Foto: Jaguares

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ARTIGO OPINATIVO A decisão da South Africa Rugby (a federação sul-africana) de negociar a inclusão de Lions, Bulls, Sharks e Stormers no PRO14 europeu (que se tornaria PRO16) tem um efeito claro para a Argentina: os Jaguares ficaram sem opções.

Com o fim do Super Rugby, já era sabido que a Argentina teria dificuldades de encontrar uma solução para o futuro dos Jaguares e isso se tornou ainda mais evidente com a pretendida migração sul-africana à Europa. Os Jaguares esperavam ainda poderem se alinhar com o rugby sul-africano, mas com Lions, Bulls, Sharks e Stormers focados durante o ano todo no PRO16, haveria pouco espaço para uma alternativa real para os argentinos. A Currie Cup tenderá a perder ainda mais valor, uma vez que o PRO16 seria jogado de setembro/outubro a junho, com agosto reservado às férias.

Deste modo, a União Argentina de Rugby provavelmente só terá uma solução para o rugby profissional do país: aceitar que seus jogadores mais importantes atuem na Europa ao mesmo tempo que investe na Superliga Americana de Rugby (SLAR), a liga profissional da América do Sul. Tal possibilidade foi levantada nesta mesma coluna em maio – e vem se provando verdadeira a nossa análise anterior.

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Hoje, a Argentina conta com uma franquia na SLAR, Los Ceibos, baseados em Córdoba. A possibilidade de uma equipe baseada em Buenos Aires e mantendo a marca dos Jaguares poderia criar um valoroso dérbi na Argentina, que aqueceria a competição – o que seria, certamente, bom para o Brasil.

A SLAR de 2021 poderá, assim, contar com ao menos 7 times, e, se a economia permitir, chegar a 8 ou mais em 2022. Além dos 5 times fundadores – Peñarol (Uruguai), Olimpia (Paraguai), Selknam (Chile), Ceibos (Argentina) e Corinthians (Brasil) – a SLAR contará com os Cafeteros, da Colômbia, que estão conseguindo viabilizar financeiramente sua inclusão.

No Uruguai, há ainda o desejo de se contar com o Nacional, para haver o dérbi com o Peñarol, que poderia se tornar realidade caso o rugby profissional uruguaio se prove economicamente sustentável. Com isso, o investimento argentino na liga poderia ser determinante para seu sucesso. Evidentemente, o poderio das equipes argentinas tenderia a desequilibrar a liga no curto prazo, mas a distribuição de atletas provar-se-ia uma prática importante para garantir a qualidade da competição.

E para o Brasil? Não está ainda claro se a marca Corinthians será mantida ou não para 2021, mas é evidente que o mais importante para o Brasil no momento é garantir que a Confederação tenha recursos financeiros para manter a equipe sem prejuízo para outras áreas. A expansão da SLAR dentro da Argentina poderia dar a estabilidade e visibilidade necessárias à liga, criando um contexto mais positivo para a construção e consolidação da franquia brasileira.

O tempo, no entanto, está passando (outubro chegou) e, antes de mais nada, é preciso que a CBRu escolha seu novo CEO e tenha as eleições para seu Conselho para que o trabalho em cima da marca da franquia brasileira avance.