do rugby de alto nível por conta de recentes lesões.

O elenco argentino é excelente, forte no scrum e habilidoso na linha. A equipe segue com muitos dos atletas que disputaram a Copa do Mundo de 2011, e fizeram bonito, tendo alcançado as quartas-de-final, quando foram derrotados pelos All Blacks, que seria campeões mundiais, em jogo duríssimo no qual os Pumas pressionaram e fizeram os neozelandeses suarem frio em alguns momentos. No Mundial, a maior deficiência apresentada pelos Pumas esteve na finalização das jogadas, deixando de anotar tries em momentos de maior volume de jogo. Muito disso se deveu ao fato da equipe passar por um processo de renovação, que já se encontra em fase madura. Ainda assim, a Argentina é uma grande incógnita para o torneio. Debutando no torneio meridional, pouco pode se cobrar dos Pumas, e eles sabem que não entrarão na competição para faturar a taça. Ainda mais com o fardo de jamais terem derrotados os Springboks e os All Blacks. No primeiro ano, o importante é somar vitórias em casa. Fora, o que vier é lucro. A briga argentina é contra o último lugar.

 

Avançados: Agustín Creevy (Montpellier, França), Eusebio Guiñazú (sem clube), Marcos Iván Ayerza (Leicester Tigers, Inglaterra), Juan Figallo (Montpellier, França), Juan Pablo Orlandi (Racing Métro, França), Rodrigo Roncero (sem clube), Patricio Albacete (Toulouse), Julio Alfredo Farías Cabello (Tucumán RC / Pampas XV), Manuel Carizza (Scarlets, País de Gales), Tomás Vallejos (Scarlets, País de Gales), Alvaro Galindo (Racing Métro, França), Tomás Leonardi (SIC / Pampas XV), Juan Martín Fernández Lobbe (Toulon, França) e Leonardo Senatore (Toulon, França).

Linha: Nicolás Vergallo (Toulouse, França), Santiago Fernández (Montpellier, França), Juan Martín Hernández (Racing Métro, França), Martín Landajo (CASI / Pampas XV), Marcelo Bosch (Biarritz, França), Martín Rodríguez (Stade Français, França), Federico Nicolás Sánchez (Bordeaux, França), Horacio Agulla (Bath, Inglaterra), Gonzalo Oscar Camacho (Exeter Chiefs, Inglaterra), Juan José Imhoff (Racing Métro, França), Martín Bustos Moyano (Montpellier, França) e Lucas González Amorosino (Montpellier, França).

Técnico: Santiago Phelan

 

Histórico da Argentina nos confrontos diretos

vs África do Sul: 13 jogos e 13 derrotas. Último jogo: África do Sul 63 x 9 Argentina, em 2008

vs Nova Zelândia: 14 jogos, 13 derrotas e 1 empate. Último jogo: Nova Zelândia 33 x 10 Argentina, em 2011 (Copa do Mundo)

vs Austrália: 17 jogos, 4 vitórias, 1 empate e 12 derrotas. Último jogo: Austrália 24 x 8 Argentina, em 2003 (Copa do Mundo)

 

springbok-logo

Springboks querem voltar aos tempos de glória

Os Springboks chegam ao Rugby Championship credenciados por duas vitórias e um empate contra a Inglaterra nos amistosos de junho. A equipe não jogou bem em todas as partidas, mas venceu a série, recuperando-se no aspecto moral após a dura eliminação nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2011. No Mundial, os Springboks sofreram, mas venceram o País de Gales e Samoa, passando ao mata-mata com a primeira posição de seu grupo. No entanto, nas quartas-de-final, a equipe verde sucumbiu diante da Austrália. Os Boks foram muito superiores a seus oponentes, mas a defesa – e o árbitro – garantiram o triunfo Wallaby. Antes, no Tri Nations, a equipe decepcionou, dando a impressão, todavia, de que estava se poupando para a Copa do Mundo. Para os próprios sul-africanos, o grande trunfo de 2011 foi a vitórias sobre os All Blacks em seu último compromisso pelo Tri Nations. 

Em 2012, os Springboks trocaram de treinador, e o Rugby Championship marcará a primeira competição de Heyneke Meyer no comando da equipe. Os jogos contra os ingleses foram a sua estreia no comando, e ele ainda não perdeu. Agora, a missão da África do Sul é dar o troco na Austrália, não ser surpreendida pela Argentina (aguenta a empolgação da rival nas duas primeiras e históricas partidas do torneio) e carimbar a faixa de campeã mundial da Nova Zelândia. Na história, é justamente a África do Sul a seleção que mais vezes derrotou a Nova Zelândia. Pela decepção que foram as campanhas das equipes australianas no último Super Rugby, em oposição ao bom desempenho dos sul-africanos, as apostas recaem nos Springboks como a equipe mais capacitada hoje para superar os All Blacks. Mesmo sendo os Wallabies os atuais campeões do Tri Nations. A final do Super Rugby entre Chiefs e Sharks pode ter sido um prelúdio do que se espera para o Rugby Championship. Para a África do Sul, contudo, esse prelúdio não foi bom, já que os Chiefs passearam na decisão.

Os sul-africanos apostam na tradição e na força de seus avançados, sobretudo em sua temível primeira linha. A equipe deverá se basear no jogo dos forwards e nas batalhas de chutes para superar seus oponentes. Entretanto, a qualidade da linha verde-e-ouro é inegável, mais do que provoda ao longo do Super Rugby. Para os duelos iniciais com a Argentina, o desgaste dos jogos da liga poderá pesar contra, mas tende a falar mais a favor, uma vez que os atletas sul-africanos chegam ao Championship mais do que no ritmo do nível dos duelos que terão pela frente.

Quanto às ausência, os Springboks não poderão contar no início com dois de seus atletas mais importantes: JP Pietersen, Bjorn Basson, Heinrich Brüssow, Juan Smith e Schalk Burger – este último de fora de todo o certame. O reforço será o retorno de François Steyn, letal nos arremates de longa distância.

 

Avançados: Bismarck du Plessis (Sharks), Chiliboy Ralepelle (Bulls), Adriaan Strauss (Cheetahs), Pat Cilliers (Lions), Jannie du Plessis (Sharks), Dean Greyling (Bulls), Tendai Mtawarira (Sharks), Andries Bekker (Stormers), Eben Etzebeth (Stormers), Juandré Kruger (Bulls), Flip van der Merwe (Bulls), Marcell Coetzee (Sharks), Keegan Daniel (Sharks), Siya Kolisi (Stormers), Jacques Potgieter (Bulls), Willem Alberts (Sharks) e Pierre Spies (Bulls)

Linha: François Hougaard (Bulls), Ruan Pienaar (Ulster, Irlanda), Jano Vermaak (Bulls), Elton Jantjies (Lions), Morné Steyn (Bulls), Jean de Villiers (c) (Stormers), JJ Engelbrecht (Bulls), François Steyn (Sharks), Bryan Habana (Stormers), Lwazi Mvovo (Sharks), Juan De Jongh (Stormers), Zane Kirchner (Bulls) e Patrick Lambie (Sharks).

Técnico: Heyneke Meyer

 

Histórico da África do Sul nos confrontos diretos

vs Argentina: 13 jogos e 13 vitórias. Último jogo: África do Sul 63 x 9 Argentina, em 2008

vs Nova Zelândia: 83 jogos, 34 vitórias, 3 empates e 46 derrotas. Último jogo: África do Sul 18 x 5 Nova Zelândia, em 2011

vs Austrália: 74 jogos, 41 vitórias, 1 empate e 34 derrotas. Último jogo: África do Sul 9 x 11 Austrália, em 2011 (Copa do Mundo)

 

The Rugby Championship copiar

The Rugby Championship

*Horários de Brasília

18 de agosto

Austrália x Nova Zelândia – ANZ Stadium – Sydney – 07:05

África do Sul x Argentina – DHL Newlands Stadium –  Cidade do Cabo – 12:00

 
25 de agosto

Nova Zelândia x Austrália – Eden Park – Auckland – 04:35

Argentina x África do Sul – Estadio Malvinas Argentinas – Mendoza – 16:10
 

8 de setembro

Austrália x África do Sul – Patersons Stadium – Perth – 07.35

Nova Zelândia x Argentina – Westpac Stadium – Wellington – 04:35
 

15 de setembro

Austrália x Argentina – Skilled Park – Gold Coast – 07:05

Nova Zelândia x África do Sul – Forsyth Barr Stadium – Dunedin – 04:35
 

29 de setembro

África do Sul x Austrália – Loftus Versfeld – Pretoria – 12:00

Argentina x Nova Zelândia – Estadio Ciudad de La Plata – La Plata – 20:10
 

6 de outubro

África do Sul x Nova Zelândia – FNB Stadium – Soweto – 12:00

Argentina x Austrália – Estadio Gigante de Arroyito – Rosario – 20:10

 

tri nations

Ranking histórico do Tri Nations Series (de 1996 a 2011)

1 – Nova Zelândia (All Blacks) – 10 títulos – 50 vitórias e 22 derrotas – 232 pontos conquistados

2 – Austrália (Wallabies) – 3 títulos – 29 vitórias, 1 empate e 42 derrotas – 140 pontos conquistados

3 – África do Sul (Springboks) – 3 títulos – 28 vitórias, 1 empate e 43 derrotas – 138 pontos conquistados