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No dia 17 deste mês terá início o Campeonato Sul-Americano, com o Brasil em campo. Porém, fora de campo, o Brasil também terá representante desempenhando uma função importante. Fábio Mariz será Judificial Officer para a competição, trabalhando na área disciplinar. Você sabe qual é essa função? Entrevistamos Mariz para conhecermos mais sobre esse trabalho.

 

A evolução do rugby também passa pela melhora dos processos disciplinares. Qual é a função que você desempenhará no Sul-Americano?

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R: Não há dúvidas que toda entidade esportiva deve possuir um bom Tribunal desportivo, organizado, célere e adequado as demandas e recomendações internacionais. Este braço paralelo a organização de qualquer torneio visa sempre a manutenção do jogo limpo e a penalização de eventuais infrações disciplinares que ocorram nas partidas.

Como ocorre em todos os torneios organizados pela Sudamérica, a entidade designa um Judicial Officer (JO) e um Citting (algo como procurador da justiça desportiva se fosse pela legislação brasileira) para cada partida. Neste sulamericano fui designado para a partida entre Argentina e Uruguai, na última rodada.

 

Como se deu sua nomeação para a função? Há quanto tempo você tem é Judicial Officer? Qual foi o caminho até chegar a tal posição?

R: Em 2017 eu fui indicado pela CBRu para participar de um curso de capacitação de Judicial Officer em Montevideo. Lá ministraram um curso durante um dia inteiro e no dia seguinte acompanhamos as finais do Trophy que lá ocorriam. Neste segundo dia pudemos acompanhar um julgamento in loco, presidido pelo Dr. Juan Pablo Tafernaberry.

Fomos avaliados, e desde aquele fim de semana (Setembro de 2017) eu exerço a função de JO na Sudamérica, sendo designado para algumas partidas sul-americanas neste período.

 

Quais são as recomendações mais importantes para a função? O World Rugby vem tendo cada vez mais preocupação com o aspecto disciplinar do jogo.

R: Nossa função é julgar se os fatos descritos no relatório de Citting (algo como denúncia na legislação brasileira) realmente ocorreram, utilizando-se de testemunhos, documentos acostados ao procedimento e o interrogatório do atleta que teria praticado a infração.

Se entendermos que os fatos descritos se coadunam com as infrações atribuídas passamos a verificar a gravidade e aplicação da sanção, e aqui que reside as principais recomendações, pois pede-se sempre um maior rigor as infrações que envolvem a cabeça do adversário e as agressões propositais.

Outro aspecto importante sobre a forma de agir na Sudamérica (diferente ao disposto nas leis desportivas disciplinares brasileiras), é a extrema celeridade que o processo ocorre. Se não for possível realizar o julgamento no mesmo dia, pede-se que o mesmo ocorra no dia seguinte, tendo a sim, a definição da sanção em menos de 72 horas do jogo.