Tempo de leitura: 24 minutos
Cheio de decisões, o Glasgow Sevens, a penúltima etapa da Série Mundial de Sevens 2012-13, premiou a melhor seleção do momento e a melhor seleção da temporada. O título do torneio ficou com a África do Sul, que chegou à sua terceira conquista na temporada, a segunda consecutiva, se tornando a maior vencedora de etapa de 2013. Porém, quem sorriu ainda mais foi a Nova Zelândia, vice-campeã de Glasgow e campeã antecipada da temporada 2012-13 da Série Mundial de Sevens.
O torneio da Escócia também definiu os destinos das três seleções que terão de lutar pela sobrevivência na elite mundial na próxima etapa, que será disputada em Londres, nos dias 11 e 12 de maio. Escócia, Portugal e Espanha terminaram a penúltima etapa da Série Mundial de Sevens nas três últimas posições da classificação geral e terão que enfrentar em Londres as seleções de Hong Kong, Zimbábue, Tonga, Rússia e Geórgia valendo a permanência no circuito mundial para a próxima temporada.
Como sempre campeã da temporada
A Nova Zelândia não deu chances para o azar e se sagrou 11 vezes (em 14 edições) campeã da Série Mundial de Sevens! Os All Blacks precisavam somente garantir vaga nas quartas-de-final e não tiveram problemas para isso. No sábado, os neozelandeses começaram com uma acachapante vitória sobre a Inglaterra por 31 x 5. O título foi garantido com a segunda vitória no torneio: um massacre de 40 x 0 sobre Portugal. Já classificada às quartas-de-final, a Nova Zelândia ainda fez 28 x 0 na anfitriã Escócia.
No limite
Enquanto os neozelandeses decidiam o título, estadunidenses e escoceses lutavam contra a antepenúltima colocação da temporada. Ao final do Glasgow Sevens, os três últimos colocados da classificação final seriam relegados à disputa do Torneio Qualificatório de Londres, valendo a permanência ou o rebaixamento da Série Mundial de Sevens. Portugal e Espanha já estavam praticamente condenados e confirmaram seus destinos terminando na última colocação de seus grupos.
A real briga contra o descenso se deu entre Escócia e Estados Unidos, e quem levou a melhor foram as Águias norte-americanas. Na primeira rodada, ambos começaram com tudo vencendo. Os EUA atropelaram a convidada Rússia por 48 x 5, com Nick Edwards cravando 3 dos 7 tries do time no jogo. Já a Escócia passou tranquilo por 26 x 5 sobre Portugal, com Colin Shaw deixando 2 tries. Na segunda rodada, os EUA fizeram uma grande partida com Gales, mas saíram derrotados por 26 x 21. Nick Edwards colocou as Águias em vantagem no início do segundo tempo, mas Owen Williams e James Davies, nos acréscimos, fizeram os tries da vitória galesa. A Escócia, por sua vez, decepcionou sua torcida caindo diante da arquirrival Inglaterra por incontestáveis 29 x 7. O destino foi praticamente selado, pois o rival da última rodada foi a Nova Zelândia, e o placar 28 x 0. Porém, a sorte escoceses foi abreviada pela vitória dos EUA sobre a França, que garantiram os estadunidenses na segunda posição do grupo, suficiente para lhes garantir a permanência na elite do sevens mundial. Vitória sofrida por 21 x 14, com Folau Niua fazendo o try da vitória.
Samoa decepciona, África do Sul vai bem
Ainda na primeira fase, a África do Sul garantiu o primeiro lugar do grupo ao superar Samoa, Quênia e Canadá. Mesmo desfalcados de Du Preez e Afrika, os Blitzbok fizeram boas apresentações em Glasgow. Na primeira partida, os sul-africanos venceram o clássico continental contra o Quênia por sofridos 17 x 14, com o retornante Paul Delport sendo o destaque da vitória. Contra o Canadá, o placar se repetiu, mas, diante de Samoa, os Boks atropelaram, fazendo 27 x 0. Samoa, por sua vez, decepcionou, caindo diante do Canadá por 19 x 17, com Sean Duke e Nanyak Dala virando o jogo com 2 tries no minuto final! Os canadenses ganharam moral e ainda superaram Quênia por 21 x 10 para se garantirem nas quartas-de-final.
Já no Grupo C, Fiji não teve problemas para se garantir no primeiro lugar, passando por Espanha e Argentina com facilidade. Na partida decisiva, os fijianos aplicaram 19 x 17 sobre a Austrália, com belo try de Viriviri no segundo tempo. Os australianos ficaram pelo meio do caminho ao perderem para a Argentina por 17 x 10 na abertura do torneio. Bruzzone, Sabato e Moroni fizeram os tries dos Pumas 7.
Sem surpresas nas quartas-de-final
As quartas-de-final não apresentaram surpresas no Glasgow Sevens. Na primeira disputa na luta pelo título do torneio, a África do Sul despachou os Estados Unidos, que já haviam cumprido seu objetivo. 22 x 7, com direito a lindo try de Seabelo Senatla, mostrando toda a sua categoria. Na sequência, Fiji e Inglaterra fizeram um grande jogo que terminou em prorrogação. Raqamate abriu o placar para Fiji, mas Brake e Mitchel viraram para os ingleses ainda na primeira etapa. No segundo tempo, Viriviri perdeu um try feito, mas Fiji ainda conseguiu o empate com try de Raqamate no minuto final, tragicamente não convertido, levando o jogo para a prorrogação em 12 x 12. Os ingleses jogaram com a cabeça no tempo extra, arrancaram um penal frontal e Lewis-Pratt arrematou direto aos postes para garantir os 15 x 12.
Nas outras duas partidas, Gales não deu chances para o Canadá, fazendo 26 x 7 para retornar às semifinais de um torneio, se recuperando da péssima campanha em Tóquio. E a Nova Zelândia atropelou, como esperado, a Argentina. Moroni quase dançou um tango para fazer o primeiro try do jogo a favor dos Pumas, em belo jogo de pernas. Mas, os All Blacks assumiram o controle do jogo e venceram por 42 x 10.
Boks e All Blacks prevalecem nas semifinais
Os dois melhores times da temporada se confirmaram como os favoritos ao Glasgow Sevens e chegaram à grande final. Na primeira semifinal da Cup, África do Sul e Inglaterra fizeram um jogo emocionante que terminou com o triunfo sul-africano por 24 x 17. Senatla começou em grande estilo arrancando para o primeiro try verde. Porém, Brake devolvou logo em seguida para os ingleses. Os sul-africanos seguiram melhores no jogo, conseguindo limpar os rucks com mais velocidade e manejar a bola até as pontas. Assim, Senatla e Dry correram para mais 2 tries, dando boa vantagem no intervalo aos Blitzboks. Contudo, os ingleses estavam vivos e reagiram no segundo tempo, cravando 2 tries com Norton e Brake para empatar o duelo. No fim, os verdes conseguiram o try da vitória em grande arrancada de Cornal Hendricks, fechando o placar.
No duel seguinte, os All Blacks sofreram, mas passaram pelos reforçados galeses. Os neozelandeses começaram bem com try de Gillies Kaka. Contudo, Gales cresceu na partida, controlou bem as fases e arrancou 2 tries antes do intervalo, virando o placar com Lee Williams e Alex Walker. No segundo tempo, Kaka fez mais um, desmontando a reação galesa. A porta se abriu e os All Blacks não perdoaram, fazendo mais 2 tries, com Cama e Raikabula. 26 x 14.
Nas semifinais menores, os destaques ficaram por conta das vitórias da Argentina e dos Estados Unidos sobre Canadá e Fiji, respectivamente, no Plate. Os fijianos foram derrotados de forma constrangedora pelos estadunidenses, que quebraram um incômodo tabu contra os fijianos. O primeiro tempo foi todo das Águias, que fizeram logo 2 tries, com Niua e Thompson. Edwards ampliou no início do segundo tempo, com Fiji dando a resposta com Viriviri. Mas, sem qualquer esboço real de reação. Test, em linda jogada, deu números finais: 22 x 7 para os EUA.
No Bowl, a Austrália superou a decepcionante Samoa em jogo muito movimentado, 17 x 12, com o try da vitória sendo marcado por Cameron Clark já nos acréscimos. Quênia, por sua vez, produziu mais uma decepção para a torcida da casa batendo a Escócia. No Shield, a França atropelou a Espanha, enquanto a Rússia venceu e convenceu contra Portugal: 41 x 7, deixando a torcida lusa preocupada para a decisão da permanência ou do rebaixamento no próximo fim de semana em Londres.
África do Sul reina em 2013
A África do Sul encerrará a temporada na segunda posição, mas foi a grande seleção da segunda metade a temporada. Na grande final da etapa da Escócia, a África do Sul mediu forças com a campeã do ano a Nova Zelândia, e venceu novamente. Na etapa passada, em Tóquio, os sul-africanos já haviam superado os neozelandeses, e repetiram a dose no Scotstoun Stadium. E logo no primeiro lance do jogo, Senatla, o nome do torneio, escapou entre a defesa neozelandesa para correr para o primeiro try dos Blitzboks no jogo. A resposta, todavia, não tardou, e Raikabula fez o try da Nova Zelândia. Antes do intervalo, os All Blacks se puseram na frente, com rápida jogada pela ponta completada por Kurt Baker, 14 x 7.
Na segunda etapa, a sorte virou a favor dos verdes. Stowers recebeu cartão amarelo, deixando os All Blacks com um atleta a menos, o que os Boks não perdoaram. Steven Hunt achou a brecha e cravou o try do empata sul-africano, 14 x 14. Os All Blacks não se encontraram mais no jogo e, faltando 5 minutos para o apito final, Senatla arrancou pela ponta, chutou para o in-goal e mergulhou para o try, mas cometeu knock-on antes de apoiá-la no chão. Sem problemas, pois, na sequência, Baker furou o chute e Snyman mergulhou para o try sul-africano, virando o placar. E o golpe fatal veio 2 minutos depois, com Cornal Hendricks, rompendo para o try da vitória. Antes do fim, Spooner-Neera ainda descontou para os All Blacks. Fim de jogo, vitória e título para os Blitzboks, 28 x 21!
Glasgow Sevens – 8ª etapa da Série Mundial de Sevens 2012-13 – em Glasgow, Escócia
Grupo A: África do Sul, Samoa, Quênia e Canadá
Grupo B: Nova Zelândia, Escócia, Inglaterra e Portugal
Grupo C: Austrália, Fiji, Argentina e Espanha
Grupo D: França, Estados Unidos, País de Gales e Rússia
Sábado, dia 4 de maio
Das 6h30 às 15h40, horários de Brasília
Austrália 10 x 17 Argentina
Fiji 45 x 0 Espanha
França 14 x 22 Gales
Estados Unidos 48 x 5 Rússia
África do Sul 17 x 14 Quênia
Samoa 17 x 19 Canadá
Nova Zelândia 31 x 5 Inglaterra
Escócia 26 x 5 Portugal
Austrália 42 x 14 Espanha
Fiji 28 x 10 Argentina
França 15 x 14 Rússia
Estados Unidos 21 x 26 Gales
África do Sul 17 x 14 Canadá
Samoa 26 x 0 Quênia
Nova Zelândia 40 x 0 Portugal – Nova Zelândia campeã antecipada da temporada 2012-13
Escócia 7 x 29 Inglaterra
Argentina 40 x 5 Espanha
Gales 28 x 22 Rússia
Quênia 10 x 21 Canadá
Inglaterra 46 x 0 Portugal
Austrália 17 x 19 Fiji
França 14 x 21 Estados Unidos
África do Sul 27 x 0 Samoa
Nova Zelândia 28 x 0 Escócia
Domingo, dia 5 de maio
Das 6h30 às 15h15, horários de Brasília
Quartas-de-final menores
Samoa 17 x 14 Rússia
Austrália 36 x 0 Portugal
França 7 x 22 Quênia
Escócia 31 x 5 Espanha
Quartas-de-final maiores
África do Sul 22 x 5 Estados Unidos
Fiji 12 x 15 Inglaterra
Gales 26 x 7 Canadá
Nova Zelândia 42 x 10 Argentina
Semifinais Taça Madeira (Shield)
Rússia 41 x 7 Portugal
França 41 x 0 Espanha
Semifinais Taça Bronze (Bowl)
Samoa 12 x 17 Austrália
Quênia 24 x 19 Escocia
Semifinais Taça Prata (Plate)
Estados Unidos 22 x 7 Fiji
Canadá 7 x 22 Argentina
Semifinais Taça Ouro (Cup)
África do Sul 24 x 17 Inglaterra
Gales 14 x 26 Nova Zelândia
Final Taça Madeira (Shield)
Rússia 17 x 21 França
Final Taça Bronze (Bowl)
Austrália 12 x 5 Quênia
Final Taça Prata (Plate)
Estados Unidos 17 x 7 Argentina
3º lugar Taça Ouro (Cup)
Inglaterra 24 x 21 Gales
Final Taça Ouro (Cup)
África do Sul 28 x 21 Nova Zelândia
Vencedores por torneio:
Gold Coast Sevens – Fiji
Dubai Sevens – Samoa
Nelson Mandela Bay Sevens – Nova Zelândia
Wellington Sevens – Inglaterra
Las Vegas Sevens – África do Sul
Hong Kong Sevens – Fiji
Tóquio Sevens – África do Sul
Glasgow Sevens – África do Sul
Londres Sevens – dias 11 e 12 de maio
