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sesi tag rugby

Lançado em setembro passado, o projeto TRY RUGBY do SESI-SP esteve presente no grande evento preliminar da partida entre Brasil e Paraguai. Por iniciativa da CBRu, antes dos Tupis entrarem em campo no estádio Nicolau Alayon, foram as crianças que tomaram o gramado, 450 delas. Times infantis e projetos sociais voltados para o rugby infantil se reuniram no campo para atividades, e lá o Portal do Rugby pôde conhecer de perto o projeto da parceria SESI-British Council-Premiership Rugby e seus profissionais.

 

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Parceria entre o SESI e a liga inglesa

Para introduzir o Tag Rugby em suas unidades, o SESI firmou uma parceria pioneira com a Premiership Rugby, a liga profissional de rugby da Inglaterra, que selecionou 12 treinadores para atuarem em 12 unidades, com cerca de 10,000 jovens de 6 a 17 anos. As cidades atendidas são: Matão, Itapetininga, Rio Claro, São Carlos, Votorantim, Indaiatuba, Mogi Guaçu, Tatuí, Piracicaba, Araras, Campinas e Sumaré, todas equipadas com campos de grama natural ou sintética, já com as traves instaladas e as marcações pintadas. No total, o SESI possui 57 unidades pelo estado, sendo que as demais poderão ser atendidas no futuro.

Os técnicos têm entre 19 e 43 anos, se formaram em diversas universidades da Inglaterra e possuem vasta experiência em clubes do Reino Unido, muitos dos quais de clubes profissionais, como Northampton Saints, Exeter Chiefs e Harlequins. Como parte de suas funções, além dos treinamentos, eles desenvolverão atividades de rugby com a comunidade. Além disso, atuarão no desenvolvimento e capacitação dos professores de educação física do SESI-SP, possibilitando a continuidade do programa após os 10 meses iniciais do projeto-piloto, que poderá ser ampliado após avaliação. Os treinadores também ajudarão a capacitar professores das unidades apadrinhadas pelo SESI, incluindo escolas, como parte do projeto “Atleta do Futuro”, podendo aumentar ainda mais o número de crianças e jovens atendidos.

Os objetivos principais do projeto são democratizar o acesso ao esporte e aumentar sua popularização no país, promover intercâmbio cultural, esportivo e educacional entre as crianças e jovens participantes construindo um legado de desenvolvimento do rugby no Brasil.

“A ideia do projeto surgiu no ano passado dentro do British Council, interessado em difundir a modalidade no Brasil. A entidade buscou firmar parcerias, e encontrou no SESI e na Premiership Rugby seus aliados. Em março deste ano, membros da Premiership vieram ao Brasil para conhecer as instalações do SESI, e se interessaram pelo potencial brasileiro, já com olhos para os Jogos Olímpicos”, como explicou Rachel Camacho, supervisora do SESI.

A princípio, o Tag Rugby foi escolhido para servir como modalidade introdutória ao rugby. Porém, dependendo da evolução dos alunos, outras formas de rugby poderão ser introduzidas, a cargo do julgamento dos treinadores. Sendo projeto do SESI “Atleta do Futuro”, o TRY RUGBY tem por objetivo formar atletas de rugby, podendo sair das unidades equipes de rendimento. Porém, o foco do projeto com a Premiership é, acima de tudo, a vivência esportiva dos alunos, a possibilidade de aprender um esporte novo, sendo antes de mais nada um projeto educativo.

Com o decorrer dos meses do projeto, aulas poderão também ser abertas a alunos adultos.

 

Grande procura

Nas primeiras semanas, a procura dos jovens pelo projeto foi grande, inclusive pelas meninas, que já formaram inclusive turmas femininas.

Conversamos também com um dos educadores ingleses, Christopher, da unidade de Indaiatuba. Para ele, “o motivo principal é o de divulgar o rugby no Brasil. Ele é ainda um esporte minoritário aqui, e queremos utilizá-lo como uma ferramenta para quebrar barreiras sociais. Na minha unidade, já temos 500 crianças, que já praticam outros esportes, como futebol e voleibol” E acrescenta, “as crianças adoram aprender coisas novas, especialmente os mais novos, que ficam malucos com a bola de rugby na mão, correndo com ela. Há um enorme potencial, e eles estão aprendendo muito rapidamente. Está sempre ensolarado aqui, não há desculpas para eles não irem aos treinos”. Christopher teve contato com os clubes locais, Tornados e Indaiá, e já se disse surpreso pela quantidade de clubes no país. “Eu já conhecia as seleções brasileira de sevens, mas não sabia nada sobre o time de XV. O que me surpreendeu, na verdade, foi a quantidade de rugby que se pratica no país, pela escala. Eu pensava que era muito menor”, mesmo já tendo antes visitado a América do Sul, quando fez uma gira com o time de sua antiga escola.

Sobre a barreira da língua, Christopher, que está aprendendo português, ponderou, “com as crianças às vezes uso um intérprete, mas a linguagem gestual é muito útil também. Com os adultos, posso dar os treinos em inglês”, fazendo referência às aulas para adultos que já se iniciaram em Indaiatuba.

Para mais, todas as informações podem ser obtidas nas próprias unidades beneficiadas. As inscrições podem ser feitas nas próprias unidades.