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Pumas Boks Mendoza

Um jogo histórico e um resultado histórico. Mas com algumas pitadas de decepção. A Argentina recebeu pela primeira vez em sua história uma partida do mais importante campeonato entre seleções do Hemisfério Sul, o Rugby Championship. A cidade de Mendoza foi a sede do segundo duelo entre Argentina e África do Sul, que terminou com um histórico empate em 16 x 16. Também pela primeira vez na história, os Pumas não saíram de campo derrotados em uma partidas contra os Springboks. Porém, não conseguiram repetir o feito dos Jaguares (seleção da América do Sul) que, em 1982, bateram os Boks na África do Sul por 21 x 12.

Com mais de 30 mil pessoas no Estadio Malvinas Argentinas, os Pumas não se intimidaram e lutaram muito para superar a atuação que tiveram na estreia, quando foram derrotados na Cidade do Cabo por 27 x 6. Os Pumas começaram em bom ritmo a partida, mas cederam o primeiro penal para os Boks aos 2′. François Steyn, porém, não foi feliz no chute de mais de 50 metros. A Argentina teve chance semelhante aos 5′, mas Nicolás Sánchez – substituto do lesionado Juan Martín Hernández – não foi preciso no arremate.

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Aos 7′, os Pumas tiveram a primeira chance mais aguda, com um lateral dentro dos 22 metros, mas os Boks prevaleceram. Aos 11′, penal, Martín Rodríguez Gurruchaga abriu o placar do jogo a favor dos anfitriões, com um preciso penal. Merecidos 3 x 0. Os pontos deram confiança aos argentinos e, aos 16′, o hooker Guiñazú fez grande jogada, ganhou muitos metros em corrida, levando os Pumas para dentro dos 22 metros da África do Sul. A bola foi muito bem trabalhada, com fases rápidas, encontrando Santiago Fernández, que encontrou o espaço e cravou o primeiro try dos Pumas na história do Rugby Championship. A conversão de Martín Rodriguez deu 10 x 0 no placar.

Os Springboks não se encontravam em campo ofensivmente, permitindo o dominio dos Puma. Os verde-e-ouros cometiam muitos erros de passe, ao passo que os argentinos pressionavam na saída de bola, impedindo com muita raça os avanços sul-africanos. Assim, aos 24′, os alvicelestes arrancaram novo penal, mas Rodriguez não foi preciso. Aos 30′, foi a vez de Morné Steyn desperdiçar um penal. Mas, aos 32′, enfim sairam os primeiros pontos dos visitantes, com penal chutado novamente por Morné Steyn.

A Argentina não acusou o golpe, e seguiu buscando boas jogadas ofensivas com seu pack. Aos 35′, após maul muito bem montado, os argentinos conseguiram um precioso penal, que Rodriguez não desperdiçou. 13 x 3.
Porém, nessa altura da partida, a África do Sul já havia alcançado superioridade territorial, com a Argentina tendo apenas 36% de domínio. Com um lateral perdido para cada lado, e com um scrum perdido pelos Pumas, o jogo foi para o intervalo em aberto em 13 x 3.

A África do Sul começou o segundo tempo determinada a rapiamente capitalizar. Aos 45′, François Steyn arrematou um penal de mais de 50 metros, mas o chute foi errado. Porém, aos 48′, o controle de bola rendeu aos Boks novo penal, que Morné Steyn não desperdiçou, diminuindo o placar para 13 x 6. O começo de jogo continuou muito bom e, aos 51′, os Pumas conseguiram respirar, com Rodriguez chutando mais 3 pontos com penal, 16 x 6. Porém, aos 53′, os argentinos cederam novo penal, que Morné Steyn usou para deixar a diferença em apenas perigosos 7 pontos, 16 x 9.

A situação começou a pender contra os Pumas, visivelmente cansados e inferiorizados fisicamente. O abertura Nicolás Sánchez saiu lesionado, enquanto Rodrigo Roncero não aguentou o ritmo e também deixou o campo. Mais acostumados com o grau de intensidade dos jogos do Rugby Championship, e munidos de um banco de reservas superior, os Boks passaram a preponderar, controlando 62% da posse da bola e 67% de território.

Diante da situação delicada, os Pumas buscaram retomar o protagonismo. Aos 61′, a equipe anfitriã montou um poderoso maul e se manteve no ataque. Santiago Fernández tentou concluir o bom momento com um drop goal matador, mas foi bloqueado. E quem não faz, leva. Aos 65′, foi a vez de François Steyn bloquear chute de Marcelo Bosch dentro da área de 22 metros da casa, roubar a bola e correr para o try sul-africano. Morné Steyn empatou o jogo com a conversão, 16 x 16.

A partida se transformou em um inferno para os Pumas, que tiveram muito trabalho para afastar as chances de virada no placar dos Springboks. Aos 73′, os visitantes arrancaram um penal, mas Morné Steyn jogou para fora a virada, para alívio do estádio. No fim, os sul-africanos buscaram manter a posse de bola no ataque, mas não foram capazes de anotar novos pontos. Fim de jogo, 16 x 16. A 15 minutos do fim, os Puma deixaram escapar uma histórica vitória. Mas, para uma estreia, o empate foi muito bom.

 

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Argentina 16 x 16 África do Sul, em Mendoza

Argentina: 15 Martín Rodríguez, 14 Gonzalo Camacho, 13 Marcelo Bosch, 12 Santiago Fernández, 11 Horacio Agulla, 10 Nicolás Sánchez, 9 Nicolás Vergallo, 8 Juan Martín Fernández Lobbe (c), 7 Álvaro Galindo, 6 Julio Farías Cabello, 5 Patricio Albacete, 4 Manuel Carizza, 3 Juan Figallo, 2 Eusebio Guiñazú, 1 Rodrigo Roncero.

Suplentes:16 Bruno Postiglioni, 17 Marcos Ayerza, 18 Leonardo Senatore, 19 Tomás Leonardi, 20 Martín Landajo, 21 Lucas González Amorosino, 22 Juan Imhoff.

Técnico: Santiago Phelan

 

África do Sul: 15 Zane Kirchner, 14 Bryan Habana, 13 Jean de Villiers (c), 12 Frans Steyn, 11 Lwazi Mvovo, 10 Morné Steyn, 9 Francois Hougaard, 8 Willem Alberts, 7 Jacques Potgieter, 6 Marcell Coetzee, 5 Andries Bekker, 4 Eben Etzebeth, 3 Jannie du Plessis, 2 Adriaan Strauss, 1 Tendai Mtawarira.

Suplentes: 16 Tiaan Liebenberg, 17 Pat Cilliers, 18 Flip van der Merwe, 19 Keegan Daniel, 20 Ruan Pienaar, 21 Pat Lambie, 22 JJ Engelbrecht.

Técnico: Heyneke Meyer

 

Árbitro: Steve Walsh (Austrália)