Foto: NRL

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ARTIGO COM VÍDEOS – Austrália e Nova Zelândia pararam hoje para assistir a um evento especial do Rugby League (o rugby de 13 jogadores) que agita a pré temporada de sua liga, a NRL. Em Townsville, norte da Austrália, duelaram os Indigenous All Stars (a seleção dos Aborígenes Australianos e dos Ilhéus de Torres, as populações nativas da Austrália) e os Maoris neozelandeses.

O embate começou, lógico, com duas magníficas danças de guerra dos dois lados, como não poderia deixar de ser. Entre os homens, no entanto, o jogo acabou sem vencedores, com um empate em 10 x 10. Já no feminino, a vitória foi categórica das neozelandesas, 24 x 00.

O jogo começou com os Indigenous All Stars abrindo o placar com penal chutado por Jamal Fogarty, que foi a única pontuação do primeiro tempo, de muitos erros. Porém, o segundo tempo pegou fogo com os Maoris cravando 2 tries logo no início, com Jordan Riki, aos 48′, e Dallin Watene-Zelezniak, aos 52′. Os neozelandeses, contudo, lamentaram as conversões perdidas, que fizeram falta.

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A situação parecia se deteriorar contra os Aborígenes, por um cartão amarelo aos 58′, mas, mesmo com um jogador a menos, os australianos marcaram um precioso try com Alex Johnston, convertido por Latrell Mitchell. E, aos 79′, Mitchell arrematou o emocionante penal do empate. 10 x 10.

Entre as mulheres, as Maoris atropelaram com um 24 x 00 incontestável. Foram 5 tries, de  Raecene McGregor, Amy Turner, Shanice Parker, Page McGregor e Raecene McGregor novamente.


 

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Indigenous All Stars 10 x 10 Maori Kiwis, em Townsville – Masculino

Indigenous All Stars

Try: Johnston

Conversão: Mitchell (1)

Penais: Fogarty (1) e Mitchell (1)

1 Latrell Mitchell (Rabbitohs), 2 Blake Ferguson (Eels), 3 Jack Wighton (Raiders), 4 Jesse Ramien (Sharks), 5 Alex Johnston (Rabbitohs), 6 Cody Walker (Rabbitohs), 7 Jamal Fogarty (Titans), 8 Andrew Fifita (Sharks), 9 Reuben Cotter (Cowboys), 10 Josh Kerr (Dragons), 11 David Fifita (Titans), 12 Tyrell Fuimaono (Dragons), 13 Tyrone Peachey (Titans);

Interchange: 14 Corey Thompson (Titans), 15 Jamayne Taunoa-Brown (Warriors), 16 Cade Cust (Sea Eagles), 17 Chris Smith (Bulldogs);

Maori Kiwis

Tries: Riki e Watene-Zelezniak

Conversões: Herbert (1)

1 Charnze Nicoll-Klokstad (Raiders), 2 Dallin Watene-Zelezniak (Bulldogs), 3 Joseph Manu (Roosters), 4 Dylan Walker (Sea Eagles), 5 Patrick Herbert (Titans), 6 Jarome Luai (Panthers), 7 Benji Marshall (Rabbitohs), 8 Russell Packer (Wests Tigers), 9 Jeremy Marshall-King (Bulldogs), 10 James Fisher-Harris (Panthers), 11 Briton Nikora (Sharks), 12 Jordan Riki (Broncos), 13 Joseph Tapine (Raiders);

Interchange: 14 Isaac Luke (Broncos), 15 Emry Pere (Wests Tigers), 16 Zane Musgrove (Cowboys), 17 Jackson Topine (Bulldogs);

 

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Indigenous All Stars 00 x 24 Maori Kiwis, em Townsville – Feminino

 

O que é o Rugby League

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union quem reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França.

As entidades que organizam o Rugby League no mundo não têm ligações com as entidades do Rugby Union. A federação internacional do League é a International Rugby League (IRL) – Federação Internacional de Rugby League. No Brasil, a entidade que organiza o League é a CBRL – Confederação Brasileira de Rugby League.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo. A modalidade reduzida principal é o Nines, de 9 jogadores de cada lado;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;