Tempo de leitura: 7 minutos

wilkinson toulon

A Copa Europeia de Rugby terá campeão inédito nesta temporada! E será um time francês. Nesse sábado, o Clermont, da França, conseguiu uma chorada vitória sobre os irlandeses do Munster em Montpellier e garantiu pela primeira vez em sua história a vaga na grande decisão europeia. 16 x 10, aos sons da Marselhesa, entoada por sua fanática torcida. Já no domingo, o Toulon venceu em Londres os ingleses do Saracens com uma verdadeira aula de Jonny Wilkinson para Owen Farrell. 24 x 12, na base das penalidades e de um brilhante drop goal. Com a classificaão dos dois times franceses, a Heineken Cup chega à inusitada situação de três países dividirem o ranking histórico de campeões da competição. Será o sexto título na história para um clube francês, enquanto os clubes ingleses e os times irlandeses também somam 6 títulos cada no total.

A grande final será disputada no dia 18 de maio, no Aviva Stadium, em Dublin, Irlanda. A última vez que a capital da República da Irlanda recebeu uma final de Copa Europeia foi em 2003, curiosamente também entre dois times franceses: Toulouse e Perpignan.

- Continua depois da publicidade -

 

Clermont consegue sua redenção

O duelo começou em ritmo elevado, com o Munster arrancando seus primeiros pontos aos 6′, com penal bem chutado por Ronan O’Gara. Porém, quem começou melhor foi o time francês que, em verdadeira blitz aos 9′, manteve a bola viva com rucks rápidos e muitos passes até encontrar Sivivatu, que rompeu para ser detido a poucos metros do try. Parra inverteu rapidamente o jogo e a bola chegou a Nalaga, que achou um espaço entre a linha irlandesa para correr para o primeiro try do jogo, convertido por Parra, 7 x 3.

O primeiro tempo foi de domínio completo do Clermont, que impôs muita pressão no jogo de base sobre o Munster e roubous duas formações do adversário, ganhando tanto um scrum como um lateral. A pressão resultou em 2 penais favoráveis para os Vulcões, que Parra não desperdiçou, fazendo 13 x 3. Início demolidor, sobretudo pelas ações do georgiano Zirakashvili, decisivo para os penais. Apesar dos 61% de posse de bola, o Clermont parou na defesa vermelha, dando oportunidade para a reação do Red Army. Aos 33′, a pressão do Clermont não foi finalizada com try, a as chances de contra-golpe se abriam. Aos 37′, Laulala arrancou pela ponta, mas saiu pela lateral, levando perigo aos franceses. No fim, o do primeiro tempo, o Clermont pressionou com seu pack, e o tackle mais duro de Laulala em Nalaga elevou o nível de tensão do jogo. O Munster ainda teve uma última chance, mas o Clermont segurou o jogo em 13 x 3 no intervalo.

Na segunda etapa, quem começou buscando o ataque foi o Munster, com box kick certeiro de O’Gara, que arrumou um lateral nas 22 para os irlandeses. O Clermont recuperou a posse, chegando à marca de 92% de acertos nos tackles, e foi para cima, embalado pelos cantos da torcida amarela. Aos 46′, a vantagem francesa no ruck garantiu o penal, que Parra chutou para fazer 16 x 3.

O Munster, no entanto, estava focado na reação e não se intimidou. Aos 55′, Sivivatu furou o tackle e Zebo abriu a bola para a ponta, mas Laulala recebeu o tackle e o Clermont se safou. Boa ação de mãos do Munster, que começou a crescer no jogo. Aos 59′, O’Gara desferiu belo chute para a lateral, empurrando o Munster para os 5m do Clermont. Felix Jones se infiltrou, o Munster reciclou a bola e O’Gara acertou o chute rasteiro para Hurley apanhar a bola e cravar na meta, try! O genial O’Gara converteu e o Munster entrou na partida, 10 x 16.

O Clermont buscou responder rapidamente, com boa corrida de King, aos 62′. Os auvergnats arrancaram um precioso penal aos 67′, mas Parra não foi feliz no arremtae. Na sequência, o Munster afastou com chute, Nalaga recebeu e atacou, mas Brock James perdeu a posse de bola com knock-on. O contra-golpe do Munster foi quase fulminante. Aos 69′, O’Gara chutou novamente para o in-goal do oponente, Felix Jones não apanhou a boola, Nalaga brigou com Laulala e o jogador do Munster cometeu knock-on a centímetros de fazer o try. Se no ano passado, quem foi eliminado por conta de um try perdido no limite foi o Clermont, desta vez o time francês se safou.

No minutos finais, só deu Munster. Aos 77′, O ‘Gara desferiu chute diagonal para O’Connell, que recebeu o penal. O chute para a lateral deixou o Munster dentro das 22 dos franceses. O volante quase resultou no try, com Murray saindo pelo lado cego da formação. Mas, os Vulcões explodiram para garantir o turnover. No minuto final, o Munster manteve a bola viva, mas o passe para a frente sepultou as chances do Red Army. O título não voltará para a Irlanda em 2013. Fim de jogo, Clermont 16 x 10 Munster.

O homem do jogo foi Julien Bardy, asa da seleção portuguesa e do Clermont.

 

Wilkinson ainda reina e Toulon vai a inédita final

Na segunda partida das semifinais da Heineken Cup, que levou a melhor foi o time francês do Toulon, que superou os ingleses dos Saracens em pleno Twickenham para garantir sua classificação inédita à final da maior competição europeia. O duelo dos dois rubronegros foi parelho em todos os sentidos, sem tries e decididos pelas penalidades, que ficaram a cargo de um dos mais aguardados duelos pessoais da história do torneio. De um lado, o astro da velha guarda da Inglaterra campeã mundial de 2003, o impecável Jonny Wilkinson. Do outro, a grande figura da nova geração inglesa, que se prepara para a Copa do Mundo de 2015: Owen Farrell. Em campo, o que se viu foi uma aula do mestre Wilkinson.

O jogo começou favorável ao time da casa, que abriu o placar logo a 2′, com penalidade bem arrematada por Owen Farrell. A resposta foi instantânea, com Wilkinson chutando seu primeiro penal aos 4′. Aos 10′, a primeira boa chance de try apareceu para o Toulon, com Delon Armitage investindo pela ponta até receber o tackle de Barritt. O penal, no entanto, foi marcado, e Wilko não perdoou, 6 x 3, virada francesa.

Melhor no início, o Toulon teve outra boa chance aos 15′, com grande arrancada pelo meio de Palisson, que desferiu um inteligente chute para a ponta, mas Armitage não conseguiu apanhar a bola a tempo, que saiu pelo in-goal. Aos 17′, os franceses tiveram nova oportunidade, e de novo seu abertura inglês deu conta do recada. 9 x 3. Porém, os Saracens estavam vivos no jogo e, aos 21′, foi a vez de Farrell reduzir com nova penalidade, anunciando um duelo épico de chutadores.

Os Saracens buscaram afunilar o jogo e abusaram dos volantes, mas sem sucesso. O pack francês seguia sólido e superior nos rucks, apesar de alguns erros. Aos 24′, os provençais levaram a melhor no contato sobre os londrinos, e Wilkinson ampliou com penal, 12 x 6. Os Sarries conseguiram boa investida aos 29′, em corrida pela ponta de Chris Ashton, interrompida por penal ofensivo. A vantagem do RCT logo foi reduzida, com Farrell dando o troco em penal aos 35′, após boa ação com volante, dando números finais ao primeiro tempo, 12 x 9. Apesar de superior nos rucks, o Toulon cedeu mais turnovers, permitindo aos Sarries se manterem colados no placar.

Os visitantes começaram com tudo o segundo tempo, com Wulf quase chegando ao try após chute de Giteau. Mas, sem apoio, o ponta do Toulon sofreu o turnover. Pouco depois, aos 46′, os provençais garantiram mais um penal, que Wilkinson chutou com precisão, 15 x 9. Porém, o bom início de segundo tempo dos franceses foi prejudicado pelo cartão amarelo recido por Dannie Rossouw. Após o penal do sul-africano, Farrell reduziu, 15 x 12. Entretanto, mesmo com um jogador a mais, o time inglês foi incapaz de levar vantagem, parando na defesa francesa. E pior: aos 55′, o RCT arrancou mais um penal para Wilkinson arrematar. 18 x 12.

Tendo que reagir urgentemente, os Saracens voltaram a errar muito. Vunipola armou a melhor oportunidades londrina, mas o passe longo de Farrell para Kelly Brown na sequência foi para frente. Com o jogo se arrastando indefinido, coube a Wilkinson dar um basta. Após ótimo volante francês aos 73′, Wilkinson não teve dúvidas e, mesmo sob pressão do tackle de Farrell, desferiu um fatal drop goal, elevando o placar para 21 x 12. Uma verdadeira aula particular de mestre a pupilo. Emblemátco.

Aos 76′, os Sarries, ja desesperados, cometeram mais um penal, que permitiu a Wilkinson chegar à incrível marca de ter anotados os exatos 45 últimos pontos do Toulon até aqui. Fim de jogo em Twickenham, e glória para o Toulon, 24 x 12.

 

Heineken cup logo

Heineken Cup – Copa Europeia de Rugby

Semifinais

clermont16versus copiar10Munster copiar

Clermont (França) 16 x 10 Munster (Irlanda), em Montpellier, França

 

Saracens12versus copiar24Toulon

Saracens (Inglaterra) 12 x 24 Toulon (França), em Londres, Inglaterra

 

Final: dia 18/5, Clermont x Toulon, em Dublin, Irlanda